Cerveja sem Alcool

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wagnerlibardi

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Olá pessoal.

Por curiosidade resolvi fazer um teste.
Peguei 700ml de uma cerveja pronta que já produzi e fervi por 15min para retirar o alcool (fui informado que 45min a 80 graus bastaria, mas não estava com um termometro no momento).
Após o processo, resfriei e coloquei em uma garrafa de coca cola de 600ml. Essa garrafa possui na tampinha uma valvula de camara de ar de pneu. Antes de fechar a tampa, eu pressionei a garrafa para retirar todo o oxigenio e fechei (ficou amassada). Depois injetei o CO2 pelo bico da tampa com 1 BAR (não sei o quanto a garrafa pode suportar).
Sacudi a garrafa varias vezes, como se estivesse carbonatando uma cerveja no postmix. Após fazer isso, abri a garrafa, porém nada de carbonatação.
Fiz novamente o processo de inserir o co2 e sacudir varias vezes, porém agora vou deixar descansando na geladeira por 2 dias para ver se absorve o co2.

Alguém já ferveu a cerveja para retirar o alcool e fez carbonatação forçada?
 
Resultado dos testes:

Ficou horrível. O sabor ficou bem estranho. A carbonatação ficou fraca. Parece que o liquido não absorve o co2 direito. Coloquei apenas 1bar pois não sei o quanto uma garrafa pet suporta.
 
Eu estou fazendo umas experiência com cerveja sem álcool. Produzi uma weiss, e separei 2 L para retirar o álcool, logo após colocar o açucar para o priming (eu deveria ter colocado o açucar após retirar o álcool, mas acabei esquecendo e colocondo a açucar do priming antes).

Com 1 L, fervi em pressão ambiente até evaporar cerca de 30-40 %, depois completei com água destilada até o volume de 900 mL, e adicioneu 100 mL da cerveja que eu tinha separado antes de tirar o álcool (como a cerveja tinha uns 5 % de álcool, após diluida, a cerveja sem álcool vai ficar com um pouco mais que 0,5 % de álcool, devido ao álcool produzido no priming se somar a esse álcool adicionado). Estou aguardando para ver o resultado, porém já começo a carbonatar.

Com o outro 1 L, eu fiz vácuo com uma bomba de vácuo a água, e fervi a cerveja a 55 °C, o resto do procedimento foi igual. Na cerveja que fervi a pressão ambiente, notei um aroma caramelado, talvez devido o açucar do priming.

Vou experimentar no final do ano e posto aqui as minhas impressões. Ah, estou com 6 L de cerveja na fermentação secundaria e pretendo separar novamente 2 L, e repetir os procedimento para retirar o álcool, porém desta vez, vou colocar o açucar do priming só depois de retirar o álcool e vou tentar ferver a cerveja a 45 °C.

Ah, garrafa PET suporta tranquilo uns 4 bar. Estou usando uma garrafa pet de 3,3 L como mini barril com torneira.
 
Começando pelo uso da bomba de vácuo, uma das dificuldades é que a cerveja tem que estar bem degaseificada antes de começar a fazer vácuo, do contrário, ela sobe igual leite fervendo e carrega o líquido. Eu uso uma bomba de vácuo a água (com trompa de vácuo dessas comum em laboratórios de química), então, a cerveja vazar para a bomba não danifica a bomba, mas ninguém quer ficar perdendo cerveja, né?

Mas se degaseificar bem antes de começar o vácuo, dá para você ferver a cerveja a 40 oC.

Se você reduzir o volume inicial do líquido em cerca de 25 %, você praticamente garante que reduziu o teor alcóolico para menos de 0,5%. Para valores mais exatos de quanto deveria ser a redução do volume inicial, tem que se considerar qual a temperatura de ebulição e o teor alcoolico inicial. O valor de 25 % ou 1/4 é suficiente para qualquer temperatura utilizada se a cerveja tiver até uns 7% de álcool.

Feito essa redução no volume, você pode aumentar o volume novamente com água, na proporção que te agradar. Mas que se quiser recuperar com água os 25 % que tirou, ela vai ficar meio aguada. Acho que recuperar até uns 10- 15 % com água é razoável para não deixá-la aguada.

Bom, mas e o sabor e aroma depois de retirar o álcool? Em qualquer das temperaturas que testei, a cerveja perde aroma, e depois de retirar o álcool, fiz um dry-hopping. Apesar da redução da temperatura ser menos agressiva com os aromas, o processo leva mais tempo, e aí, uma coisa acaba meio que empatando com a outra (tempo e temperatura são as duas váriáveis importantes em processos térmicos, e uma temperatura alta em tempo curto as vezes tem o mesmo efeito de uma temperatura baixa em um tempo longo).

Considerando o trabalho que dá e o tempo que leva cada uns dos processos que utilizei para tirar o álcool, e o resultado final que obtive, de agora em diante, vou apenas aquecer em banho maria (ou outra forma de aquecimento "suave", como uma resistência de baixa potência), mantendo em ebulição até o volume inicial se reduzir em 25 %. Lembrando que sempre que há ebulição, é importante mexer a cerveja de vez em quando, para evitar que ela suba igual leite. Fazer isso em um recipiente aberto e sem vácuo, é muito mais fácil que em um recipiente fechado conectado a uma bomba de vácuo, e por isso não é necessário degaseificar antes de começar a ebulição a pressão ambiente.

