Primeira brassagem - Dúvidas

[JPianco]

Fala galera! Primeira brassagem feita na quinta-feira (11/05) e quase tudo dentro do esperado/planejado, mas eis as "cagadas" que aconteceram:
1- Após medir a OG e com o término da parte quente do processo, na lavagem do equipamento, o bendito densímetro cai e quebra!:smack: Tem como utilizar o densímetro 1100-1200 para continuar a verificar a atenuação?!
2- Por não ter como esfriar o mosto rapidamente para a temperatura de inoculação da levedura optamos pelo "no chill" na própria panela de fervura. O que levou umas 18hs e só continuamos no outro dia. Risco de contaminação?
3- A levedura corretamente hidratada foi colocada primeiro no balde fermentador, antes do mosto! Algum problema?
4- Na hora de fazer a trasfega para o balde fermentador tive dificuldade com o sifão, então optei por trasfegar na jarra mesmo, com medo de que a demora pudesse de alguma forma matar/estressar a levedura que já estava depositada no fundo do balde.
5- Também na hora da trasfega para o balde sem querer entrou em contato com o mosto uma mangueira a qual eu usei para tentativa de sifonamento, e nessa mangueira tinha saliva. Novamente, algum risco de contaminação?
Até agora nenhuma atividade no air lock...

 

[Alex3]

Babou na mangueira?
NUNCA, MAS NUNCA utilize a boca para aspirar a mangueira e sifonar.
São mais de 700 espécies de bactérias na saliva. E outras tantas espécies de fungos.
Hepatite, herpes e um monte de porcaria.
A boca é mais contamina que o (*). O dentista usa mais EPI que astronauta pra olhar tua boca. E tu acha que talvez não tenha contaminado?
Ou joga tudo fora ou bebe sozinho. PELAMORDEDEUS não vai servir teus amigos.

 

[JPianco]

Putz!:smack:
Valeu Alex! Vou ficar ligado nisso na próxima! Se não estragar vou ter que tomar tudo então... :rockin:
Mas e quanto ao resto das cagadas citadas? Alguma dica?

 

[AntonioMartins]

1- Após medir a OG e com o término da parte quente do processo, na lavagem do equipamento, o bendito densímetro cai e quebra!:smack: Tem como utilizar o densímetro 1100-1200 para continuar a verificar a atenuação?!

Não, pois após fermentada a cerveja vai ter uma gravidade em torno de 1010.

2- Por não ter como esfriar o mosto rapidamente para a temperatura de inoculação da levedura optamos pelo "no chill" na própria panela de fervura. O que levou umas 18hs e só continuamos no outro dia. Risco de contaminação?

Sim, risco existe. Mas será maior ou menor, de acordo com o local onde a panela ficou, se abriram ou não a tampa, se a tampa estava sanitizada, entre outras coisas.

3- A levedura corretamente hidratada foi colocada primeiro no balde fermentador, antes do mosto! Algum problema?

Nenhum problema

4- Na hora de fazer a trasfega para o balde fermentador tive dificuldade com o sifão, então optei por trasfegar na jarra mesmo, com medo de que a demora pudesse de alguma forma matar/estressar a levedura que já estava depositada no fundo do balde.

Não é a melhor opção, mas se a jarra estava sanitizada não haveria problemas.

5- Também na hora da trasfega para o balde sem querer entrou em contato com o mosto uma mangueira a qual eu usei para tentativa de sifonamento, e nessa mangueira tinha saliva. Novamente, algum risco de contaminação?
Até agora nenhuma atividade no air lock...

Sim, existe risco de contaminação. Mas o "bicho" indesejado pode ou não prosperar no mosto. A multiplicação do fermento, PH do mosto, falta de oxigênio e álcool sendo gerado podem matar ou inibir a proliferação dos elementos indesejados.

Mas, sem crise também, discordo um pouco da abordagem do Alex.

Se saliva fosse tão prejudicial assim, metade do povo morria durante o Carnaval, né.

Uma dica que dou é você comprar um Chiller, um Auto-Sifão e outro Densímetro.

Agora é esperar e ver se vai sair cerveja ou se vai contaminar e estragar mesmo.

 

[JPianco]

Ok Antonio! Muito grato! Agora só resta esperar pra ver no que vai dar...

