Mosturação - preciso corrigir a temperatura?

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Guenther, surgiu mais uma dúvida aqui.

A relação água/grãos (litros/kg) influencia alguma coisa nessa questão de corrigir ou não a temperatura? Tipo, quanto mais água, mais rápido cai a temperatura ou algo assim?

Pergunto isso porque o John Palmer coloca o valor de 2,5 litros/kg, mas há cervejeiros que recomendam 4 litros/kg, e gostaria de saber se isso interfere.

Abraço!
 
Não não, no caso dos maltes caramelo/cristal.... eles já vem com açúcar dentro do grão, já pronto.... açúcares fermentáveis e não fermentáveis, ou seja, são maltes que na realidade não precisariam ser mosturados já que essa "mosturação" ocorre lá na maltaria. Então sim, tem como analisar o malte e saber o teor de açúcar X, Y, etc.... mas na realidade, como eu disse antes, isso não teria uma vantagem absurdamente grande.

A maltaria pega o grão verde, úmido, já com enzimas (já malteado) mas em vez de secá-lo, ela leva para um forno onde deixa por 1h com temperaturas em torno de 65 graus..... então, o que ocorre com um grão, úmido, com enzimas, a 65? Ocorre uma mosturação dentro do grão, ou seja, os amidos são todos convertidos em açúcares ali dentro mesmo.... e depois disso eles elevam a temperatura do forno e fazem várias rampas (dependendo de cada malte) para "cristalizar" ou "caramelizar" o açúcar dentro do grão.. por isso o nome "cara/cristal".

Maltes do tipo Carapils/CaraClair/Dextrin tem grandes quantidades de dextrina dentro deles porque a temperatura do forno na maltaria é regulada para mosturar o grão em temperaturas mais altas como 72... então dentro do grão acaba tendo um monte de dextrinas, e por isso esses maltes são usados justamente para aumentar o corpo da cerveja, melhorar a retenção de espuma, etc.

Guenther, corrija-me se estiver equivocado, então no caso de maltes cara/cristal não há a necessidade de mosturação, bastando solubilizar o malte moído ? mostura-los poderia só quebrar mais os açúcares já existentes nos mesmos, no caso de trabalhar na faixa da beta-amilase ?
Seria o caso de uma adição tardia dos grãos ?
 
Guenther, corrija-me se estiver equivocado, então no caso de maltes cara/cristal não há a necessidade de mosturação, bastando solubilizar o malte moído ? mostura-los poderia só quebrar mais os açúcares já existentes nos mesmos, no caso de trabalhar na faixa da beta-amilase ?
Seria o caso de uma adição tardia dos grãos ?
Perfeito.... é justamente por isso que no livro Brewing Better Beer, do Gordon Strong, ele recomenda colocar maltes Caramelo/Cristal só no final durante a recirculação.

Eu particularmente não faço isso porque sempre achei um exagero, mas eventualmente vou fazer algumas levas em sequencia pra testar, afinal de contas, ele é o melhor cervejeiro caseiro da história dos EUA (3 prêmios Ninkasi) e é o BJCP de mais alta graduação que existe...... sabe pouco. :)

Abraço,
 
Perfeito.... é justamente por isso que no livro Brewing Better Beer, do Gordon Strong, ele recomenda colocar maltes Caramelo/Cristal só no final durante a recirculação.

Eu particularmente não faço isso porque sempre achei um exagero, mas eventualmente vou fazer algumas levas em sequencia pra testar, afinal de contas, ele é o melhor cervejeiro caseiro da história dos EUA (3 prêmios Ninkasi) e é o BJCP de mais alta graduação que existe...... sabe pouco. :)

Abraço,

mind blowing !:fro:

isto vale para as famílias Cara e cristal, ou também para melanos e companhia ?

Não uso muito estes maltes, tenho trabalhado mais nos experimentos com baixo corpo e pouca cor ou, no oposto total, com irish dry stouts.
 
mind blowing !:fro:

isto vale para as famílias Cara e cristal, ou também para melanos e companhia ?

Não uso muito estes maltes, tenho trabalhado mais nos experimentos com baixo corpo e pouca cor ou, no oposto total, com irish dry stouts.
Salvo raras exceções, todos a partir (em termos de cor) de cara/cristal.
 
Perfeito.... é justamente por isso que no livro Brewing Better Beer, do Gordon Strong, ele recomenda colocar maltes Caramelo/Cristal só no final durante a recirculação.

