Brassagem em duas etapas

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ebraun

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Colegas, alguem já fez alguma brassagem em duas etapas? Pretendo começar a brassagem pela manhã (moagem e rampas e filtragem) e a tardinha fazer a fervura, adição de lupulo, resfriamento e fermentação).
Será que traz algum problema esse intervalo de aproximadamente 6 horas para recomeçar?
 
Já fiz várias vezes, e de um dia pro outro.

No primeiro dia, fazia a mosturação, a filtragem/lavagem, e aí abandonava tudo e continuava no churrasco, trago, etc, até cair..

Aí no outro dia acordava todo torto, fazia fervura, lúpulos, inoculação, limpava tudo, e pronto.

Abraço,
 
Valeu galera, boa idéia, agora dá pra brassar durante a semana, coisa que antes, por medo, só fazia em uma etapa em fim de semana ou feriado.

Abraços
 
Eu não posso tentar fazer assim sob o risco de perder todo o mosto...

Se deixar a bagunça por um tempo a doida da minha mulher manda tudo pro lixo pra limpar a bagunça, hehehehe.
 
Lá em casa é tranquilo, pois a combinação é que a casa é dela, e a garagem é minha, ou seja, na garagem e churrasqueia, quem apita sou eu e posso fazer o que quiser.
 
comecei agora uma brasagem, amanha termino. Vou por em prática os ensinamentos de vocês.
Abraços
 
Meu... não faz isso não...

Começou, terminou sem pausa nenhuma.

Não é porque dá certo e vira cerveja, que será uma boa prática e dará uma cerveja perfeita.



Como vocês fazem para evitar a oxidação, uma vez que em temperatura alta ela se acelerará? E a acidificação, uma vez que estará por bastante tempo na temperatura ótima para ação de lactobacilos?

A oxidação não tem muito a ser feito, prejudicará sua cerveja de qualquer forma, mas a acidificação até teriam alternativas, corrigindo para a faixa de 5.1 a 5.3 que é o PH ótimo da fervura (o que já deveria ser feito de qualquer jeito mesmo).



Moeu o malte, mosturou, ferveu e esfriou, sem pausa nenhuma entre os passos (se for sour mash aí é outra história).
 
Concordo com o Rodrigo que a melhor prática é fazer sempre tudo de uma vez... eu evito até moer o malte no dia anterior, faço sempre no mesmo dia.
Mas tem que entender o lado dos caras, é melhor ter uma cerveja, mesmo que não seja a mais perfeita possível, do que não ter cerveja neh rsrsrsr :mug:
 
Até concordo que seja feita fracionada. Se é uma restrição fazer tudo no mesmo dia, paciência, faça em dois dias.

Mas isso não quer dizer que não terá problemas fazendo isso, como nossos grandes colegas citaram. Terá sim. Os problemas podem até ser sutis e alguns contornáveis, mas estarão lá.


Quando o meu gargalo é o tempo e quero brassar de qualquer forma naquele dia, o que costumo fazer é mudar um pouco o método (aplicando o no sparge), economizando pelo menos uma hora. Aí sacrifico um pouco a eficiência a favor do tempo ganho, conseguindo fazer uma brassagem em cerca de 4-4,5 horas.

Acho melhor do que dividir em duas etapas a brassagem.
 
Até concordo que seja feita fracionada. Se é uma restrição fazer tudo no mesmo dia, paciência, faça em dois dias.

Mas isso não quer dizer que não terá problemas fazendo isso, como nossos grandes colegas citaram. Terá sim. Os problemas podem até ser sutis e alguns contornáveis, mas estarão lá.


Quando o meu gargalo é o tempo e quero brassar de qualquer forma naquele dia, o que costumo fazer é mudar um pouco o método (aplicando o no sparge), economizando pelo menos uma hora. Aí sacrifico um pouco a eficiência a favor do tempo ganho, conseguindo fazer uma brassagem em cerca de 4-4,5 horas.

Acho melhor do que dividir em duas etapas a brassagem.
Olha Rodrigo, eu já fiz isso DIVERSAS vezes, e nunca ocorreu nada disso.

Oxidação, eu não vejo como. O mosto vai ficar puro na panela de fervura, tampado, ou seja.. que oxidação? Mesmo fazendo splash do mosto quente, o que gera HSA, já é BEM difícil fazer ele aparecer em qualquer cerveja.

Sobre os bacilos, aí já entrou numa área que não conheço.... 70 e poucos graus é temperatura perfeita pra eles? Não consigo ver sentido pois isso é temperatura de pasteurização. Não sabia que eles resistiam tanto.

Quanto ao PH, por que acidificaria com o mosto parado?

Abraço,
 
Na minha humilde opinião, eu acho que não se deve fazer disso uma regra (em duas etapas), mas quando não tem como fazer no mesmo dia, e quer fazer ceva, é uma opção.
Abraços
 
Na minha humilde opinião, eu acho que não se deve fazer disso uma regra (em duas etapas), mas quando não tem como fazer no mesmo dia, e quer fazer ceva, é uma opção.
Abraços
Ah... com certeza... quando a isso não tem nem discussão.... mas se for preciso, dá pra fazer. Entre não fazer uma cerveja, e fazer assim.... certamente eu diria pra fazer.