 

[juanchristian]

Fala galera! Primeira brassagem feita na quinta-feira (11/05) e quase tudo dentro do esperado/planejado, mas eis as "cagadas" que aconteceram:
1- Após medir a OG e com o término da parte quente do processo, na lavagem do equipamento, o bendito densímetro cai e quebra!:smack: Tem como utilizar o densímetro 1100-1200 para continuar a verificar a atenuação?!
2- Por não ter como esfriar o mosto rapidamente para a temperatura de inoculação da levedura optamos pelo "no chill" na própria panela de fervura. O que levou umas 18hs e só continuamos no outro dia. Risco de contaminação?
3- A levedura corretamente hidratada foi colocada primeiro no balde fermentador, antes do mosto! Algum problema?
4- Na hora de fazer a trasfega para o balde fermentador tive dificuldade com o sifão, então optei por trasfegar na jarra mesmo, com medo de que a demora pudesse de alguma forma matar/estressar a levedura que já estava depositada no fundo do balde.
5- Também na hora da trasfega para o balde sem querer entrou em contato com o mosto uma mangueira a qual eu usei para tentativa de sifonamento, e nessa mangueira tinha saliva. Novamente, algum risco de contaminação?
Até agora nenhuma atividade no air lock...

Pra mim o problema mais grave aí foi quebrar o densímetro, o resto coisa normal e até pouco problema pra primeira cerveja. Então, relaxa e espere ansiosamente pra beber. Claro que dá pra melhorar.

Abraço!

 

[jeanpaullopes]

No chill se faz com uma bombona de PEAD ou outro material alimentício resistente a altas temperaturas, hermeticamente fechado.
Na panela é muito arriscado. Tu vais deixar um meio de cultura ótimo (líquido, rico em alimento e na temperatura exata) para muitos organismos se banquetearem. Lactobacillus já "trabalham" a 50ºC, bolores,leveduras selvagens, bactérias.

No "no chill" a primeira coisa é transferir o mosto quente (mais de 90ºC) para a bombona, fecha-la e rolar a bombona para fazer com que o mosto quente tenha contato com todas as superfícies internas a fim de estereliza-las.

 

[JPianco]

Pois é, mesmo sem toda essa elaboração que você fez jeanpaullopes, eu imaginei que isso não seria uma prática segura...
Vou rever e certamente modificar/melhorar esses processos (cagadas) que eu citei. Sobre essa parte especificamente, já até comprei um isopor novo bem grande pra colocar a panela de fervura dentro com gelo. Algum problema nessa prática de resfriamento? Esse choque térmico não é prejudicial ao mosto?
Grato pela ajuda de todos!

 

[jeanpaullopes]

Não. O choque térmico vai até ajudar a coagular mais rápidos as proteínas.

Você está fazendo quantos litros ?

 

[JPianco]

Nessa primeira leva a receita estava planejada pra 20L, mas acabou indo 18L para o fermentador. Acredito que a capacidade máxima do meu equipamento seja de 30L. (Panela de mostura Nº36, de fervura Nº40 e 2 baldes fermentadores de 30L).

 

[JPianco]

Salve! Continuando minha seção "cagadas da primeira brassagem" fiz o que o Guenther disse pra não fazer...
Coloquei a calda de açúcar quente primeiro no fundo do balde e posteriormente despejei a cerveja fria. Resultado: O açúcar cristalizou no todo no fundo do balde!
Sobre injetar o açúcar com a seringa, tem alguma contra indicação se a garrafa já estiver cheia e colocar o açúcar depois? Por cima da cerveja? Acho que é o jeito de tentar salvar a leva, já que só depois de engarrafar todas foi que percebi a lâmina de açúcar no fundo do balde, que pelo formato, parecia exatamente a quantidade total de calda que eu havia preparado. Ou seja creio que não vai haver refermentação. Agora pra gerar esse CO2 só abrindo as garrafas injetando o açúcar e fechando de novo. Certo?

 

[Leofecarvalho]

Salve! Continuando minha seção "cagadas da primeira brassagem" fiz o que o Guenther disse pra não fazer...
Coloquei a calda de açúcar quente primeiro no fundo do balde e posteriormente despejei a cerveja fria. Resultado: O açúcar cristalizou no todo no fundo do balde!
Sobre injetar o açúcar com a seringa, tem alguma contra indicação se a garrafa já estiver cheia e colocar o açúcar depois? Por cima da cerveja? Acho que é o jeito de tentar salvar a leva, já que só depois de engarrafar todas foi que percebi a lâmina de açúcar no fundo do balde, que pelo formato, parecia exatamente a quantidade total de calda que eu havia preparado. Ou seja creio que não vai haver refermentação. Agora pra gerar esse CO2 só abrindo as garrafas injetando o açúcar e fechando de novo. Certo?

