Levar trub inteiro pra fermentação

[ramonmedeiros]

Recentemente encontrei esse artigo:

http://brulosophy.com/2014/06/02/the-great-trub-exbeeriment-results-are-in/

O rapaz mandou bala no trub para o fermentador. Alguém já fez esse teste?

 

[gustavosilent]

E aí Ramon.
Eu fiz em uma black Ipa.
O que notei foi mais sujeira no fermentador, tanto que resolvi transferir para um novo na hora de clarificar no cold crash.
O que concluí: se não tiver jeito faça, mas considere perder mais uns litros aí no processo.
Derrubar um pouco de trub nessa trasfega tudo bem, deixar passar tudo não valeu a pena.

 

[AntonioMartins]

Eu já fiz.

Mas não foi teste não, foi erro mesmo.

Na minha primeira leva, que era uma Witbier, eu resfriei o mosto e em seguida inoculei o fermento, direto na panela.

Então, com medo de mandar pouco fermento para o fermentador, mandei com tudo, com todo o trub e lúpulo decantado.

No final a única diferença que eu notei foi uma cerveja mais amarga do que o esperado.

 

[Alan1]

Eu já fiz algumas vezes e tive essa mesma impressão do autor do artigo: É uma boa prática, principalmente se vc quer uma cerveja com uma boa aparência... mas provavelmente não vai arruinar sua cerveja se vc não fizer

 

[jalexandre]

eu já fiz algumas vezes e tive essa mesma impressão do autor do artigo: é uma boa prática, principalmente se vc quer uma cerveja com uma boa aparência... Mas provavelmente não vai arruinar sua cerveja se vc não fizer

+1

 

[jalexandre]

Eu já fiz.

Mas não foi teste não, foi erro mesmo.

Na minha primeira leva, que era uma Witbier, eu resfriei o mosto e em seguida inoculei o fermento, direto na panela.

Então, com medo de mandar pouco fermento para o fermentador, mandei com tudo, com todo o trub e lúpulo decantado.

No final a única diferença que eu notei foi uma cerveja mais amarga do que o esperado.

Se tu fez com Saaz e Styrian Goldings, deve ter ficado até bom. Dry Hopped WitBier.

Tá na moda isso.

 

[Rodrigoslr]

Interessante esse relato. Eu posso contribuir, pois na minha primeira APA levei grande quantidade de trub para o fermentador. Apos carbonatada e pronta para beber, eu observei basicamente a mesma coisa que disseram no artigo, ela estava muito bem clarificada, porém com um amargor acentuado.

Esse amargor chegou até me incomodar, pois após tomar a cerveja, eu sentia um a sensação de ressecamento no fundo da língua e um certo amargor acentuado. Tal fato eu atribui ao trub no fermentador e possivelmente, apesar de nao ter observado, a uma certa quantidade de trub e fermento levado para o post mix.

Essa é a minha experiencia, nada técnico, somente vivenciei isso e não achei válido levar trub para o fermentador, ainda mais que hoje tenho um filtro de linha de inox que faz maravilhas.

 

[Tiago]

Ótima discussão.
Li o teste... Bem elaborado o método do cara pro painel de testes!

Da forma como foi feito, dá pra ver que realmente tem diferença embora não pareça ser tão gritante... mas pra mim ficaram dois pontos importantes, que seriam interessantes de serem debatidos antes de alguem tomar a a decisão de abandonar as práticas de remoção de trub:

1- A citação feita ao Palmer fala sobre "hot break". O cara extrapolou a ideia e levou inclusive o lúpulo junto. Concluir que isso não afeta a percepção final é um pouco complicado, porque depende muito do processo individual de fermentação (tempo que a cerveja fica em contato com o lúpulo) e receita (quantidade de lúpulo).

2- "The hot break consists of various proteins and fatty acids which can cause off-flavors" parte da citação do Palmer, fala sobre ácidos graxos. É importante lembrar que excesso de ácidos graxos na cerveja pronta podem não resultar em off-flavors imediatamente, mas desfavorecem a estabilidade da cerveja, ou seja podem contribuir para uma oxidação precoce. Esse fator não foi considerado, o teste foi feito após 9 dias de envase apenas.

 

[Cipriani]

É questão de boa técnica não levar trub para o fermentador. Restos de lúpulo sempre deixam um sabor amargo ríspido na cerveja.

Eu sempre tento deixar todo o trub na panela. Isso significa pouco trabalho e pouca perda de mosto. Ou você perde na panela ou no fermentador. É mais lógico deixar na panela, pois não terá nenhuma serventia na fermentação. Além de facilitar na coleta e limpeza do fermento para reaproveitamento.

Acho que esse estudo traz mais alívio para aquele que não fez um bom whirpool e acabou levando muito trub. Mas entendo também que não deveria ser usado para ser displicente nessa processo.

Outro ponto que me chama a atenção no trabalho é que ele só inoculou o fermento depois de todo trub sedimentado no fundo do fermentador. Acho que pode fazer muita diferença incoluar o fermento com o trub ainda em suspensão. Tenho minhas dúvidas se na decantação do trub, boa parte do fermento não poderia ser arrastada para o fundo também.

 

[jalexandre]

Ótima discussão.
Li o teste... Bem elaborado o método do cara pro painel de testes!

Da forma como foi feito, dá pra ver que realmente tem diferença embora não pareça ser tão gritante... mas pra mim ficaram dois pontos importantes, que seriam interessantes de serem debatidos antes de alguem tomar a a decisão de abandonar as práticas de remoção de trub:

1- A citação feita ao Palmer fala sobre "hot break". O cara extrapolou a ideia e levou inclusive o lúpulo junto. Concluir que isso não afeta a percepção final é um pouco complicado, porque depende muito do processo individual de fermentação (tempo que a cerveja fica em contato com o lúpulo) e receita (quantidade de lúpulo).

2- "The hot break consists of various proteins and fatty acids which can cause off-flavors" parte da citação do Palmer, fala sobre ácidos graxos. É importante lembrar que excesso de ácidos graxos na cerveja pronta podem não resultar em off-flavors imediatamente, mas desfavorecem a estabilidade da cerveja, ou seja podem contribuir para uma oxidação precoce. Esse fator não foi considerado, o teste foi feito após 9 dias de envase apenas.

Finalmente alguém que consegue transmitir em palavras o que eu penso sobre os exBeerments deles.

Acompanhei o blog religiosamente durante todo o ano de 2015, e a maioria dos testes foram 'inconclusivos' ou 'sem grandes diferenças aparentes', mesmo com toda a literatura técnica (Palmer, Jamil, Chris White, Kaiser, etc...) dizendo e batendo nas mesmas teclas.

Quando experimento de aeração mostrou resultados imperceptiveis para os diversos níveis de aeração, meu radar apitou.

Quando o experimento de 'pitch rate' e 'pitch temperature' se mostraram com poucas diferenças perceptiveis, meu radar explodiu de vez.

Os testes são legais, elaborados e divertidos, mas eu não tomo eles como parametro para otimização ou mudanças de processos.

Acho que é isso. Inspiração e leitura recreativa.
E sim, eu ainda leio eles, e gosto. Só não tomo tudo como verdade.

Abraços.