Temperatura para Fermentação

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Vou dar uma pesquisada no material que tenho. Mas ainda me soa estranho dar essa reduzida na temperatura.

Se a fase lag é para adaptação do fermento, porque colocá-lo em uma condição diferente e depois alterar? Entendo que pode reduzir o tempo de fermentação.

Gostei do tópico! Vamos acrescentar informação!

Abcs!
O motivo é simples...

1) A fase LAG numa temperatura mais alta ocorre mais rápido, sem gerar muitos problemas.
2) A temperatura ideal de início da fermentação (depois do LAG) normalmente é alguns graus abaixo da temperatura target.

Pronto, inoculando numa temperatura mais alta e ir baixando devagar ao longo de várias horas contempla as duas coisas.

Isso tudo está no livro Yeast.

Abraço,
 
O deve acontecer com a cerveja que vai para a fermentação secundária antes de terminar por completa a primeira? Ficará menos alcólica e mais densa, e o que mais? Ela tem dificuldade para eliminar os off flavors? Gera mais ou menos esteres? :mug:
 
O deve acontecer com a cerveja que vai para a fermentação secundária antes de terminar por completa a primeira? Ficará menos alcólica e mais densa, e o que mais? Ela tem dificuldade para eliminar os off flavors? Gera mais ou menos esteres? :mug:

Aí entra o velho problema do nome das coisas...!!

Pra responder a tua pergunta eu vou te dar uma explicação mais completa do assunto:

Considere fermentação como uma só e os passos (fases) dela são os seguintes:

-FASE LAG: (do ingles "retardo") é a fase que compreende o momento que vc inocula o fermento até em média umas 15 horas depois - antes de vc ver borbulhamento no airlock. Essa fase é a que acabou gerando a discussão das ultimas paginas do tópico, o quanto que ela vai atuar no perfil da fermentação posterior.

-FASE DE CRESCIMENTO EXPONENCIAL: começa já nas primeiras 4 horas e dura em média 4 dias. Essa fase é a que todos conhecemos como a "fermentação" propriamente dita, a levedura se multiplica rapidamente, consome açucares e produz álcool e outros compostos.

-FASE ESTACIONÁRIA: dos 3 aos 10 dias. Nessa fase a atividade metabólica da levedura já diminuiu, mas o álcool já foi criado a maioria dos açucares ja devem ter sido atenuados, porém existe na cerveja dessa fase muitos compostos indesejados (de cerveja "verde"), que ainda não foram reabsorvidos pela levedura.

Essa fase estacionária é o que muita gente chama de "fermentação secundária". Então veja bem, considere que a temperatura mais "confortavel" pra levedura trabalhar é por volta dos 35ºC, certo? Se a atividade metabólica da levedura (que tava fermentando lá pelos 18ºC) está reduzindo, os componentes de sabor e o alcool já foi criado, o que fazemos? Aumentamos a temperatura nessa fase pra levedura ficar mais ativa e fazer o que ela deve fazer nessa fase antes de cair pro chão, que é reabsorver os off-flavors e assegurar uma atenuação completa!

Cuidado pq esse nome de "fermentação secundária" não é igual a "maturação" e muita gente confunde isso e acaba colocando a temperatura lá pros 5ºC depois do 5º dia de fermentação, claro q não vai dar 100% certo...

Pra finalizar ainda esclareço uma possível confusão com os "tempos" dessas fases que citei lá em cima. Eles são uma média pra uma fermentação ALE e dá pra reparar que por ex. a fase exponencial tem um início que coincide com a LAG fase, mas isso é pq algumas células vão começar antes que as outras. É que nem corrida, deu a largada tava todo mundo junto, 2km depois já tem uns lá pra trás e outros a frente da média...
 
Sim, eu sei a diferença entre fermentação secundária e maturação... A minha dúvida é se eu interrompera a Fermentação Primária (FASE DE CRESCIMENTO EXPONENCIAL) para começar a segunda (FASE ESTACIONÁRIA) o que pode acarretar em minha cerveja...
Ficará menos alcólica e mais densa, e o que mais? Ela tem dificuldade para eliminar os off flavors? Gera mais ou menos esteres? :mug:
 
Como interromper, se elas são uma sequencia de um mesmo evento?

Se vc forçar o fim da sua fermentação durante a fase exponencial vc não vai ter uma fase estacionaria, da mesma maneira que ela seria se vc conduzisse a fermentação normalmente! Entende? uma fase é consequencia da outra.