Eu particularmente não faço isso porque sempre achei um exagero, mas eventualmente vou fazer algumas levas em sequencia pra testar, afinal de contas, ele é o melhor cervejeiro caseiro da história dos EUA (3 prêmios Ninkasi) e é o BJCP de mais alta graduação que existe...... sabe pouco. :)

Abraço,

Olá Pessoal, depois de algum tempo, estou de volta. Curti demais este post, como vários outros que aqui estão.

Eu tenho, claro, várias dúvidas, e gostaria da colaboração deste seleto grupo.

@Guenther, você mencionou que a beta continua atuando nas dextrinas. Eu imagino que haja um limite, obviamente pensando nas ligações 1-6, que nem a alfa, nem a beta deveria atuar (restringindo-se às ligações 1-4). Procede, ou a Dextrinase Limite é a única a quebrar essas ligações, que são as responsáveis pelo manutenção de eventuais dextrinas "mais simples" (após o fim das extremidades não redutoras) conferindo corpo e dulçor à cerveja?

Outra questão, apesar de ver seu comentário em Quote, a forma de regular a presença de dextrina no mosto a ser fermentável (após a atuação da alfa e beta, incluindo as da pergunta acima) seria pela adição de maltes com maior conteúdo de cara ou crystal? Ou no processo eu poderia agir para regular este conteúdo? Efetivamente, qual desses (cara ou crystal) tem mais dextrina (foge um pouco do tópico, mas nem tanto)?

Forte abraço a todos e TMJ. Tô de volta!

Sds,

Fabiano da Mata
 
Olá Pessoal, depois de algum tempo, estou de volta. Curti demais este post, como vários outros que aqui estão.

Eu tenho, claro, várias dúvidas, e gostaria da colaboração deste seleto grupo.

@Guenther, você mencionou que a beta continua atuando nas dextrinas. Eu imagino que haja um limite, obviamente pensando nas ligações 1-6, que nem a alfa, nem a beta deveria atuar (restringindo-se às ligações 1-4). Procede, ou a Dextrinase Limite é a única a quebrar essas ligações, que são as responsáveis pelo manutenção de eventuais dextrinas "mais simples" (após o fim das extremidades não redutoras) conferindo corpo e dulçor à cerveja?

Outra questão, apesar de ver seu comentário em Quote, a forma de regular a presença de dextrina no mosto a ser fermentável (após a atuação da alfa e beta, incluindo as da pergunta acima) seria pela adição de maltes com maior conteúdo de cara ou crystal? Ou no processo eu poderia agir para regular este conteúdo? Efetivamente, qual desses (cara ou crystal) tem mais dextrina (foge um pouco do tópico, mas nem tanto)?

Forte abraço a todos e TMJ. Tô de volta!

Sds,

Fabiano da Mata
Na primeira questão é o que eu já tinha dito lá no primeiro post.... a única coisa que quebra os branch-points, ou seja, as limit dextrins, é a limit dextrinase.... que atua em temperatura e pH mais baixos.

A questão é entender que em cerveja nada é 8 ou 80.. não é porque deu 60 min, 90 min, 120 min, que em algum momento todas as dextrinas normais acabaram e só sobraram as limit. É só olhar qualquer gráfico como os do Braukaiser ou mesmo os do Kunze que mostram que quanto mais tempo de deixa em mosturação (mesmo em temperaturas mais altas onde Limit Dextrinase não estaria atuando), mais a fermentabilidade aumenta.... ou seja, isso quer dizer..... Beta atuando em coisas que Beta pode atuar..... dextrinas normais.

Mas cara e cristal são a mesma coisa... algumas maltarias usam um nome, outras outros, outras os dois para que se pareça com outras maltarias, e assim vai. Isso tudo só quer dizer que dentro do grão não tem amido, já tem açúcar "caramelizado" ou "cristalizado". Todos esses maltes tem dextrinas... saber quanto tem ou quanto ele afeta o corpo, só usando pra testar.

Os malte que mais tem dextrina são os "dextrin malts" como por exemplo CaraPils, CaraClair, etc.

Abraço,
 
Obrigado por todas as aulas aqui, Guenther. Mas reconheço que o nível de conhecimento em que este fórum chegou, excedeu minha capacidade de compreensão. Rerre.

Guenther, repense na possibilidade de publicar um livro. Eu e muitos seremos compradores.

Outra coisa: cursos, camarada, cursos!
 
Muito interessante. Esse negócio de ficar recirculando seria apenas para antecipar a clarificação então? Eu ainda vou fazer minha primeira brassagem, mas estou fazendo uns testes com meu equipamento. Vejam o resultando para aquecimento de 40l de água. Cerca de 40 min para aquecer e depois de desligada a fonte de calor perdeu 2º em 60 min.
 

