Gushing

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mauesposito

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Aug 17, 2015
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Pessoal, estou tendo um problema sério de gushing. Faço priming com açúcar e de umas levas para cá aconteceu gushing em quase todas. Ajustei o processo de fermentação, deixando uns dias a mais para ter certeza de que tenha terminado, fiz a mediação de forma precisa do volume a ser engarrafado e nunca coloco mais que 5 gramas de açucar por litro. faço a calda e jogo no recipiente de envase. Sanitizo as garrafas com Voxilon (ácido peracético) e continua dando problema. Parece que vai evoluindo, quanto mais demoro para tomar a cerveja (deixo ela em temperatura ambiente) antes de gelar, mais vai dando problema. Será que devo trocar as garrafas?
Ou mudar alguma coisa no processo de priming?
 
Pessoal, estou tendo um problema sério de gushing. Faço priming com açúcar e de umas levas para cá aconteceu gushing em quase todas. Ajustei o processo de fermentação, deixando uns dias a mais para ter certeza de que tenha terminado, fiz a mediação de forma precisa do volume a ser engarrafado e nunca coloco mais que 5 gramas de açucar por litro. faço a calda e jogo no recipiente de envase. Sanitizo as garrafas com Voxilon (ácido peracético) e continua dando problema. Parece que vai evoluindo, quanto mais demoro para tomar a cerveja (deixo ela em temperatura ambiente) antes de gelar, mais vai dando problema. Será que devo trocar as garrafas?
Ou mudar alguma coisa no processo de priming?

Opa, boa tarde. Cara, nesses anos que trabalho com cerveja posso te dizer que gushing é algo muito misterioso com causas variadas, mas no geral o gushing não é causado por excesso de carbonatação. No ambiente da pesquisa e produção de cerveja, o gushing pode ser divido entre primário (causado pelo malte) e secundário (partículas inorgânicas). Ou seja, mesmo que sua fermentação tenha ocorrido corretamente e não tenha contaminação direta consumindo açúcares que a S. cerevisiae não consumiu, ainda sim pode ocorrer o gushing. Duas origens desse problema podem ser: íons metálicos na água e alta concentração de proteínas hidrofóbicas no malte que podem ser proveniente de atividade fúngica, na maior parte dos casos. Por exemplo, grãos que passam pelo processo de colheita, malteação e armazenagem em regiões que possuem estações do ano excessivamente úmidas, podem se contaminar com um fungo chamado Fusarium, que produz uma proteína hidrofóbica tensioativa (que diminui a tensão superficial da cerveja) e causa gushing. Além o disso o oxalato de cálcio pobremente diluído no mosto também pode causar gushing, pois ele reage com o CO2.

Como proceder nesses casos:

1 - Gushing primário: troque a marca do malte e evite fazer single malte se não conseguir trocar de marca. É legal também fazer cervejas com maiores adição de lúpulo. Vale lembrar que contaminação por Aspergillus (mofo preto) também pode causar gushing, então garantir a compra de um fornecer que armazena malte de maneira correta é fundamental.

2 - Gushing secundário: verifique sua água, se estiver tudo ok com ela verifique seu equipamento por fontes que podem estar contaminando sua cerveja com metais, nesse caso troque as partes e melhore sua filtragem (muitas vezes a gelatina ajuda bastante), pois muitas partículas sólidas e resíduo de gás adsorvido são responsáveis pela nucleação de bolhas levando ao gushing.


Att.
 
Opa, boa tarde. Cara, nesses anos que trabalho com cerveja posso te dizer que gushing é algo muito misterioso com causas variadas, mas no geral o gushing não é causado por excesso de carbonatação. No ambiente da pesquisa e produção de cerveja, o gushing pode ser divido entre primário (causado pelo malte) e secundário (partículas inorgânicas). Ou seja, mesmo que sua fermentação tenha ocorrido corretamente e não tenha contaminação direta consumindo açúcares que a S. cerevisiae não consumiu, ainda sim pode ocorrer o gushing. Duas origens desse problema podem ser: íons metálicos na água e alta concentração de proteínas hidrofóbicas no malte que podem ser proveniente de atividade fúngica, na maior parte dos casos. Por exemplo, grãos que passam pelo processo de colheita, malteação e armazenagem em regiões que possuem estações do ano excessivamente úmidas, podem se contaminar com um fungo chamado Fusarium, que produz uma proteína hidrofóbica tensioativa (que diminui a tensão superficial da cerveja) e causa gushing. Além o disso o oxalato de cálcio pobremente diluído no mosto também pode causar gushing, pois ele reage com o CO2.

