Reaproveitamento e optimização do trub?

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dfelixpt

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Feb 1, 2021
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Olá a todos.

Faço as minhas brassagens numa panela de 35L. (biab)
E por norma, perco 3L para o trub.

Habitualmente arrefecia o mosto e passava directo para o fermentador, como me parece ser o procedimento comum.

Nos últimos tempos, como faço as brassagens à noite, tenho optado por arrefecer o mosto até por volta dos 50ºC... e deixar ficar.
Isolo a tampa com película aderente. E continuo no dia seguinte.
Não faço whirpool. Este só costuma funcionar para a matéria vegetal mais pesada como os lúpulo. E para esses uso o spider.

O que fica é um trub lamacento e demasiado liquido e acaba por se espalhar no fundo à mesma.
Sinto que ao fazer whirpool estou mais a misturar que propriamente a separar.

Tenho aproveitado a pausa para iniciar uma starter com algum mosto.
Não é uma starter "by the book" pois é menos tempo. Mas 12/14 horas que costuma demorar entre o arrefecimento e a transfega para o fermentador já confere maior vitalidade que apenas a levedura hidratada.

Tenho obtido resultados simpáticos, com uma transferência mais cristalina e o trub no fundo da panela a ficar mais concentrado.
Sinto que estou a passar menos lixo para o fermentador. Não noto diferenças significativas no amargor.
E no geral tenho conseguido obter melhores cervejas do que quando fazia tudo seguido.

Por norma costumo deitar fora o trub.
Mas na minha última brassagem guardei-o num dos garrafões da água que costumo comprar.

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Iniciei a fermentação normalmente. E não liguei mais ao assunto.
Mas algumas horas depois apercebi-me que no garrafão metade do volume do que retirei acabou por "assentar".

E é aqui que entra a minha dúvida.
Pois está ali cerca de 1,5L de mosto com qualidade. E 1,5L é 6% do volume produzido!
E significaria uma redução das perdas por trub de 3L para 1.5L.

Num contexto em que o recipiente esteja devidamente sanitizado, será que justifica atrasar mais algumas horas o inicio da fermentação para fazer esta separação e adicionar este volume ao que já foi para o fermentador?

Criticas e sugestões?
 
Num contexto em que o recipiente esteja devidamente sanitizado, será que justifica atrasar mais algumas horas o inicio da fermentação para fazer esta separação e adicionar este volume ao que já foi para o fermentador?

Criticas e sugestões?

Olá!

Creio que não precise nem atrasar o início da fermentação.

Pode adicionar o mosto recuperado no dia seguinte, mesmo com o fermento já em atividade. Será um período curto de tempo, e não vai interferir em nada, acredito eu.
 
Eu separo esse mosto com trub, decanto e utilizo o mosto no starter da próxima brassagem. Guardo congelado.
Pode ferver novamente esse tanto, se tem algum receio quanto a sanitização.
 
já fiz isso para salvar alguns litros 😏. Você pode até inocular o fermento no restante sem atraso. Provavelmente a levedura estará ainda no lag de inicio da fermentação. Mas não se preoculpe tanto em não levar NADA de trub para a fermentação, principalmente quando se usa o hopspider, que também é meu caso. Grande parte dessa sujeira aí não é lupulo.
 
Bom dia.
Todas as técnicas que minimizem perdas é bem viável...
Como vai usar, se adicionar ao fermentador, antes ou depois de inocular, fermentar em separado, ou usar para um posterior starter, são formas de se utilizar o que iria para o ralo!!!!
Mas aquilo que mais me chamou atenção em seu processo, é saber que conseguiste melhores resultados na clareza do mosto... próxima brassagem vou aproveitar as temperaturas mais frias da madrugada para realizar um processo semelhante.
Obrigado e boas brejas!!!
 
Numa das minhas últimas brassagens peguei 5 litros que iriam para o ralo e coloquei num desses galõezinhos de água. Inoculei fermento de pão em boa quantidade. Decantou super bem. Em uma semana eu estava engarrafando por volta de 4 litros limpinhos. A cerveja ficou bem boa!! :-D
 
Olá a todos.

Faço as minhas brassagens numa panela de 35L. (biab)
E por norma, perco 3L para o trub.

Habitualmente arrefecia o mosto e passava directo para o fermentador, como me parece ser o procedimento comum.