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Muito interessante. Esse negócio de ficar recirculando seria apenas para antecipar a clarificação então? Eu ainda vou fazer minha primeira brassagem, mas estou fazendo uns testes com meu equipamento. Vejam o resultando para aquecimento de 40l de água. Cerca de 40 min para aquecer e depois de desligada a fonte de calor perdeu 2º em 60 min.

Era só água ? Pois com o malte a tendência é que a temperatura se mantenha ainda mais estável, com menor perda.
 
Mas cara e cristal são a mesma coisa... algumas maltarias usam um nome, outras outros, outras os dois para que se pareça com outras maltarias, e assim vai. Isso tudo só quer dizer que dentro do grão não tem amido, já tem açúcar "caramelizado" ou "cristalizado". Todos esses maltes tem dextrinas... saber quanto tem ou quanto ele afeta o corpo, só usando pra testar.

@Guenther, agora eu fiquei com uma dúvida.

No meu entendimento, malte cara são aqueles que são malteados e posteriormente tostados a seco, gerando produtos de Maillard.

Já os Cristal, são aqueles maltes que após malteados são umedecidos, passam por uma sacarificação interna, gerando açúcares e posteriormente tostados (elevada a temperatura) caramelizando estes açúcares.

Ou seja, os Cristal seriam caramelizados e os Cara não. Procede? Ou não seria bem assim?

Sds,

Fabiano da Mata

Enviado de meu Nexus 6P usando Tapatalk
 
@Guenther, agora eu fiquei com uma dúvida.

No meu entendimento, malte cara são aqueles que são malteados e posteriormente tostados a seco, gerando produtos de Maillard.

Já os Cristal, são aqueles maltes que após malteados são umedecidos, passam por uma sacarificação interna, gerando açúcares e posteriormente tostados (elevada a temperatura) caramelizando estes açúcares.

Ou seja, os Cristal seriam caramelizados e os Cara não. Procede? Ou não seria bem assim?

Sds,

Fabiano da Mata

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Não.... fizeste confusão.

No meu entendimento, malte cara são aqueles que são malteados e posteriormente tostados a seco, gerando produtos de Maillard.

Reações de Maillard ocorrem entre açúcares e aminácidos. Onde estão os açúcares se ele é só malteado e torrado? Ou seja, pra ocorrer reação de maillard é preciso ter açúcar, logo, ele precisa ser gerado dentro do grão.

Resumindo... maltes cara/cristal todos querem dizer a mesma coisa..... que eles foram "mosturados" para criar açúcar dentro do grão, e posteriormente caramelizados gerando mais ou menos melanoidinas.

Abraço,
 
Não.... fizeste confusão.



Reações de Maillard ocorrem entre açúcares e aminácidos. Onde estão os açúcares se ele é só malteado e torrado? Ou seja, pra ocorrer reação de maillard é preciso ter açúcar, logo, ele precisa ser gerado dentro do grão.

Resumindo... maltes cara/cristal todos querem dizer a mesma coisa..... que eles foram "mosturados" para criar açúcar dentro do grão, e posteriormente caramelizados gerando mais ou menos melanoidinas.

Abraço,

@Guenther, durante uma das etapas da malteação está a secagem que alcançaria temperaturas de até 100°C (depende da cor desejável). Nas condições de secagem a seco, os aminoácidos originários de reações proteolíticas reagem com os açúcares gerados durante a malteação produzindo melanoidinas (reação de Mailard). Ou seja, os aminoácidos e açúcares são gerados durante a malteação.

Na secagem, aí que surgiu minha dúvida, poderia haver secagem seca (maltes Cara - Maillard) ou secagem úmida (maltes Cristal - Caramelização). Na secagem úmida haveria uma parada para sacarificação para ampliar a produção de açúcares.

Procede?
 
@Guenther, durante uma das etapas da malteação está a secagem que alcançaria temperaturas de até 100°C (depende da cor desejável). Nas condições de secagem a seco, os aminoácidos originários de reações proteolíticas reagem com os açúcares gerados durante a malteação produzindo melanoidinas (reação de Mailard). Ou seja, os aminoácidos e açúcares são gerados durante a malteação.

Na secagem, aí que surgiu minha dúvida, poderia haver secagem seca (maltes Cara - Maillard) ou secagem úmida (maltes Cristal - Caramelização). Na secagem úmida haveria uma parada para sacarificação para ampliar a produção de açúcares.

Procede?
Não procede... :)

Tem um ponto específico aí, a secagem, que está fazendo você entender a coisa de forma equivocada.