Como proceder nesses casos:

1 - Gushing primário: troque a marca do malte e evite fazer single malte se não conseguir trocar de marca. É legal também fazer cervejas com maiores adição de lúpulo. Vale lembrar que contaminação por Aspergillus (mofo preto) também pode causar gushing, então garantir a compra de um fornecer que armazena malte de maneira correta é fundamental.

2 - Gushing secundário: verifique sua água, se estiver tudo ok com ela verifique seu equipamento por fontes que podem estar contaminando sua cerveja com metais, nesse caso troque as partes e melhore sua filtragem (muitas vezes a gelatina ajuda bastante), pois muitas partículas sólidas e resíduo de gás adsorvido são responsáveis pela nucleação de bolhas levando ao gushing.


Att.


Super obrigado! Foi uma verdadeira aula!
 
Se indicar alguma literatura mais aprofundada, ficaria muito grato!

Eu só conheço literatura científica sobre o assunto, seguem os principais links disponíveis:

1 - https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780127999548000101
2 - https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1002/j.2050-0416.1961.tb01817.x
3 - encurtador.com.br/twZ47
4 - encurtador.com.br/hqrCG
5 - https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1373716310002325
6 - https://www.mbaa.com/meetings/archive/2012/Proceedings/pages/110.aspx
7 - mecanica.ufu.br/LIVRE/Valerio/CERVEJA/Beer_-_A_quality_perspective.pdf
8 - encurtador.com.br/sKSY0
9 - https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1002/j.2050-0416.2010.tb00797.x
10 - https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3668669/
11 - https://www.vtt.fi/inf/pdf/science/2012/S13.pdf
12 - https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1002/j.2050-0416.2011.tb00474.x
13 - https://www.academia.edu/13732904/E...extract_to_reduce_the_primary_gushing_of_beer
14 - http://www.********************/wp-...11/The-Non-Biological-Instability-of-Beer.pdf
15 - https://link.springer.com/article/10.1007/BF02906162

Att.
 
Last edited:
Olá, desculpem estar a aproveitar este post, mas na verdade tenho o mesmo problema.
Tenho tido o mesmo problema de Gushing nas últimas cervejas que tenho feito. Tenho tentado perceber se tem a ver com a temperatura em que guardo as garrafas após envase, mas a temperatura por norma é a de ambiente.
Li algures aqui pelo fórum, que este problema também pode ter a ver com o facto de a fermentação não ter sido finalizada.
Então foi o seguinte: produzi a cerveja em Janeiro deste ano e nos 2 primeiros meses, a cerveja estava bestial. Com boa espuma e sem carbonatarão excessiva. Desde o 3ª mês após envase, a cerveja começou a ficar com supercarbonatação e em algumas garrafas acontece mesmo Gushing.
Recomendado por vários comentários daqui do fórum, testei hoje uma garrafa que tinha aqui, à temperatura ambiente, abri e deixei que a espuma saísse toda. Agitei e passei de recicpiente em recipiente, até que a cerveja não tivesse carbonatação nenhuma. Medi a densidade da cerveja e o densímetro mostra 1.010. Antes de envasar, o densímetro mostrava 1.020.
A fermentação ocorreu a 19.4ºC durante 15 dias e usei 1 pacote de levedura US-05 (fermentis). No fim dos 15 dias, o airlock já não mexia e durante uns dias antes medi a densidade e não houve alterações.
Isto pode mesmo significar que a fermentação ainda não tinha finalizado?
Pode a cerveja alterar tanto em densidade após 4 meses de ter sido envasada?

Obrigado a todos!
 
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