OG, FG, fermentação e muito aprendizado

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jrrocha

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Mar 30, 2015
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Olá pessoal, tudo bem?

Bom, estou realizando minha segunda brassagem, assim como a primeira, o estilo que estou fazendo é uma weissbier. Quero colocar aqui alguns pontos observados nessas duas brassagens, nos quais busquei melhorias e outros que quero buscar. Os pontos a serem analisados são a OG e FG.

Para a receita a OG e FG esperados eram 1050 e 1014 respectivamente e uma leva de 20 litros.

Vamos lá, para a primeira brassagem, foram utilizados os seguintes insumos:

2,66 kg - Malte Pilsen
1,2 kg - Malte Trigo
0,14 kg - Malte Aromático
0,16 kg - Malte Caramel
0,10 g - Lúpulo Hallertau Perle
0,13 g - Lúpulo SAAZ
2 pct - Fermento M-20 Mangrove Jacks 10g

Ao medir a OG com densímetro e refratômetro e aplicando as devidas correções devido a temperatura, foi alcançado a OG de 1038. Depois hidratei o fermento e inoculei ao mosto no fermentador, sendo que como foi a primeira brassagem e não conhecia o equipamento, a quantidade de mosto no fermentador era de 16 litros.

A fermentação foi realizada com controle de temperatura (TIC 17rgti) iniciando em 18 graus e aumentando um grau por dia e sensor colado no baldo com isolante térmico. A fermentação primária durou uns 2 dias, e por mais 2 dias medi a FG com densímetro e estava em 1014.

Esta primeira leva, foi realizada em março, a temperatura ambiente em Porto Alegre, estava bem perto dos 30 graus, então o TIC sempre alcançava a temperatura definida, mesmo na fermentação secundária, onde o calor gerado é menor.

Como a OG da primeira não foi alcançada, resolvi fazer algumas modificações, como deixar uma moagem mais fina, alterei a receita e melhorei a lavagem.

Insumos da segunda brassagem:

3,00 kg - Malte Pilsen
2,00 kg - Malte Trigo
0,12 kg - Malte Aromático
0,15 kg Malte Caramel
0,10 g - Lúpulo Hallertau Perle
0,13 g - Lúpulo SAAZ
2 pct - Fermento M-20 Mangrove Jacks

Ao medir a OG alcancei os esperado de 1050, então realizei os mesmos processos para a fermentação, sendo que desta vez calculei melhor a quantidade de mosto que tinha ido para a fervura e levei para o fermnetador 22 litros. A fermentação primária durou 3 dias. Porém ao medir a FG, estava em 1020 e não baixou mais.

A temperatura ambiente em Porto Alegre neste mês de abril está bem ameno, cerca de 25 graus no dia e uns 15 a noite. Uma dúvida que tive desde o inicio é que se haveria a necessidade de usar uma lâmpada, principalmente quando estiver na fermentação secundária. Acabei optando por não usar, pois achei que não haveria a necessidade, mas agora vejo que o TIC está marcando em média de 19 e 20 graus na fermentação secundária, sendo que agora o TIC está regulado para 23 graus.

Minha intenção é lir até o final desta leva da maneira que está para poder analisar os resultados e aprender com os erros, no momento esta segunda leva está na fermentação secundária e pretendo envasar na garrafa no sábado dia 09/05.

Bom aqui vão algumas dúvidas:

Será que na segunda leva não haveria a necessidade de mais um pacote de fermento, como garantia?
Será que a alteração da receita prejudicou a FG?
O percentual de atenuação foi bem parecido nas duas, então será que foi o máximo de atenuação que eu pude alcançar?
Para o envase da primeira leva utilizei 6 g/ Litro de cerveja. Quanto devo usar para esta segunda leva, sendo que a FG está em 1020? 4g?
O que pode ter acontecido para uma FG ficar tão alta?

Muito obrigado desde já pela colaboração, estas dúvidas irão me ajudar muito com meu aprendizado.
 
Minha primeira breja deu ruim tbm a eficiencia mas eu descobri o motivo antes de modifica a receita: moagem. Estava muito grossa e isso atrapalhou.
Descobrii no meio do brassagem e resolvi aumentar o tempo de mostura para 90min ao invez de 60.