Se vc fizer isso vai estragar a cerveja simplesmente... vai deixar ela mal fermentada e cheia de off-flavors.
 
Como o Tiago falou, não tem como tu interromper a primária e começar a secundária. A secundária só acontece se os açúcares acabaram, ou seja, se a primária acabou.

Abraço,
 
Como o Tiago falou, não tem como tu interromper a primária e começar a secundária. A secundária só acontece se os açúcares acabaram, ou seja, se a primária acabou.

Abraço,
Só o seguinte, a fase exponencial não necessariamente começa a partir de 4 horas... isso pode levar bem mais tempo, e nós vemos que ela começa justamente pela geração de CO².

Abraço,
 
Eu não consigo ter esse controle de ir aumentando gradualmente a temperatura na fermentação secundária pq meu freezer pra fermentação fica na casa da minha sogra em outra cidade....

Consigo ir ver a cerva uma vez por semana, nos finais de semana geralmente...

O que seria o menos pior no meu caso? Uma semana de fermentação à 18 graus (no caso de uma ale) e uma maturação à frio mais longa, tipo 2 semanas?
 
Eu não consigo ter esse controle de ir aumentando gradualmente a temperatura na fermentação secundária pq meu freezer pra fermentação fica na casa da minha sogra em outra cidade....

Consigo ir ver a cerva uma vez por semana, nos finais de semana geralmente...

O que seria o menos pior no meu caso? Uma semana de fermentação à 18 graus (no caso de uma ale) e uma maturação à frio mais longa, tipo 2 semanas?

Nesse caso eu deixaria uma semana a 18ºC + uma semana a 23~24ºC, só depois baixaria a temperatura.

Maturação a frio não faz o trabalho da fermentação a quente, são coisas bem diferentes. O frio serve pra decantar partículas, o quente pra acelerar reações químicas/bioquimicas.
 
Só o seguinte, a fase exponencial não necessariamente começa a partir de 4 horas... isso pode levar bem mais tempo, e nós vemos que ela começa justamente pela geração de CO².

Abraço,

Guenther,

Me surgiu uma questão relacionada ao diacetil na inoculação quente como possivel consequencia de uma porcentagem de células em fase exponencial VS temperatura do mosto naquele momento.

Digo, considerando que esse conceito de "fase" diz respeito a um dado momento em que um numero majoritario de celulas está se comportando da mesma forma. Sabemos que não é a totalidade delas, por isso a indicação do livro para o começo da fase exponencial sendo 4 horas a partir do inóculo.

Será q haveria quantidade suficiente de células "adiantadas" nessa fase pra gerar mais precursores do que poderia ser posteriormente reabsorvido caso não voltasse a aumentar a temperatura no fim da fermentação?

Nesse caso já deixaria de ser uma questão de como a temperatura da LAG fase atuaria na produção de diacetil e sim dos primeiros movimentos da fase exponencial que acontecem em simultaneo...
 
Eu não consigo ter esse controle de ir aumentando gradualmente a temperatura na fermentação secundária pq meu freezer pra fermentação fica na casa da minha sogra em outra cidade....

Consigo ir ver a cerva uma vez por semana, nos finais de semana geralmente...

O que seria o menos pior no meu caso? Uma semana de fermentação à 18 graus (no caso de uma ale) e uma maturação à frio mais longa, tipo 2 semanas?
Na minha opinião, sem ter tempo pra ir lá e aumentar a temperatura, eu fermentaria em torno de 18, 19, e deixaria mais uma semana nessa temperatura, só pra depois baixar tudo.

Quando a gente consegue aumentar a temperatura, tudo é acelerado, e a fermentação secundária não é diferente, normalmente uns 3 dias já servem, mas quando não dá pra aumentar, pela minha experiência tem que compensar isso aumentando um pouco o tempo de fermentação secundária.
 
Guenther,

Me surgiu uma questão relacionada ao diacetil na inoculação quente como possivel consequencia de uma porcentagem de células em fase exponencial VS temperatura do mosto naquele momento.

Digo, considerando que esse conceito de "fase" diz respeito a um dado momento em que um numero majoritario de celulas está se comportando da mesma forma. Sabemos que não é a totalidade delas, por isso a indicação do livro para o começo da fase exponencial sendo 4 horas a partir do inóculo.