Nos maltes especiais, o malte não é seco... ele é malteado, e assim que há o nível correto de enzimas ele é levado ainda verde e úmido para o forno onde elevam a temperatura para em torno de 65 graus para que estas enzimas convertam o amido em açúcar. Enzimas só trabalham com um nível mínimo de umidade.

Veja que, se o malte fosse seco antes como você está dizendo, as enzimas não trabalhariam................ :) A secagem é feita justamente para parar a ação das enzimas. Ou seja, da forma que você está dizendo, poderíamos fazer mosturação com o malte seco só elevando o malte base a 65 graus.......... obvio que isso não funciona.

Ou seja, maltes base são malteados, e depois secos suavemente em níveis diferentes de calor e tempo.

Maltes cara/cristal são malteados, depois são "mosturados" ainda verdades e úmidos para gerar açúcar dentro deles, e depois caramelizados e secos.

Durante a malteação não é gerado açúcar de forma considerável...... eles querem justamente gerar enzimas, mas evitar que essas enzimas comecem a quebrar amidos em açúcares, justamente para manter o maior nível possível de amidos.

Abraço,
 
Maltes cara/cristal são malteados, depois são "mosturados" ainda verdades e úmidos para gerar açúcar dentro deles, e depois caramelizados e secos.

Ok! E a secagem a seco e a secagem úmida, diferenciaria como os maltes?

Sds,

Fabiano da Mata



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Secagem a seco e secagem úmida?
Secagem/torra???. Para finalizar a germinação, como vc disse acima, é necessário remover a água do grão. Existem várias formas de se fazer isso levando-se em condição as variáveis deste processo, principalmente a taxa de aquecimento e se o ar seria seco ou úmido. E a minha menção de secagem seca ou úmida refere-se a está última variável (ar seco ou úmido).

A preservação de enzimas no grão, para mim está claro, que é função da temperatura final utilizada na secagem. No entanto a utilização de ar seco ou úmido não está claro qual efeito trás na diferenciação comercial dos grãos (vc já disse que cara e cristal são a mesma coisa!), e aí que vem a minha dúvida, pois se se conjuga uma secagem úmida (ar úmido) com temperaturas controladas, teoricamente poderia haver um grau de produção de açúcares, e finalizada está etapa é indo para uma secagem mais "agressiva" seria possível caramelizar esses açúcares e aqueles produzidos durante a germinação, diferentemente de uma secagem com ar seco, aonde vc já teria um certo teor de açúcares no grão (teoricamente menor que o da secagem úmida, pois vc não teria dado tempo para formação adicional de açúcares) e ao expô-lo a uma temperatura já elevada as prevalência, na minha interpretação, seria de que não ocorreria a caramelização na mesma intensidade dos que ocorrera com os grãos secos com umidade, mas sim predominaram as reações de Maillard, já que tem açúcares e aminoácidos produzidos durante a germinação.

Em suma (nem tão resumido assim): Ambas as reações ocorrem simultaneamente independente do modo da torra, pois o malte apresenta aminoácidos e açúcares residuais provenientes do próprio processo de malteação.

O fato de fazer a sacarificação prévia do malte na torra úmida é para aumentar a concentração de açúcares no interior do grão. Entretanto, a maior temperatura do forno junto a maior concentração de açúcares no interior do grão favorecerá a caramelização do grão como um todo na torra úmida, pois a teor de água do grão também ajudará a distribuir melhor o calor por todo o interior do malte.

Já na torra seca, com a baixa concentração de açúcares simples no interior do grão favorece a reação de Maillard. Entretanto, *como há baixa transmissão de calor pelo grão, a temperatura no exterior do malte será relativamente alta, então nesse caso, tende-se a favorecer a caramelização na superfície do malte e a reação de Maillard no interior.

Ou seja, faria sentido para mim pensar que malte Cristal teria uma caramelização no interior/exterior do grão, enquanto que os maltes Cara teriam caramelizado apenas externamente.

SDS,

Fabiano da Mata

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Secagem/torra???. Para finalizar a germinação, como vc disse acima, é necessário remover a água do grão. Existem várias formas de se fazer isso levando-se em condição as variáveis deste processo, principalmente a taxa de aquecimento e se o ar seria seco ou úmido. E a minha menção de secagem seca ou úmida refere-se a está última variável (ar seco ou úmido).

