Fiquei com uma dúvida meio básica depois das respostas do Tiago e do Guenther:
Entendi que o sensor da resistência deve ficar na saída da serpentina, o mais próximo da panela, mas, ainda assim, há uma diferença de temperatura entre essa temperatura (da saída da serpentina) e a temperatura dos grãos.
Pelo menos aqui deu diferença. Por mais que a saída serpentina seja muito próxima à panela dos grãos, há perda com o "chuveiro" na cama de grãos, por exemplo.
Enfim, a temperatura do líquido na saída não é a mesma dos grãos.
Neste contexto, como proceder? Vocês medem as duas temperaturas? Ou é correto levar em conta apenas temperatura do líquido da saída e só?
Obrigado
A questão é.... dá diferença? Claro que dá... não tem como não dar.
Isso importa? Não.
O importante é que conforme anda a recirculação, a panela inteira tende a homogeneizar, e o mais importante é que o líquido (onde estão as enzimas... não nos grãos) nunca vai passar da temperatura X que tu configurou.
Ou seja, esquece a temperatura do grão como o mais importante... os amidos se gelatinizam e se solubilizam no líquido, assim como as enzimas.
Resumindo, o mais importante é um controle uniforme e seguro. Ao longo do tempo, tu que vais avaliar que tipo de corpo mosturar a 67 ou 63, ou 69 te dá em termos de resultados, e a partir daí que tu vais usar teu equipamento.... com base nele mesmo.
Resumindo... mosturar num tipo de equipamento, a 68 (por exemplo).... absolutamente NUNCA quer dizer que fazer cerveja num outro equipamento a 68 graus vai dar o mesmo resultado.
Pra mim, por exemplo, quando contruo um equipamento novo, faço uma cerveja a uma determinada temperatura.... sei lá... 68 graus, e depois de pronta a cerveja, avalio como ficou. Pronto! Aquele é meu ponto de partida... a partir dali eu sei como fica o corpo de uma cerveja mosturada a 68 graus NAQUELE equipamento, e é isso que me interessa... não a temperatura em si. Temperatura é algo meio relativo..... pois mosturar num sistema de infusão simples.... com queda de temperatura, é bem diferente de mosturar num RIMS, ou num HERMS, etc.
Qual é a PRINCIPAL coisa quando vamos medir a temperatura num sistema assim? É ficar DESPREOCUPADO em relação a dar alguma M.... e ter controle. Se tu medir a temperatura no meio dos grãos, o que pode ocorrer? Ocorre que, digamos, se tu queres 68 graus..... até a temperatura subir pra 68 lá naquele ponto dos grãos, o mosto pode estar entrando lá em cima a 70... 72... 74... etc, e isso depende COMPLETAMENTE da forma com que cada um montou seu equipamento. Já se tu controlar a temperatura medindo-a na entrada do mosto na panela (retorno... depois da serpentina), o mosto em si nunca vai passar do que tu queres.... e isso torna QUALQUER SETUP de equipamentos seguro, ou seja, não interessa se é 10 litros, 50, 100..... todos vão funcionar pq a temperatura nunca vai passar disso, e nunca vai ter problema de inativação de enzimas, etc.
Resumindo.... medir a temperatura do mosto funciona sempre, pra qualquer equipamento, independente se o cara montou um equipamento show.... ou se foi um monte de gambiarras.
Medir a temperatura no meio dos grãos, dependendo do equipamento, do tamanho, etc..... pode ser um desastre completo. Exemplo... imagine um HERMS numa panela de 200 litros? Medir só no meio dos grãos ia ser um desastre. Já numa panela de 10 litros..... não.... vai funcionar tranquilo.
Medir a temperatura do mosto no retorno? Funciona em qualquer equipamento.
E lembrando.... eu não reinventei a roda. Isso já é discutido há mais de 10 anos no HomebrewTalk americano.
Abraço,