Nos últimos tempos, como faço as brassagens à noite, tenho optado por arrefecer o mosto até por volta dos 50ºC... e deixar ficar.
Isolo a tampa com película aderente. E continuo no dia seguinte.
Não faço whirpool. Este só costuma funcionar para a matéria vegetal mais pesada como os lúpulo. E para esses uso o spider.

O que fica é um trub lamacento e demasiado liquido e acaba por se espalhar no fundo à mesma.
Sinto que ao fazer whirpool estou mais a misturar que propriamente a separar.

Tenho aproveitado a pausa para iniciar uma starter com algum mosto.
Não é uma starter "by the book" pois é menos tempo. Mas 12/14 horas que costuma demorar entre o arrefecimento e a transfega para o fermentador já confere maior vitalidade que apenas a levedura hidratada.

Tenho obtido resultados simpáticos, com uma transferência mais cristalina e o trub no fundo da panela a ficar mais concentrado.
Sinto que estou a passar menos lixo para o fermentador. Não noto diferenças significativas no amargor.
E no geral tenho conseguido obter melhores cervejas do que quando fazia tudo seguido.

Por norma costumo deitar fora o trub.
Mas na minha última brassagem guardei-o num dos garrafões da água que costumo comprar.

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Iniciei a fermentação normalmente. E não liguei mais ao assunto.
Mas algumas horas depois apercebi-me que no garrafão metade do volume do que retirei acabou por "assentar".

E é aqui que entra a minha dúvida.
Pois está ali cerca de 1,5L de mosto com qualidade. E 1,5L é 6% do volume produzido!
E significaria uma redução das perdas por trub de 3L para 1.5L.

Num contexto em que o recipiente esteja devidamente sanitizado, será que justifica atrasar mais algumas horas o inicio da fermentação para fazer esta separação e adicionar este volume ao que já foi para o fermentador?

Criticas e sugestões?

Olá @dfelix!

Cara, meio estranho esse volume todo.

1 - Você está clarificando bem o mosto antes da fervura? Sei que é BIAB, mas mesmo no BIAB, com ou sem bomba, é possível filtar bem o mosto na cama de grãos. Esse é um momento que retém muito dessas pequenas partículas.

2 - Sua fervura é vigorosa? Uma boa fervura também é importante para ajudar agregar elementos em suspensão.

3 - Usa algum floculante nos últimos 15min de fervura? Uma pastilha whirlfloc é fundamental nesse momento, tanto para agregar quanto para decantar os sedmentos.

4 - Whirlpool é outro passo essencial, sim! Um whirlpool vigoroso também concentra muito bem os sedimentos.

5 - Tem aguardado tempo suficiente após o whirlpool? Eu aguardo decantar em torno de 20 a 30min após o whirlpool. Só quando não há mais nenhuma partícula em suspensão que vou para transfega.

6 - Na transfega tem deixado ir um pouco de trub? Além de um pouco de trub não fazer mal, ele faz fazer bem a multiplicação das células por conter também alguns nutrientes. Então, se for um pouco de trub tudo bem, depois na fermentação decanta e fica preso sob a levedura.

Saúde!
 
Eu separo esse mosto com trub, decanto e utilizo o mosto no starter da próxima brassagem. Guardo congelado.

Boa sugestão.
Convém é usar o mosto para starter em nova brassagem da mesma receita, certo?

Introduzir uma starter feito a partir de 1.5L duma receita completamente diferente... tenho receio que altere cor e sabor.

Grande parte dessa sujeira aí não é lupulo.

Sim, quase não há lúpulo ali. A lama são mesmo proteínas floculadas.

Já li opiniões muito diferentes sobre o transporte desta "lama" para o fermentador.
Há quem defende que essas proteínas são nutriente do mosto e não se deve retirar.
Há quem defenda que retirar confere maior estabilidade na cerveja.
Opiniões para todos os gostos. :)

Nas minhas últimas brassagens optei por não passar... e estou a gostar do resultado.
E também sinto que na hora de passar do fermetandor para o barril fica também mais fácil.

Mas aquilo que mais me chamou atenção em seu processo, é saber que conseguiste melhores resultados na clareza do mosto... próxima brassagem vou aproveitar as temperaturas mais frias da madrugada para realizar um processo semelhante.

Na foto do garrafão acima dá para ver a diferença que faz algumas horas o mosto em repouso.
Precipitam todas aquelas partículas muito pequenas que no whirpool só ficam mais misturadas.

Como são partículas muito finas, deixo a panela no local e não toco mais.
Pois basta mover para levantar novamente a "poeira".