Acho que foi o que salvou.

Abcs
 
E aí, dimigobbo, tranquilo?

Rapaz, vou tentar de ajudar nos cálculos. Fiz uma pequena conta que pode te dar um suporte. Não tenho experiência com as brassagens visto que produzi apenas uma leva até agora e que ainda está fermentando, mas vou fazer o primming da maneira que descreverei a seguir porque entendo que são dados fiéis e confiáveis.
Para a pesquisa, utilizei o Livro do Palmer e a tabela de conversão de Brix - densímetro.

Na P. 149 do Livro do Palmer existe um gráfico que mostra a quantidade de açúcar que você deverá adicionar no primming, e na P. 150 cita algumas cervejas para as quais citam a quantidade de CO2 desejada.
Só lembrando que esse gráfico foi construído de acordo com a Lei dos Gases Ideais (PV = nRT), que relacionada Pressão, Volume, Temperatura e Massa de soluto (no caso, o açúcar)

Vejamos um exemplo: Suponha que você está produzindo uma American Ale e que queira um volume de CO2 de 2,2L, e sua cerveja estará carbonatando a 21 graus Celsius (ou mais ou menos 70 graus Farenheit no gráfico). Você ligará esses dois pontos do gráfico e continuará a reta até onde chegar na outra reta, da quantidade de açúcar. Obviamente que os açúcares de milho e de cana são diferentes dos de casa, mas pode te dar um norte de quanto utilizar. Ligando-se esses dois pontos, chegamos a mais ou menos 3,5 onças, ou 100g de açúcar.

Como seu Brix de 5 graus (densímetro 1020), e como a quantidade normal a se chegar após a fermentação de é de mais ou menos 3 graus Brix (1012), pode-se observar que está 20% acima, o que sugere que deverá adicionar uma quantidade de 20% a menos que deveria de açúcar. Ou seja, ao invés de adicionar 100g, adicionaria 80g, chegando à suposição do seu post de 4g/L.

É um cálculo meio estranho mas que pode dar uma maior confiança no decorrer do seu processo.
Valeu, abraço...
 
E aí, dimigobbo, tranquilo?

Rapaz, vou tentar de ajudar nos cálculos. Fiz uma pequena conta que pode te dar um suporte. Não tenho experiência com as brassagens visto que produzi apenas uma leva até agora e que ainda está fermentando, mas vou fazer o primming da maneira que descreverei a seguir porque entendo que são dados fiéis e confiáveis.
Para a pesquisa, utilizei o Livro do Palmer e a tabela de conversão de Brix - densímetro.

Na P. 149 do Livro do Palmer existe um gráfico que mostra a quantidade de açúcar que você deverá adicionar no primming, e na P. 150 cita algumas cervejas para as quais citam a quantidade de CO2 desejada.
Só lembrando que esse gráfico foi construído de acordo com a Lei dos Gases Ideais (PV = nRT), que relacionada Pressão, Volume, Temperatura e Massa de soluto (no caso, o açúcar)

Vejamos um exemplo: Suponha que você está produzindo uma American Ale e que queira um volume de CO2 de 2,2L, e sua cerveja estará carbonatando a 21 graus Celsius (ou mais ou menos 70 graus Farenheit no gráfico). Você ligará esses dois pontos do gráfico e continuará a reta até onde chegar na outra reta, da quantidade de açúcar. Obviamente que os açúcares de milho e de cana são diferentes dos de casa, mas pode te dar um norte de quanto utilizar. Ligando-se esses dois pontos, chegamos a mais ou menos 3,5 onças, ou 100g de açúcar.

Como seu Brix de 5 graus (densímetro 1020), e como a quantidade normal a se chegar após a fermentação de é de mais ou menos 3 graus Brix (1012), pode-se observar que está 20% acima, o que sugere que deverá adicionar uma quantidade de 20% a menos que deveria de açúcar. Ou seja, ao invés de adicionar 100g, adicionaria 80g, chegando à suposição do seu post de 4g/L.

É um cálculo meio estranho mas que pode dar uma maior confiança no decorrer do seu processo.
Valeu, abraço...


rcfriozi,

Vou ver o livro do Palmer para poder entender melhor como se faz o cálculo do priming.

