Rodrigo,
A decocção requer justamente o oposto, ou seja, levar mais grão adiante e deixar mais água no main mash. Como "regra" geral, dá para dizer que a água para a porção da decocção (geralmente 1/3 do volume total da mosturação) é apenas suficiente para não deixar o grão queimar.
Imagino que a tua preocupação seja mais ou menos a que eu tinha, de extrair uma quantidade imensa de taninos na fervura do bagaço e resultar uma cerveja intragável (adstringente). Mas na realidade isto não acontece, precisamente pelo baixo PH da porção [densa] do mosto retirado para a decocção. É possível, inclusive, que levando pouco grão para a decocção ocorra o efeito inverso daquele que o homebrewer espera, isto é, níveis mais elevados de polifenóis (é mais ou menos aquela situação de ficar lavando o bagaço além do ponto que se deve, diminuindo a concentração).
Aqui vale uma observação: a decocção gera taninos, sim, mas em níveis baixos, que algumas teorias alegam fazer parte do próprio caráter do estilo a que ela se propõe. E isto não pode ser obtido pelo uso de Melanoidina ou mesmo de Munich.
Bueno, o fator água (soft, no caso) também ajuda. Numa dessa, até corrigir com gesso (cálcio).
Outros benefícios esperados são elevação da eficiência, redução drástica de DMS e menos proteínas (breakdown), por conta das rápidas oscilações de temperatura.
Pra não ficar me papagaiando com um post interminável, vou deixar um artigo que achei bem interessante (entre as dezenas que tenho lido sobre o assunto :rockin: ):
http://byo.com/mashing/item/537-decoction-mashing-techniques
Espero ter ajudado.
Abraço
Wagner