Estranho cara, eu despejo a calda quente no fundo do balde e vou incorporando lentamente a cerveja para homogeneizar corretamente o primming.

Acho que agora o jeito é colocar açúcar diretamente na garrafa. Tem gente que usa seringa e tenho amigos que colocam aqueles sachês de açúcar mesmo.

 

[jeanpaullopes]

Estranho cara, eu despejo a calda quente no fundo do balde e vou incorporando lentamente a cerveja para homogeneizar corretamente o primming.

Acho que agora o jeito é colocar açúcar diretamente na garrafa. Tem gente que usa seringa e tenho amigos que colocam aqueles sachês de açúcar mesmo.

para cristalizar só se estiverem fazendo a calda muito "grossa", dai é caramelo e ele vai cristalizar.

Se usar uma relação de 2~3x de água para 1 de açúcar vai dissolver sem problemas, mesmo quente, porém tens que fazer com que se adicione aos poucos o líquido frio na calda quente e não ao contrário.

 

[ClaudioCe]

Por qual motivo você não resfriou o mosto em banho Maria? É bem.eficiente para o resfriamento. Esses dias conversei com um colega e ele falou que a demora em resfriar o mosto deixa a cerveja mais amarga.

Cara vou te confessar uma coisa. Contaminar cerveja é difícil. Eu nunca vi.

 

[alexrnbr]

para cristalizar só se estiverem fazendo a calda muito "grossa", dai é caramelo e ele vai cristalizar.

Se usar uma relação de 2~3x de água para 1 de açúcar vai dissolver sem problemas, mesmo quente, porém tens que fazer com que se adicione aos poucos o líquido frio na calda quente e não ao contrário.

exatamente o que eu ia responder. sempre jogo a calda quente no fundo do balde e trasfego a cerveja gelada em seguida num fluxo lento. nunca tive problemas de cristalização. porém, tomo o cuidado de usar, no mínimo, a proporção água/açucar de 3:1.

 

[JPianco]

Foi isso mesmo Leofecarvalho, jeanpaullopes e alexrnbr o que aconteceu.
Uma "calda" muito grossa e sem as gotas de limão que acabou virando caramelo e cristalizando quase que integralmente no fundo do balde. Mas, a lição tá aprendida (espero!).
Agora estou na expectativa de experimentar uma no próximo fim de semana quando já vai estar refermentando há uns 10 dias. Postarei uma foto em breve e só pra adiantar a intenção era ser uma IPA, mas acabou saindo uma Imperial IPA, principalmente devido ao alto teor alcoólico (8,4%)!
Pra uma primeira achei que o gosto e o aroma estão bons, aparentemente nenhum off flavor, talvez um álcool superior, mas não sou treinado o suficiente neste quesito...

 

[leorjbrz]

Na verdade o que acontece é que os lúpulos vão ficar mais tempo na "fervura", ou seja, se vc jogar lúpulo a 20m finais da fervura, eles vão gerar mais amargor do que o aroma esperado

 

[JPianco]

Salve, Caros confrades!
Eis o registro da primeira breja!
Apesar das cagadas a cerveja ficou ótima! Muito saborosa e aromática. Aparentemente sem contaminação ou outros off-flavours, somente um alcool superior...
Mas como comentei antes o que era pra ser uma IPA, acabou virando uma Imperial IPA devido ao uso de pouca água (menos que o previsto na receita), uma alta eficiência (levando-se em consideração que foi a primeira vez!), uma excelente fermentação toda controlada e, ainda não sei exatamente o reflexo disso, mas um excesso na quantidade de fermento...
Acabei abrindo todas as garrafas e refiz o primming injetando o açúcar com a seringa de uma por uma, mas no final o resultado foi satisfatório.
Desculpem a baixa qualidade da foto, mas foi o que deu.
Quero agradecer imensamente a todos que contribuíram diretamente me auxiliando nas dúvidas e respondendo a este tópico e, a todos que participaram, mesmo que indiretamente, contribuindo com a evolução e manutenção deste maravilhoso fórum!