A minha panela tem a saída do mosto a 4cm.
É uma panela normal de 35L em inox que modifiquei soldando uns tri-clamp do aliexpress.

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Não tem tubo pescador.
Não tive disponibilidade para fazer um que possa ser adaptado ao tri-clamp da torneira.
Portanto, os 3L correspondem ao volume até à saída.

Depois das últimas experiências, estou a pensar fazer o tubo pescador de forma diferente.
Irei abrir uma rosca para que usar tubos com diferentes alturas e encontrar o ideal.
Pois já percebi que não vou querer sempre retirar o mosto do fundo da panela.

O meu receio no inicio ao deixar o mosto repousar toda a noite prendia-se mais com o amargor.
Mas como faço arrefecimento na mesma até cerca de 50ºC e retiro o hop spider, nunca senti diferença.

Outro dos meus receios era perda de OG...
Pode parecer idiota, mas achei que os açucares poderiam precipitar também para o fundo.
Mas, agora mesmo decidi medir a OG do garrafão antes de deitar no ralo... e apercebi-me que ainda está mais alta do que no dia da brassagem. 🤔


Grato a todos pelas respostas! 👍
 
Last edited:
Cara, meio estranho esse volume todo.

O volume deve-se à altura da torneira. Não fiz ainda um tubo pescador.
Antes tombava um pouco a panela.
Mas deixei de o fazer quando me apercebi que estava a enviar demasiados sedimentos para o fermentador.

Nesta ultima brassagem enviei os últimos 3L para o garrafão... e foi aí que me apercebi que estou a desperdiçar 1.5L de mosto bom.

1 - Você está clarificando bem o mosto antes da fervura? Sei que é BIAB, mas mesmo no BIAB, com ou sem bomba, é possível filtar bem o mosto na cama de grãos. Esse é um momento que retém muito dessas pequenas partículas.

Uso um cesto de inox e faço circulação com bomba.
Os sedimentos da foto que coloquei não são matéria vegetal nem lúpulo.
São mesmo a floculação que ficam como uma espécie de lama muito fina. E por ser muito fina não se concentra no centro da panela depois do whirpool.

3 - Usa algum floculante nos últimos 15min de fervura? Uma pastilha whirlfloc é fundamental nesse momento, tanto para agregar quanto para decantar os sedmentos.

Nunca consegui encontrar whirlfloc à venda em Portugal nem em lojas online proximo, pelo menos com esse nome.
Tenho usado irish moss que pelo que investiguei é a alga a partir da qual é feito o whirlfloc.

5 - Tem aguardado tempo suficiente após o whirlpool? Eu aguardo decantar em torno de 20 a 30min após o whirlpool. Só quando não há mais nenhuma partícula em suspensão que vou para transfega.

Costumava aguardar sempre cerca de 30min ou mais dependendo da quantidade de coisas por lavar e arrumar.

Há uns meses atrás estava demasiado cansado e decidi fazer a transfega no dia seguinte.
E apercebi-me que durante a noite precipitou e concentrou mais proteína no fundo que teria passado para o fermentador se tivesse feito de imediato.
Por este motivo, a quantidade de perdas por turb também se tornou "maior".

Mas a partir daí tenho feito sempre assim.
E os resultados na cerveja estão a ser bastante satisfatórios.

6 - Na transfega tem deixado ir um pouco de trub? Além de um pouco de trub não fazer mal, ele faz fazer bem a multiplicação das células por conter também alguns nutrientes. Então, se for um pouco de trub tudo bem, depois na fermentação decanta e fica preso sob a levedura.

É impossível não ir sempre um pouco... 😄

A realidade é que as ultimas brassagens em que deixei assentar toda aquela "poeira" durante a noite e evitei transferir para o fermentador... foram as melhores cervejas que fiz.
Por isso fico com mais dúvidas quanto a ser realmente vantajoso.

Grato pela resposta! 👍
 
Last edited:
Boa sugestão.
Convém é usar o mosto para starter em nova brassagem da mesma receita, certo?
gem. 🤔


Grato a todos pelas respostas! 👍

Não necessariamente. Geralmente eu tenho que diluir esse mosto pra ficar com densidade de starter 1035 - 1040.
E antes de inocular eu deixo o starter decantar também, então descarto parte do mosto. No fim vai só uma pequena parte pro fermentador.
Já usei mosto de brown ale pra starter e não notei diferente de cor, aroma e sabor.
 