Outro ponto que vou tentar modificar é com relação a quantidade de fermento. Segundo um tópico do @Guenther que fala sobre a quantidade de fermento <http://www.homebrewtalk.com.br/showthread.php?t=404529>, diz que para cervejas tipo Ale o indicado é 1g de fermento por litro de cerveja e as Lagers são 1,5 g.

Nas minhas duas levas eu coloquei 2 pacotes de fermento, o que no geral é indicado (1 pacote para cada 10 litros), porém quando vou hidratar, utilizo um erlenmeyer de 2 litros e quando vou inocular, sempre ficar fermento preso, nas parede de vidro. Então se coloquei 2 pacotes de fermento de 10g e a leva foi de aproximadamente de 22 litros, com certeza não foi 1g de fermento por litro de cerveja, por causa da perda no erlenmeyer. Sendo assim, vou colocar 3 pacotes de fermento quando fizer 20 litros.

É sempre melhor ter fermento a mais do que menos. =D

Acredito que a primeira leva chegou aos 1014 por causa que havia mais fermento.

Mas enfim, são coisas que vamos aprendendo ao longo das brassagens.
 
Não acho que a perda com fermento grudado na parede do erlenmeyer justifica o uso de mais fermento. Creio que 1g/L de fermento hidratado (em ales) é uma medida conservadora o suficiente para não preocupar com isso.
 
Não acho que a perda com fermento grudado na parede do erlenmeyer justifica o uso de mais fermento. Creio que 1g/L de fermento hidratado (em ales) é uma medida conservadora o suficiente para não preocupar com isso.
Concordo... isso é desprezível.
 
Concordo... isso é desprezível.

Guenther e karkassa,

Quero levantar as hipóteses da FG ter ficado alta, para poder fazer a correções ou adotar alguma prática que ainda não tenho conhecimento. Mencionei o fermento, pois ao fazer uma pesquisa aqui mesmo no fórum, vi que algumas pessoas adicionavam mais fermento.

Acredito que o problema não tenha sido açucares não fermentáveis, uma vez que os maltes para aroma e cor foram em quantidades bem pequenas e a mostura foi feita a 65 graus.

Minha intenção para uma próxima brassagem é usar 3 pacotes de fermento, o que acham?

Muito obrigado pela colaboração.
 
Qual foi o tempo de mosturação? Talvez não converteu completamente.
 
Guenther e karkassa,

Quero levantar as hipóteses da FG ter ficado alta, para poder fazer a correções ou adotar alguma prática que ainda não tenho conhecimento. Mencionei o fermento, pois ao fazer uma pesquisa aqui mesmo no fórum, vi que algumas pessoas adicionavam mais fermento.

Acredito que o problema não tenha sido açucares não fermentáveis, uma vez que os maltes para aroma e cor foram em quantidades bem pequenas e a mostura foi feita a 65 graus.

Minha intenção para uma próxima brassagem é usar 3 pacotes de fermento, o que acham?

Muito obrigado pela colaboração.
Cara, dois pacotes de fermento Ale pra 20 litros de mosto a 1050 tá ótimo.

Ou seja, eu verificaria melhor temperatura de mosturação, e temperatura final de fermentação.
 
Cara, dois pacotes de fermento Ale pra 20 litros de mosto a 1050 tá ótimo.

Ou seja, eu verificaria melhor temperatura de mosturação, e temperatura final de fermentação.

Olá Guenther,

A temperatura da mosturação é algo que preciso melhorar mais, mas para esta segunda leva, tentei mosturar em 65 graus.

Agora com relação a temperatura de fermentação eu citei la no inicio do post que diz o seguinte:

Sobre a primeira leva:
"Esta primeira leva, foi realizada em março, a temperatura ambiente em Porto Alegre, estava bem perto dos 30 graus, então o TIC sempre alcançava a temperatura definida, mesmo na fermentação secundária, onde o calor gerado é menor."