Uma vez retirado o álcool, eu transferiro a cerveja para um outro reservatório (por exemplo, meu fermentador) e faço o dry-hopping. Depois eu filtro, faço o priming e engarrafo.

Ah, atualmente, estou apenas retirando o álcool de uma pequena quantidade de cerveja cuja receita é feita para ter álcool. Acredito que os melhores resultados podem ser obtidos se a receita já for pensada para minimizar a produção de álcool, como fazendo toda a brassagem a 70-72 oC.

Se alguém testou algum outro método, e ficou satifeito com o resultado, queremos saber como é.
 
Tava lendo seus comentários, e basicamente é o que vou fazer. Meu pai nao pode mais beber bebida alcoolica e tomar brahma zero é triste demais... Semana que vem vou produzir uma weiss, vou separar um 5 a 10l, vou aquecer a 80°C por 40 a 60min, depois vou adicionar um hop tea, de citra talvez, fazer priming e engarrafar.
Pergunta, como posso acompanhar a volatilização do alcool? será que consigo ver pelo refratometro ou densimetro, que em teoria a densidade vai mudar, agora, vai baixar ou aumentar?
 
Eu geralmente acompanho o volatização do alcool pela mudança da massa total (ou mais fácil, e mais aproximado, pelo volume).
Eu consultei esse site (http://vle-calc.com/phase_diagram.h...ode=isothermal&VLEType=xyp&numberForVLE=80.00), e a partir dos dados de concentração de etanol na fase líquida e gasosa, se você tiver uma cerveja com teor alcoolico de até uns 4.5 % em base mássica, conclui que vai precisar evaporar cerca de 20 % da massa inicial para atingir um teor alcoolico de 0,5 %. Isso acontece pois mesmo a 80 ºC, água vai vaporizar junto do álcool. Para ser sincero, a 80 ºC, vai demorar um bom tempo para reduzir em 20 % sua massa inicial. Eu geralmente aqueço a 100 ºC, e o tempo que leva para reduzir a massa de cerveja em 20 % varia com o volume inicial que eu coloco e com a potência de aquecimento. Portanto, esqueça essa regra dos 40 -60 min, pois esse tempo depende do volume inicial da cerveja e da potência de aquecimento, e se há ou não agitação da cerveja.
Nas cervejas de trigo, eu aproveito e ponho um pouco (muito pouco) de cravo na cerveja quando estou fervendo para tirar o álcool, e meu pai tem gostado bastante do resultado.
Nas cervejas que não são de trigo, eu tenho optado por fazer um dry-hopping depois de retirar o álcool, para incorporar um pouco de aroma.
Ainda não estou 100 % satisfeito com minhas cervejas sem álcool, mas meu pai está bem satisfeito.
 
Eu abandonei a técnica de retirar o álcool e passei para a técnica de produzir cerveja com pouco álcool (< 1,0%) controlando o OG e a quantidade de açucares fermentáveis (na mosturação) e utilizando cepas pouco atenuantes. Meu pai adora minha cerveja, e eu particulamente, acho que ficou bem melhor que muita cerveja sem álcool comercial. Ela é uma boa opção quando quero beber e tenho que dirigir.
 
Eu abandonei a técnica de retirar o álcool e passei para a técnica de produzir cerveja com pouco álcool (< 1,0%) controlando o OG e a quantidade de açucares fermentáveis (na mosturação) e utilizando cepas pouco atenuantes. Meu pai adora minha cerveja, e eu particulamente, acho que ficou bem melhor que muita cerveja sem álcool comercial. Ela é uma boa opção quando quero beber e tenho que dirigir.
Interessante!
Você poderia compartilhar uma receita sua pra gente ter uma idéia do que você tem feito?
 
Fiz outro dia pois minha esposa está amamentando. Achei um PDF na net explicando, fiquei 1h com ela a 80 graus (2l no caso) mexendo direto. Deu certo, o sabor ficou melhor do que as comerciais (fiz uma de malte pilsen e 20% aveia, a aveia não prestou pra nada pois não fiz rampa proteica, só prestou pra enturvar a cerva), mas é um trampinho consideravel.
Pra carbonatar, separei um copinho de pinga com um pouco da cerveja mais turva do fundo (não exatamente o fundo) e incorporei nos 2l antes de engarrafar.
Também re-acrescentei a água perdida, fervi um pouco a parte e juntei depois.
Acho que ferver a 100 graus pode comprometer muitos componentes do aroma, já percebi que o processo a 80 já comprometeu, imagine a temperatura maior.
 
Olá pessoal, tenho feito algumas tentativas para chegar à uma boa cerva com no máximo 0,8% de álcool.
O método da fervura é interessante, pois na brassagem é só fazer o básico e a diferença vem depois, com prejuizo no aroma e no sabor, mesmo assim uma boa solução.
Atualmente estou brassando com quantidade menor de maltes que resultam em pouca extração de açúcar.
Meu próximo passo será o 'cold mash' e aperfeiçoar o método que der um resultado melhor.

Esse video ajuda a ter uma noção de como brassar uma cerva com pouco álcool:
 
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