Variação de sabor e aroma entre envazadoras Ambev

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lucianomx

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Alguém saberia dizer o por quê das cervejas Ambev fabricadas em Jacareí (sigla JC nos rótulos) ter menos aroma e sabor de malte do que as fabricadas em Jaguariúna (sigla JA nos rótulos) ?

Coincidência ou não algumas cervejas, acredito serem mais nobres, a Ambev não produz em Jacareí a exemplo a Serra Malte e Original, nem a Bohemia (hoje inferior a sua versão de algumas décadas atrás) são produzidas em Jacareí, ao menos nunca encontrei.
 
Luciano, não conheço muito de Ambev, mas são as mesmas cervejas que são produzidas nas duas fábricas ou são marcas diferentes?

Se forem marcas diferentes a resposta é óbvia: são receitas diferentes, portanto, com características diferentes.

Se forem marcas iguais, como os processos são altamente controlados (e insumos altamente modificados) nessa empresa, as características dela de lote para lote ou fábrica para fábrica permanecem praticamente as mesmas.

Normalmente os problemas de falta de aroma ou variações diversas nessas cervejas, se dão pela idade da cerveja e condições de armazenamento e transporte.



Agora a pergunta que não quer calar: cervejas mais nobres?!?
 
"Mais nobres" não é nobre em absoluto, mas relativo, e como eu não citei a proporção e sendo ela muito subjetiva está certo, mas acho que teria ficado melhor com o nobre entre aspas. Perdoe-me.

Mas então, sim esta comparação se trata das mesmas marcas produzidas pelas fábricas de JA e JC. Eu e amigos notamos esta característica há pelo menos 6 anos, isto me permite afirmar que é uma constante e não sorte ou azar, de um ou outro lote, mas pode até ser algo no processo, algum cuidado a mais em uma ou outra etapa ou com ingredientes, pois também duvido que sejam ingredientes diferentes.

Mas é muito difícil aqui em São Paulo/SP comprovar isto, já que é raro encontrarmos as fabricadas em JA, sendo a mais comum as de JC. Mas quando encontramos costuma ser um lote grande ai dá pra estocar pra brincar de teste cego, entre nós ou com pessoas que ainda não observaram esta diferença, e é muito nítida a diferença, todos concordam, no aroma já dá pra sentir. Na minha opinião as cervejas Ambev fabricadas em JA tem um aroma e sabor mais distinto de malte, as de JC parecem refrigerante com álcool e excesso de CO2, nunca medi pH mas parecem mais ácidas.

Mas a dúvida continua... se o ingrediente água é uma lenda, o que será que tem entre estas fábricas da Ambev que torna a cerveja tão diferente, e que coincidentemente reflete nas "mais nobres" que não são feitas nas fábricas como de JC (Jacareí) ? Ao menos nunca encontrei em SP, Serra Malte, nem Original, nem nem Stela, nem Bohemia, feitas em JC, e olhe que as demais cervejas ("menos nobres" ;) ) predominam as fabricadas em JC, por aqui.
 
hahaha, entendi o nobre da coisa então.



Mas então, até na primeira aula do curso de sommelier de cervejas que estou fazendo foi citado isso. No caso é um semi-mito. A água só interfere na cerveja se ela não tiver sido modificada para a realidade que eles querem.

Em se tratando de Ambev, a água é totalmente modificada e seus ingredientes e processos são rigorosamente os mesmos, pois essa é uma diretriz deles, de alta uniformidade nos produtos.

Portanto eles modificam a água para que a água de Agudos seja a mesma que da água tirada de Petrópolis ou do local que fica a fábrica A, B ou C, para que tenha o mesmo produto para todos os consumidores, usando filtros e produtos químicos para isso.

O mesmo não acontece com a maioria das microcervejarias, onde a cerveja pode modificar conforme a sazonalidade, tanto pelos processos, quanto pelos ingredientes.

Tinha uma fabricante famosa que no passado havia aberto uma fábrica no nordeste (não lembro o estado) e não tinha verificado a composição da água nem efetuava correções. O resultado foi uma cerveja reprovada pelos consumidores, pois era mais salgada que as demais.

Portanto é sim possível que haja diferença entre as fábricas, de acordo com a água utilizada, mas a Ambev usa tanto produto químico, que a água fica perfeitamente igual.


Reforço o que tinha falado antes... acredito que essa diferença é mais provavel que aconteça por conta do transporte, armazenagem e idade do lote, mas não descarto que possa ser por conta de algum processo que seja feito diferente nas fábricas.


Tente fazer um teste cego com seus amigos para testar as duas. Mas se atente que as datas de vencimento devem estar próximas e de preferência sejam comprados no mesmo local para tentar reduzir a chance de armazenamento diferente de um para o outro.
 
Agente faz este teste há anos. Já observamos outras fábricas e destaco a de Niterói (NR), João Pessoa (JP) e Piauí (PI) como origem de "boas" (cervejas melhores que as de Jacareí).

Mas o que mais nos intriga é a coincidência das tais "nobres" encontradas até hoje apenas vindo de JA e NR em SP, principalmente Jaguariúna. Mas infelizmente estamos em SP e é raro achar de outras fábricas.

Já viajei o país inteiro a trabalho e me mantive atento a estas comparações, mas o experimento fora de casa sem a referência de JC pra comparar na hora não é muito garantido, tem qie confiar no paladar e trazer pra casa uma pequena amostra que também não é uma comparação suficiente.