A preservação de enzimas no grão, para mim está claro, que é função da temperatura final utilizada na secagem. No entanto a utilização de ar seco ou úmido não está claro qual efeito trás na diferenciação comercial dos grãos (vc já disse que cara e cristal são a mesma coisa!), e aí que vem a minha dúvida, pois se se conjuga uma secagem úmida (ar úmido) com temperaturas controladas, teoricamente poderia haver um grau de produção de açúcares, e finalizada está etapa é indo para uma secagem mais "agressiva" seria possível caramelizar esses açúcares e aqueles produzidos durante a germinação, diferentemente de uma secagem com ar seco, aonde vc já teria um certo teor de açúcares no grão (teoricamente menor que o da secagem úmida, pois vc não teria dado tempo para formação adicional de açúcares) e ao expô-lo a uma temperatura já elevada as prevalência, na minha interpretação, seria de que não ocorreria a caramelização na mesma intensidade dos que ocorrera com os grãos secos com umidade, mas sim predominaram as reações de Maillard, já que tem açúcares e aminoácidos produzidos durante a germinação.

Em suma (nem tão resumido assim): Ambas as reações ocorrem simultaneamente independente do modo da torra, pois o malte apresenta aminoácidos e açúcares residuais provenientes do próprio processo de malteação.

O fato de fazer a sacarificação prévia do malte na torra úmida é para aumentar a concentração de açúcares no interior do grão. Entretanto, a maior temperatura do forno junto a maior concentração de açúcares no interior do grão favorecerá a caramelização do grão como um todo na torra úmida, pois a teor de água do grão também ajudará a distribuir melhor o calor por todo o interior do malte.

Já na torra seca, com a baixa concentração de açúcares simples no interior do grão favorece a reação de Maillard. Entretanto, *como há baixa transmissão de calor pelo grão, a temperatura no exterior do malte será relativamente alta, então nesse caso, tende-se a favorecer a caramelização na superfície do malte e a reação de Maillard no interior.

Ou seja, faria sentido para mim pensar que malte Cristal teria uma caramelização no interior/exterior do grão, enquanto que os maltes Cara teriam caramelizado apenas externamente.

SDS,

Fabiano da Mata

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Cara......... agora ficou uma confusão. Sinceramente, e não foi má vontade, eu li o teu texto..... mas não consegui entender. Tentei também responder frase por frase.... mas não consegui, porque essa história de secagem úmida confunde tudo, hehehehe.

Onde tu leu esse negócio de secagem úmida?

Secagem = remover umidade

Secagem úmida seria o que? Secar com ar úmido...... que mantém a umidade? Então não é secagem. :)

Dá uma lida aqui e depois me diz se restou alguma dúvida: http://beersmith.com/blog/2014/06/26/caramel-and-crystal-malt-in-beer-brewing/
 
@Guenther, essa questão de grãos secos e úmidos, e a torra parece ter feito eu desenvolver um modelo que parece não existir nas maltearias. Obrigado pela paciência.

SDS,

Fabiano da Mata

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Me sanou diversas duvidas, minhas duas primeiras brassagens eu ficava abrindo e medindo a cada 2 minutos :mad:

Bola pra frente ! haha
 
Estou começando agora nesse Mundo e aproveitando a empolgação inicial estou lendo muito sobre tudo. Acompanhei uma brassagem de um amigo que aprendeu com um primo, e pelo pouco que conheço e pelo que já li, pude ver que ele comete diversos erros.

Aproveitando para agradecer o Guenther pelos excelentes tópicos e por se expressar de maneira simples, não ficam duvidas ao final da leitura. Está me ajudando muito. Obrigado.

Abraço!
 
@Guenther e pra quem faz a mostura com recirculação constante, através de bomba? A temperatura não cai muito? É mais recomendável eu deixar o mosto ali paradinho por uma hora e meia e recircular depois, ou posso manter a bomba ligada todo o tempo sem checar a temperatura? Valeu!!
 
Recircular baixa um pouco a temperatura... mas no meu caso, nas duas vezes que tentei corrigir a temperatura durante a mostura eu esqueci ligado (é com resistencia) e a temperatura subiu demais... Pra mim, agora, vou jogar os graos e deixar quietinho... no final da mostura eu recirculo...


@Guenther e pra quem faz a mostura com recirculação constante, através de bomba? A temperatura não cai muito? É mais recomendável eu deixar o mosto ali paradinho por uma hora e meia e recircular depois, ou posso manter a bomba ligada todo o tempo sem checar a temperatura? Valeu!!
 
@Guenther e pra quem faz a mostura com recirculação constante, através de bomba? A temperatura não cai muito? É mais recomendável eu deixar o mosto ali paradinho por uma hora e meia e recircular depois, ou posso manter a bomba ligada todo o tempo sem checar a temperatura? Valeu!!

A recirculação é necessária somente enquanto a fonte de calor está ligada, para homogenizar a temperatura e não caramelizar o fundo.
Enquanto mostura já com a temperatura correta, o ideal é não recircular, pois vai perder bastante calor.
Deixa para recircular depois da mosturação estar completa.
 