Será q haveria quantidade suficiente de células "adiantadas" nessa fase pra gerar mais precursores do que poderia ser posteriormente reabsorvido caso não voltasse a aumentar a temperatura no fim da fermentação?

Nesse caso já deixaria de ser uma questão de como a temperatura da LAG fase atuaria na produção de diacetil e sim dos primeiros movimentos da fase exponencial que acontecem em simultaneo...
Cara, eu acho muito difícil, e digo pela prática pois eu inoculo fermento entre 25 e 30 graus há muito tempo, e sinceramente, deve fazer uns 3 anos a última vez que tive diacetil em uma cerveja (quando eu ainda inoculava em baixa temperatura), e isso foi por fermentar uma Irish Red no inverno, a 17 graus, com pouco tempo posterior de fermentação secundária.

Ou seja, mesmo gerando mais ou menos precursores, eu nunca tenho problema diacetil, acetaldeído, etc, mas eu sempre capricho muito na fermentação primária e secundária, aumentando a temperatura, e deixando mais tempo que o necessário. O resultado é quase sempre a mesma coisa, pouquíssimo tempo de maturação para beber a cerveja.

Minhas dúvidas nessa questão são mais por conhecimento mesmo, pois em relação à técnica e ela funcionar e não deixar off-flavors residuais, eu chuto, por cima, que já fiz isso numas 60 levas pelo menos, com sucesso total.

Pra mim, as regras são.... pitching rate adequado ou sobrando um pouco, temperatura do fermento para o mosto com diferença menor que 8 graus (eu procuro deixar a diferença no máximo em uns 2 graus), temperatura do mosto de uns 30 graus pra baixo (ales), e certeza de que em algumas horas o mosto já vai estar resfriado para os 17 ou 18, antes de começar a fermentação propriamente dita (geração de CO²). Feito isso, depois eu deixo subir pra uns 19,5 ou 20 graus, e no final da fermentação já começo a liberar a temperatura para subir aos 25 graus, e então depois que para completamente de borbulhar, deixo mais 3, 4, 5 dias. Se for uma cerveja muito forte, deixo semanas.
 
Eu acredito que essa ideia de inocular a uma temperatura mais baixa para minimizar a produção de diacetil tenha a ver com o fato do diacetil ser produzido através da oxidação do acetolactato (composto intermediário da produção de aminoácidos pela célula). Essa oxidação é puramente química (ou seja, não enzimática) e, portanto, ocorre de forma mais acelerada em temperaturas elevadas.

A produção de diacetil começa na fase lag e vai até algum ponto da exponencial, quando começa a ser reduzido. Portanto, até faz algum sentido nessa logica de deixar a temperatura mais baixa no começo (para minimizar a produção) e aumentar no final (para acelerar a redução).

Existem algumas leveduras que produzem bastante diacetil e outras em que ele é praticamente imperceptível. Pela minha experiência, na imensa maioria dos casos o diacetil passa batido para quem faz uma fermentação bem feita e no tempo certo.

Particularmente, acho que se preocupar com diacetil é perda de tempo (a não ser para grandes cervejarias que precisam colocar uma lager na rua em uma semana). Mas pra elas existe Maturex.
 
Eu acredito que essa ideia de inocular a uma temperatura mais baixa para minimizar a produção de diacetil tenha a ver com o fato do diacetil ser produzido através da oxidação do acetolactato (composto intermediário da produção de aminoácidos pela célula). Essa oxidação é puramente química (ou seja, não enzimática) e, portanto, ocorre de forma mais acelerada em temperaturas elevadas.

A produção de diacetil começa na fase lag e vai até algum ponto da exponencial, quando começa a ser reduzido. Portanto, até faz algum sentido nessa logica de deixar a temperatura mais baixa no começo (para minimizar a produção) e aumentar no final (para acelerar a redução).

Existem algumas leveduras que produzem bastante diacetil e outras em que ele é praticamente imperceptível. Pela minha experiência, na imensa maioria dos casos o diacetil passa batido para quem faz uma fermentação bem feita e no tempo certo.

Particularmente, acho que se preocupar com diacetil é perda de tempo (a não ser para grandes cervejarias que precisam colocar uma lager na rua em uma semana). Mas pra elas existe Maturex.
Esse é o ponto que eu gostaria e conhecer mais, se esse aumento na geração desses precursores seria pela oxidação, como tu falaste, Paulo.