Bem é facilmente constatável, mas vou agora comparar datas. Porém convido-os a testar e encontrar uma "nobre" feita em JC ou conseguir degustar ambas JA e JC pra comparar,

Esta dúvida me persegue há anos.
 
Essa estória de padronização da água é teoria, se fosse realizada de fato em todas, ou a maioria das fábricas da ambev ou qualquer outra, não haveria uma mesma cerveja com gosto diferente em cada Estado. De fato, a cerveja de Jaguariúna faz com que eu diga para meus amigos (mas eu tenho que estar com muita sede mesmo pra isso) que a Brahma é gostosa, ao passo que eu quase nem mais tomo a produzida em outras cervejarias da ambev, seja skol ou brahma. Certa vez tomei uma brahma numa festa e, assim que engoli, na hora queria saber o que tinha de diferente aquela cerveja: era de Jaguariúna. Meados do ano passado fui para Maceió e provei Skol e Bohemia de lá (produzidas em Pernambuco, se não me engano, e mais uma outra cidade). São horríveis, intragáveis (comparadas às daqui). Se eu tivesse bebido sem saber a marca eu não teria acertado que se tratava de uma bohemia. Não apenas não tem gosto de malte como é ruim. Aliás, as únicas cervejas de lata abaixo de 2,50 que sinto gosto de malte (que são vendidas aqui) são a 1500 (da Conti), que é boa, e a Bavaria Premium. A Heineken sinto apenas o lúpulo.
 
Convenhamos, se a água de Jaguariúna, Agudos, Ribeirão Preto, Petrópolis, etc, é boa e a de outra cidade não, porque padronizá-las? É como querer alterar a água de Pilsen e Dublin para deixá-la diferente. Não sei como se faz a padronização, mas penso que irão querer deixar a água das outras fábricas iguais às dessas cidades que citei. É como querer melhorar uma coisa boa e uma coisa ruim; a coisa boa ficará melhor, a coisa ruim ficará mais ou menos.
 
Há quem garante que grandes companhias trabalham com margens de ajustes em suas receitas. Estes ajustes serviriam para adaptações a mercados, e regiões. Ou ainda permitir a redução de gastos com ajustes de água, por exemplo. Tudo depende da política com cada produto, podendo chegar ao ponto de ser proibitivo fabricar certas cervejas em determinadas regiões dado o custo do ajuste.

Desta forma, uma receita de uma determinada origem pode ficar "diferente" (tecnicamente, melhor, por exemplo) com uma determinada água de outra região, e neste caso, estas margens permitiriam à companhia ter menos gastos com ajustes, seja para melhorar ou piorar a água, por exemplo.

Dito isto, teríamos uma explicação para as grandes diferenças entre algumas envasadoras da Ambev, se a política de ajustes em suas receitas, forem relativamente largas.

Mas em termos técnicos, talvez químicos, ainda me intriga que a bebida envasada em Jaguariúna, tenha tantas diferenças das envasadas em Jacareí, e a parte mais curiosa de tudo isto é a Ambev envasar certos tipos de bebidas concebidas como mais nobres (vamos lá, sem risos), apenas em Jaguariúna, ou em outras regiões que talvez mantem uma característica similar (mas não tem todas as envasadoras), a destacar desta vez a Cerveja Serra Malte. Não estou tecendo uma opinião se é ruim ou boa, apenas tentando entender as perceptíveis diferenças entre estas bebidas e as regiões onde foram envasadas.

O mesmo não acontece com as bebidas, digamos, de altíssima escala (de massa), como Skol, Antártica, Budweiser, Brahma, etc. Estas se transformam radicalmente conforme a envasadora.

Se alguém um dia puder responder...
 
Tem um video la no youtube da acerva paulista onde o cara da bio4(empresa que faz fermento ) da uma palestra.
Nessa palestra ele comenta que ele participou ou desenvolveu (num lembro bem agora) um processo para diminuir a quantidade de espuma nos fermentadores, aumentando assim a capacidade util do fermentador. Ele disse que antes a este processo a Ambev jogava um EXTRATO DE LUPULO na parte de cima do fermentador para diminuir a espuma, e com certeza isso deixava a cerveja mais "nobre". No processo dele se eu não me engano eles trocaram isso por um tipo de silicone.
Acho que é mais certo que uma fabrica adotou esse novo processo e outra não do que essas lendas misteriosas da agua

De qualquer forma posso estar falando groselha, mas vale a pena dar uma olhada no video
 
Já vi este vídeo. Palestra do grande Marcelo Barga.

marcusgrenfell, esta última abordagem, das tais margens de ajustes (ou tolerância), como explicação para variações entre regiões, mata também a lenda da água. Embora, ainda ajustes possam ser maiores ou menores, conforme os custos da padronização (quer dizer, no final das contas da não-padronização, dada as dimensões das margens - que não conhecemos).

E por outro lado, as SALs (Standard Americon Lagers) são tão vazias de "temperos" e maltes, que qualquer variação deve ser facilmente perceptível na cerveja.
 
Aqui na minha cidade, no Mato Grosso, encontramos as Ambev's vindas de JA, JC e CI (Cuiabá). Claramente Skol vinda de SP é "menos pior", que a de Cuiabá (CI), e...

ABSURDAMENTE a Brahma de Cuiabá é horrível! eu identificava na hora, mesmo depois de ter bebido umas.
 
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