Seguindo as dicas do tópico, há muito tempo feito minhas mosturas subido um grau acima da temperatura planejada da receita, desligo e deixo o pau quebrar por uma hora e meia. Meu grilo é que a temperatura tem baixado uns 6 graus.

Exemplo: ontem mesmo fiz uma, na receita era pra ser a 67 graus a mostura, comecei a 68. Mas uma hora e meia depois, tava uns 62... E tem meio sido assim.

Ai que tá. No meu caso, seria melhor corrigir ou o perfil do mosto não vai alterar tanto assim? Fico pensando que essa temperatura mais baixa pode continuar a conversão e termina fazendo um mosto com açúcar mais fermentável, ao contrário do plano inicial. Certo ou errado?
 
Tem baixado 6 graus sem mexer?

Isso é incomum. Mas eu acredito que não há muito problema não, se você tiver grilado com isso dá pra pensar em melhorias no isolamento da panela, o mais simples sendo um cobertor em volta.
 
Seguindo as dicas do tópico, há muito tempo feito minhas mosturas subido um grau acima da temperatura planejada da receita, desligo e deixo o pau quebrar por uma hora e meia. Meu grilo é que a temperatura tem baixado uns 6 graus.

Exemplo: ontem mesmo fiz uma, na receita era pra ser a 67 graus a mostura, comeei a 68. Mas uma hora e meia depois, tava uns 62... E tem meio sido assim.

Ai que tá. No meu caso, seria melhor corrigir ou o perfil do mosto não vai alterar tanto assim? Fico pensando que essa temperatura mais baixa pode continuar a conversão e termina fazendo um mosto com açúcar mais fermentável, ao contrário do plano inicial. Certo ou errado?

A panela com a tampa fechada e sem recirculação e/ou mexer na cama de grãos, dificilmente irá baixar 6 graus...no meu caso raramente baixa mais do que 3c...

Quanto aos açúcares fermentáveis, uma vez convertidos em açúcares mais complexos, estes não serão "reconvertidos" em açúcares mais simples.

Para um mosto com mais corpo, basta que a maior parte do tempo seja acima de 67c...o tempo que ficar abaixo disso, não irá mudar em muito seu perfil
 
Aproveitando o tópico de correção de temperatura na mosturação, na minha brassagem de uma weiss no sábado, comecei a aquecer a água e quando verifiquei o termômetro, já estava em 55ºC. Como uma das rampas a ser feita era nessa temperatura, desci os maltes e deixei pelo tempo que estava previsto (10min). No entanto, eu precisava chegar na temperatura da primeira rampa (43ºC = parada do ácido ferúlico), e como não estava baixando muito a temperatura, eu acrescentei água à temperatura ambiente para "corrigir" essa temperatura. Notei que a cor do mosto ficou mais escura após esse procedimento, mas minha maior preocupação está quanto ao resultado final.
Quais serão as possíveis consequências quanto ao aroma e sabor na cerveja, devido ao fato de ter misturado água (devidamente filtrada) com temperatura menor que a mostura?

OBS: Após essa rampa de 43ºC, aqueci novamente para 67ºC e mantive por uma hora e posterior mash out.
 
Seguindo as dicas do tópico, há muito tempo feito minhas mosturas subido um grau acima da temperatura planejada da receita, desligo e deixo o pau quebrar por uma hora e meia. Meu grilo é que a temperatura tem baixado uns 6 graus.

Exemplo: ontem mesmo fiz uma, na receita era pra ser a 67 graus a mostura, comeei a 68. Mas uma hora e meia depois, tava uns 62... E tem meio sido assim.

Ai que tá. No meu caso, seria melhor corrigir ou o perfil do mosto não vai alterar tanto assim? Fico pensando que essa temperatura mais baixa pode continuar a conversão e termina fazendo um mosto com açúcar mais fermentável, ao contrário do plano inicial. Certo ou errado?

Será que não estas considerando a temperatura da água antes de adicionar os grãos? Se for, aí que está teu problema.. Assim que você adiciona os grãos, pode perder uns 4ºC...
 
Aproveitando o tópico de correção de temperatura na mosturação, na minha brassagem de uma weiss no sábado, comecei a aquecer a água e quando verifiquei o termômetro, já estava em 55ºC. Como uma das rampas a ser feita era nessa temperatura, desci os maltes e deixei pelo tempo que estava previsto (10min). No entanto, eu precisava chegar na temperatura da primeira rampa (43ºC = parada do ácido ferúlico), e como não estava baixando muito a temperatura, eu acrescentei água à temperatura ambiente para "corrigir" essa temperatura. Notei que a cor do mosto ficou mais escura após esse procedimento, mas minha maior preocupação está quanto ao resultado final.
Quais serão as possíveis consequências quanto ao aroma e sabor na cerveja, devido ao fato de ter misturado água (devidamente filtrada) com temperatura menor que a mostura?