O volume deve-se à altura da torneira. Não fiz ainda um tubo pescador.
Antes tombava um pouco a panela.
Mas deixei de o fazer quando me apercebi que estava a enviar demasiados sedimentos para o fermentador.

Nesta ultima brassagem enviei os últimos 3L para o garrafão... e foi aí que me apercebi que estou a desperdiçar 1.5L de mosto bom.



Uso um cesto de inox e faço circulação com bomba.
Os sedimentos da foto que coloquei não são matéria vegetal nem lúpulo.
São mesmo a floculação que ficam como uma espécie de lama muito fina. E por ser muito fina não se concentra no centro da panela depois do whirpool.



Nunca consegui encontrar whirlfloc à venda em Portugal nem em lojas online proximo, pelo menos com esse nome.
Tenho usado irish moss que pelo que investiguei é a alga a partir da qual é feito o whirlfloc.



Costumava aguardar sempre cerca de 30min ou mais dependendo da quantidade de coisas por lavar e arrumar.

Há uns meses atrás estava demasiado cansado e decidi fazer a transfega no dia seguinte.
E apercebi-me que durante a noite precipitou e concentrou mais proteína no fundo que teria passado para o fermentador se tivesse feito de imediato.
Por este motivo, a quantidade de perdas por turb também se tornou "maior".

Mas a partir daí tenho feito sempre assim.
E os resultados na cerveja estão a ser bastante satisfatórios.



É impossível não ir sempre um pouco... 😄

A realidade é que as ultimas brassagens em que deixei assentar toda aquela "poeira" durante a noite e evitei transferir para o fermentador... foram as melhores cervejas que fiz.
Por isso fico com mais dúvidas quanto a ser realmente vantajoso.

Grato pela resposta! 👍

Olá @dfelix!

Conversei com um colega italiano de rede social sobre o uso das pastilhas floculantes ou similares... ele disse que não utiliza e as vezes, no máximo, utiliza um "musgo" irlandês.

Bom, assim sendo, algumas dicas a mais, são:

- Movimentar o menos possível a cama de grãos.
- Recircular o mosto até ficar cristalino - experimente mexer a panela para colocar em suspensão os resíduos decantados e assim poder bombeá-los e filtrá-los na cama de grãos.
- Dedique esforço máximo no Whirlpool.
- Transfira o mosto até chegar no trub e aí experimente tombar bem a panela e coloque um apoio para mantê-la inclinada, e deixe decantar novamente o trub.
- Na transfega para o fermentador, experimente encher a peneira - filtro/coador de malha fina de inox - com o bagaço do malte, para assim ter maior eficiência na retenção desse trub fino. Seria como criar um filtro de grãos num formato de cone.

Boa sorte, boas cervejas e saúde!
 
Olá @dfelix!

Conversei com um colega italiano de rede social sobre o uso das pastilhas floculantes ou similares... ele disse que não utiliza e as vezes, no máximo, utiliza um "musgo" irlandês.

Bom, assim sendo, algumas dicas a mais, são:

- Movimentar o menos possível a cama de grãos.
- Recircular o mosto até ficar cristalino - experimente mexer a panela para colocar em suspensão os resíduos decantados e assim poder bombeá-los e filtrá-los na cama de grãos.
- Dedique esforço máximo no Whirlpool.
- Transfira o mosto até chegar no trub e aí experimente tombar bem a panela e coloque um apoio para mantê-la inclinada, e deixe decantar novamente o trub.
- Na transfega para o fermentador, experimente encher a peneira - filtro/coador de malha fina de inox - com o bagaço do malte, para assim ter maior eficiência na retenção desse trub fino. Seria como criar um filtro de grãos num formato de cone.

Boa sorte, boas cervejas e saúde!

Whirlfloc é exatamente esse musgo chamado Irish Moss + um outro componente de uma alga chamada Kappa Carragena. Obrigado pelas outras dicas!
 
- Na transfega para o fermentador, experimente encher a peneira - filtro/coador de malha fina de inox - com o bagaço do malte, para assim ter maior eficiência na retenção desse trub fino. Seria como criar um filtro de grãos num formato de cone.

Na transfega para o fermentado não costumo passar o mosto directo.
Coloco sempre na boca do fermentador um saco de biab que no passado comprei por engano.

Só usei esse saco numa única brassagem, pois a malha é demasiado fina.
E ao circular, enchia mais rapido que deixava se atravessar pelo mosto.

Mas para a transfega funciona bem como filtro.


Grato pelas respostas.
Não tenho acedido ao forum, por isso só hoje as vi.
 

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