Vamos ver se o Palmer consegue nos responder isso no evento de SC.
 
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/j.2050-0416.1978.tb03843.x/abstract

Brewers' yeast does not form diacetyl during fermentation, but alpha-acetolactate which spontaneously is converted to diacetyl. This non-enzymic reaction is mainly dependent upon pH, temperature and substrate concentration. The present kinetic studies demonstrate that temperature and pH have a dominating effect on the spontaneous conversion of alpha-acetolactate during primary fermentation.
 
Show.. e ainda diz: "The diacetyl-reducing activity of the yeast will, however, normally be high enough to compete with the diacetyl formed from α-acetolactate."
 
Pessoal, desculpe desenterrar o tópico, mas tenho uma dúvida sobre a essa inércia de temperatura.
Uso um freezer horizontal de 550L e configuro a histerese em 0,2 no tic17. Nesse momento estou com a temperatura configurado para 1ºC, e a temperatura medida no poço térmico varia entre 1,3ºC e 0,5ºC. Quando estou fermentado e configuro o tic17 pra 18ºC a temperatura varia entre 18,3ºC e 16,8ºC. Essa variação é considerada muito alta? Pode influenciar muito negativamente, ou é aceitável?
 
Isso não é problema no Tic.
Quando o freezer é acionado pelo Tic ele começará a refrigerar o fluido refrigerante que irá circular no nas placas que de fato diminuirão a temperatura dentro do freezer. O problema, é que esse fluído está a uma temperatura realmente baixa, que embora eu não saiba dizer exatamente o valor, continua a trocar calor após alcançado o set point do controlador.
No caso do tguimarães, eu setaria a histerese para ,1º, OBSERVANDO o tempo mínimo pra religar o compressor, porque pode QUEIMAR o mesmo. Segundo um post ai no forúm achei o tempo de 6 minutos como sendo seguro.
Porém muitas das vezes a própria inércia térmica cuidará de dar tempo suficiente para que o compressor não seja ativado repetidamente.
Gaste um tempo próximo do refrigerador e meça o tempo necessário para que o compressor ative novamente e parta dai pra decidir os intervalos.
Obs: quanto maior a diferença de temperatura entre o refrigerador e o ambiente externo, mais rápida será a troca de calor, logo o tempo entre ativações do compressor é mais crítico quando a temperatura setada é menor, tanto para poupar o compressor quanto para manter a fermentação no intervalo desejado.
 
Entendi caioac, no TIC17 esse parâmetro seria o DL (tempo mínimo para ligar a saída).
Vou aumentar o valor do DL e diminuir a histerese para 0,1 e testar.
Mas qual seria a variação máxima de temperatura a ponto de não prejudicar a cerveja durante a fermentação?
 
Isso eu já não sei informar, vamos esperar os especialistas do fórum ai darem uma luz, mas acredito que qualquer variação brusca já é negativa. Durante a maturação, essa variação já não deve ser tão problemática.
Coloque depois os resultados do teste ai com a histerese reduzida
 
Não sei se esse é o problema mas todas as vezes que vi "problemas" de variação de temperatura em freezers foi porque o dono da cerveja não parava de lamber a cria e abria o freezer a todo instante pra dar uma olhadinha.
Trancar o freezer com cadeado ajuda bastante.
Ficar lambendo a cria, não acelera o processo. [emoji1]
 
Não sei se esse é o problema mas todas as vezes que vi "problemas" de variação de temperatura em freezers foi porque o dono da cerveja não parava de lamber a cria e abria o freezer a todo instante pra dar uma olhadinha.
Trancar o freezer com cadeado ajuda bastante.
Ficar lambendo a cria, não acelera o processo. [emoji1]

heheheh Esse não é meu caso! Durante a fermentação e carbonatação nem chego perto.
Agora, dps de prontas é outra história! :cross:
 
Entendi caioac, no TIC17 esse parâmetro seria o DL (tempo mínimo para ligar a saída).
Vou aumentar o valor do DL e diminuir a histerese para 0,1 e testar.
Mas qual seria a variação máxima de temperatura a ponto de não prejudicar a cerveja durante a fermentação?
Fala man... desenterrado o tópico anos depois... me fala aí, deu certo esse ajuste? Tenho o mesmo problema... obrigado.
 
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