OBS: Após essa rampa de 43ºC, aqueci novamente para 67ºC e mantive por uma hora e posterior mash out.

Amigo, como você mesmo disse, "aproveitando o tópico", já sabe que é :off:
Sendo assim, por gentileza abrir outro tópico com seu assunto específico. Assim facilita para outros que tenham a mesma dúvida que a sua...
 
O próprio tópico do Guenther já explica

No primeiro post temos:

"- Algumas dextrinas (açúcares não-fermentáveis) podem eventualmente ser quebrados também Açúcares Fermentáveis"
"1h30 é um tempo que não só gera conversão completa (na realidade, isso ocorre bem antes, dificilmente mais que 1h) mas o tempo a mais garante também uma boa fermentabilidade"
"Ok, mas a 60 a atuação de Beta não é mais lenta? Sim, aí que entra 1h30 pra dar tempo suficiente para que mais e mais dextrinas os últimos amidos simples sejam quebrados em Maltose."

Essas afirmações me fazem pensar que açúcares complexos serão convertidos em açúcares simples se você exagerar no tempo de conversão e tiver beta disponível no mosto.

Depois o Guenther diz:

“E se eu esperar mais ainda, Beta vai continuar quebrando Dextrinas e deixar o mosto mais fermentável ainda?
Sim, vai, mas a diferença é muito pequena, basta olhar o artigo do Kaiser e ver que não há grande diferença entre 90 e 280 minutos de mosturação, ou seja, no geral, 90 minutos é um ótimo custo/benefício."

Realmente o artigo do Kaiser apresenta um gráfico de limite de atenuação que nos induz a pensar isso, porém, se você reparar na regressão logarítmica que ele utilizou vai ver que os pontos da curva de 67ºC estão bem fora da regressão. Talvez a curva logarítmica não seja a que melhor descreva o modelo. De fato, se você reparar bem nos pontos e tentar fazer a regressão na sua cabeça vai ver que a curva de 72ºC cresce mais rápido que a de 67ºC a partir dos 60min de brassagem.

Portanto o que eu faço? Respeito o tempo de brassagem que eu programei na elaboração da receita, e confiro se a FG pretendida foi alcançada. Se ela ficou abaixo do esperado, provavelmente a temperatura de brassagem ficou abaixo do programado na média.

Então, acha que faz sentido? Ou eu tô viajando?
 
No primeiro post temos:

"- Algumas dextrinas (açúcares não-fermentáveis) podem eventualmente ser quebrados também Açúcares Fermentáveis"
"1h30 é um tempo que não só gera conversão completa (na realidade, isso ocorre bem antes, dificilmente mais que 1h) mas o tempo a mais garante também uma boa fermentabilidade"
"Ok, mas a 60 a atuação de Beta não é mais lenta? Sim, aí que entra 1h30 pra dar tempo suficiente para que mais e mais dextrinas os últimos amidos simples sejam quebrados em Maltose."

Essas afirmações me fazem pensar que açúcares complexos serão convertidos em açúcares simples se você exagerar no tempo de conversão e tiver beta disponível no mosto.

Depois o Guenther diz:

“E se eu esperar mais ainda, Beta vai continuar quebrando Dextrinas e deixar o mosto mais fermentável ainda?
Sim, vai, mas a diferença é muito pequena, basta olhar o artigo do Kaiser e ver que não há grande diferença entre 90 e 280 minutos de mosturação, ou seja, no geral, 90 minutos é um ótimo custo/benefício."

Realmente o artigo do Kaiser apresenta um gráfico de limite de atenuação que nos induz a pensar isso, porém, se você reparar na regressão logarítmica que ele utilizou vai ver que os pontos da curva de 67ºC estão bem fora da regressão. Talvez a curva logarítmica não seja a que melhor descreva o modelo. De fato, se você reparar bem nos pontos e tentar fazer a regressão na sua cabeça vai ver que a curva de 72ºC cresce mais rápido que a de 67ºC a partir dos 60min de brassagem.

Portanto o que eu faço? Respeito o tempo de brassagem que eu programei na elaboração da receita, e confiro se a FG pretendida foi alcançada. Se ela ficou abaixo do esperado, provavelmente a temperatura de brassagem ficou abaixo do programado na média.

Então, acha que faz sentido? Ou eu tô viajando?