Sobre esta segunda leva:
"A temperatura ambiente em Porto Alegre neste mês de abril está bem ameno, cerca de 25 graus no dia e uns 15 a noite. Uma dúvida que tive desde o inicio é que se haveria a necessidade de usar uma lâmpada, principalmente quando estiver na fermentação secundária. Acabei optando por não usar, pois achei que não haveria a necessidade, mas agora vejo que o TIC está marcando em média de 19 e 20 graus na fermentação secundária, sendo que agora o TIC está regulado para 23 graus."

Sempre inicio a fermentação a 18 graus e vou aumento 1 grau por dia. Na primeira leva a fermentação primária terminou com dois dias e a segunda leva terminou com três dias. Quando a atividade no airlock começa a diminuir, eu meço a densidade com o densímetro por 2 ou 3 dias para verificar se a atenuação estabilizou.

Outra pergunta, quais são as características de uma cerveja com FG alta?

Obrigado.
 
jorcha, muito corpo e/ou muito doce, dependendo do tamanho das cadeias de açúcar que sobraram
 
Olá Guenther,

A temperatura da mosturação é algo que preciso melhorar mais, mas para esta segunda leva, tentei mosturar em 65 graus.

Agora com relação a temperatura de fermentação eu citei la no inicio do post que diz o seguinte:

Sobre a primeira leva:
"Esta primeira leva, foi realizada em março, a temperatura ambiente em Porto Alegre, estava bem perto dos 30 graus, então o TIC sempre alcançava a temperatura definida, mesmo na fermentação secundária, onde o calor gerado é menor."

Sobre esta segunda leva:
"A temperatura ambiente em Porto Alegre neste mês de abril está bem ameno, cerca de 25 graus no dia e uns 15 a noite. Uma dúvida que tive desde o inicio é que se haveria a necessidade de usar uma lâmpada, principalmente quando estiver na fermentação secundária. Acabei optando por não usar, pois achei que não haveria a necessidade, mas agora vejo que o TIC está marcando em média de 19 e 20 graus na fermentação secundária, sendo que agora o TIC está regulado para 23 graus."

Sempre inicio a fermentação a 18 graus e vou aumento 1 grau por dia. Na primeira leva a fermentação primária terminou com dois dias e a segunda leva terminou com três dias. Quando a atividade no airlock começa a diminuir, eu meço a densidade com o densímetro por 2 ou 3 dias para verificar se a atenuação estabilizou.

Outra pergunta, quais são as características de uma cerveja com FG alta?

Obrigado.
FG alta, e doce = fermentação incompleta

FG alta, e não doce = muitas dextrinas (esses açúcares sou muito pouco doces) = mosturação em temperatura muito alta

Ou seja, muitas vezes, um simples descontrole (temperatura muito alta) no início da mosturação pode levar a isso. Exemplo, se errar na temperatura e deixar ela a uns 70 graus nos primeiros minutos, grande parte de Beta Amilase é desnaturada rapidamente.

Quantidade de fermento, pelo que tu descreveu, certamente não é.

Eu apostaria em temperatura de mosturação, e temperatura final de fermentação (deixar mais dias em fermentação secundária... pelo menos uma semana).

Abraço,
 
FG alta, e doce = fermentação incompleta

FG alta, e não doce = muitas dextrinas (esses açúcares sou muito pouco doces) = mosturação em temperatura muito alta

Ou seja, muitas vezes, um simples descontrole (temperatura muito alta) no início da mosturação pode levar a isso. Exemplo, se errar na temperatura e deixar ela a uns 70 graus nos primeiros minutos, grande parte de Beta Amilase é desnaturada rapidamente.

Quantidade de fermento, pelo que tu descreveu, certamente não é.

Eu apostaria em temperatura de mosturação, e temperatura final de fermentação (deixar mais dias em fermentação secundária... pelo menos uma semana).

Abraço,

Olá Guenther,

Fiz um teste, peguei uma amostra e coloquei numa garrafa com o manômetro de pressão, como eu já tinha feito uma weiss e nesta estou repetindo a receita, percebi que a pressão sobe rapidamente neste tipo de receita e após quatro dias o manômetro atingiu 1,1 bar. Então acredito que o priming deverá ser feito em torno de 4 g/ Litro, certo?

Provei a cerveja deste teste a não achei ela muito doce, então o problema deve ter ocorrido na mosturação mesmo.

Vou tentar melhorar esta etapa para as próximas brassagens.
 
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