Então amigo,

Mosturando a 67, 68...a Beta age mais rápido e consequentemente acaba transformando mais açúcares em Dextrina, que são açúcares não fermentáveis, que aumentam a sensação de corpo. Alfa não consegue, ou gera pouca dextrina.

O restante são basicamente açúcares fermentáveis, que tanto alfa quanto beta irão transformar.

Portanto o que virou dextrina, não irá virar açúcar fermentável. Baixando a temperatura, terá menos açúcares complexos, porém como quase todo o amido já foi convertido, isso fará pouca diferença.

No How To Brew tem as melhores informações sobre essas conversões ;)
 
Mosturando a 67, 68...a Beta age mais rápido e consequentemente acaba transformando mais açúcares em Dextrina, que são açúcares não fermentáveis, que aumentam a sensação de corpo. Alfa não consegue, ou gera pouca dextrina.

Acho que você inverteu, certo? Mosturando a 67, 68... a Alfa vai agir rápido e converter todo o amido em dextrinas.

Portanto o que virou dextrina, não irá virar açúcar fermentável. Baixando a temperatura, terá menos açúcares complexos, porém como quase todo o amido já foi convertido, isso fará pouca diferença.

No How To Brew tem as melhores informações sobre essas conversões ;)

Pois eu acho que o que virou dextrina continua sendo quebrado, e se transformando em açúcares fermentáveis, e é justamente do How to Brew que eu tirei essa informação. Veja:

"[...] There is a lot of talk on the homebrewing forums about mashes that are finished in 20 minutes, as verified by an iodine/starch test. But the iodine test only tells you that you have degraded the starches, it does not tell you to what extent, nor the resulting fermentability, which will depend upon which sugars have been released. Generally, more time is needed to achieve the highest degree of extract from the grist and good fermentability, and I recommend mashing for an hour to be sure."

Acho que a beta amilase é capaz de pegar uma dextrina e ir quebrando as ligações alfa 1-4 a partir das extremidades gerando várias moléculas de maltose. O limite da beta amilase são as ligações 1-6 dos pontos de junção, ou seja, mesmo deixando a beta agir por mais tempo, há um limite superior para a fermentabilidade do mosto, pois as ligações alfa 1-6 não serão quebradas pelas amilases.
 
Acho que você inverteu, certo? Mosturando a 67, 68... a Alfa vai agir rápido e converter todo o amido em dextrinas.

Perdão...sim inverti... quase sempre faço isso :(


Pois eu acho que o que virou dextrina continua sendo quebrado, e se transformando em açúcares fermentáveis, e é justamente do How to Brew que eu tirei essa informação. Veja:

"[...] There is a lot of talk on the homebrewing forums about mashes that are finished in 20 minutes, as verified by an iodine/starch test. But the iodine test only tells you that you have degraded the starches, it does not tell you to what extent, nor the resulting fermentability, which will depend upon which sugars have been released. Generally, more time is needed to achieve the highest degree of extract from the grist and good fermentability, and I recommend mashing for an hour to be sure."

Acho que a beta amilase é capaz de pegar uma dextrina e ir quebrando as ligações alfa 1-4 a partir das extremidades gerando várias moléculas de maltose. O limite da beta amilase são as ligações 1-6 dos pontos de junção, ou seja, mesmo deixando a beta agir por mais tempo, há um limite superior para a fermentabilidade do mosto, pois as ligações alfa 1-6 não serão quebradas pelas amilases.

Não foi bem o que entendi nesse trecho.
A minha interpretação é que o amido é desnaturado e depois de desnaturado ocorrem as transformações dos açúcares.

Não tenho embasamento técnico para discutir maiores detalhes das ligações químicas que ocorrem nessas transformações.

Mas para mim uma vez convertido em dextrina, não se quebra em açúcares fermentáveis. Pelo menos até hoje trabalho com essa premissa.

Um dos principais fatores que me levam a crer nisso é a utilização do Carapils, que até onde sei é um malte rico em dextrina e que eleva o corpo da cerveja. Na minha opinião se elas fosse quebradas em açúcares simples, deveria ter uma recomendação para utilizá-lo somente no fim da mosturação.

Talvez o @Guenther possa nos ajudar melhor nessa questão.
 
Um dos principais fatores que me levam a crer nisso é a utilização do Carapils, que até onde sei é um malte rico em dextrina e que eleva o corpo da cerveja. Na minha opinião se elas fosse quebradas em açúcares simples, deveria ter uma recomendação para utilizá-lo somente no fim da mosturação.

Acho que o Carapils possui muitas ligações alfa 1-6, que não são quebradas pelas amilases.
 
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