O mais importante é que vai ferver tudo no outro dia, ou seja, "esterilizar", evaporar compostos precursores que gerariam DMS, etc.

Abraço,
 
Pessoal, ainda não fiz, mas estou estudando Sour Mash, está nos planos. E a temperatura de inoculação e manutenção do Lactobacilo é de 49ºC, então realmente não há problemas com isso. Além disso, depois de mosturar, vc tem que resfriar e reinocular uma porção de malte moido, pois os lactobacilos do mosto que foi sacarificado já eram. Então, a chance de isso acontecer é minima.

Lógico, depende de quanto tempo vai ficar parado e realmente não é a melhor prática. No meu caso, fico na mostura até umas 02, 03 da manhã, durmo um pouco e volto pra ferver as 08, ainda tá tudo com mais de 60 graus. E faço questão de jogar iodo com o spray em todo o ambiente.
Abraços!
 
Olha Rodrigo, eu já fiz isso DIVERSAS vezes, e nunca ocorreu nada disso.

Oxidação, eu não vejo como. O mosto vai ficar puro na panela de fervura, tampado, ou seja.. que oxidação? Mesmo fazendo splash do mosto quente, o que gera HSA, já é BEM difícil fazer ele aparecer em qualquer cerveja.

Sobre os bacilos, aí já entrou numa área que não conheço.... 70 e poucos graus é temperatura perfeita pra eles? Não consigo ver sentido pois isso é temperatura de pasteurização. Não sabia que eles resistiam tanto.

Quanto ao PH, por que acidificaria com o mosto parado?

Abraço,



Com relação à oxidação ela pode ser gerada sim, pois o ambiente que o mosto está não estará isolado do oxigênio.

O ar dentro da panela será purgado e preenchido com CO2? não, certo?

Possuindo oxigênio no ambiente, ele estará interagindo com o mosto, pouco, muito? Acho que até possa ser em pequena intensidade, mas de qualquer forma estará degradando o mosto e gerando precursores para a oxidação do mesmo jeito que o HSA (talvez em menor quantidade ainda).

Como nós sabemos, conforme a temperatura vai caindo, a pressão interna irá diminuir e consequentemente mais ar com oxigênio estará disponível para interagir com o mosto.

Os níveis de oxidação podem até não ser perceptíveis para mim ou para vc, mas alguém com olfato mais treinado poderá pegar essa oxidação e eu não acho isso legal.




Com relação à temperatura, vc manterá ela em 78 graus durante o tempo todo? Ou ela cairá durante o período? É bem provável que isso aconteça, não?

A temperatura ótima para os lactobacilos (e várias outras bactérias) é em torno de 40-45 graus, vivendo até 50 e poucos graus numa boa. Algumas cepas podem aguentar até 70-75 graus por um período grande de tempo (mais difíceis de ocorrerem? espero que sim).

Supondo que vc finalize a lavagem com 75 graus, depois de uma noite de 8-12h, ele deverá estar por volta dos 50, não é? O ar que será sugado para dentro deverá trazer alguns indivíduos indesejáveis junto, fazendo a vida se multiplicar la dentro. Talvez o pouco tempo não seja suficiente para dar grandes diferenças, mas certamente existirá.

Depois com a fervura, certamente tudo o que tiver lá estará morto, mas o PH poderá estar mais ácido do que o ideal para a fervura por conta de uma possível acidificação gerada por lactobacilos ou outras bactérias.




Bom, o que quis falar desde o primeiro post é que isso não é uma boa prática e poderá gerar defeitos na cerveja, mas quem quiser adotar e achar que não influencia em nada, ótimo.

Só acho que ao contrário de alguns no fórum que possuem grande conhecimento e experiência no assunto e consequentemente devem melhores práticas para muitas coisas, acredito que a grande maioria daqui não tem tanto conhecimento e poderá gerar cervejas piores e com defeitos adotando uma ou outra prática fora do convencional, que poderiam ser evitados.
 
Pessoal, ainda não fiz, mas estou estudando Sour Mash, está nos planos. E a temperatura de inoculação e manutenção do Lactobacilo é de 49ºC, então realmente não há problemas com isso. Além disso, depois de mosturar, vc tem que resfriar e reinocular uma porção de malte moido, pois os lactobacilos do mosto que foi sacarificado já eram. Então, a chance de isso acontecer é minima.

Lógico, depende de quanto tempo vai ficar parado e realmente não é a melhor prática. No meu caso, fico na mostura até umas 02, 03 da manhã, durmo um pouco e volto pra ferver as 08, ainda tá tudo com mais de 60 graus. E faço questão de jogar iodo com o spray em todo o ambiente.
Abraços!


André, com relação à sour mash, não necessariamente precisa inocular um pouco de malte moído virgem. Se vc deixar todo o bagaço do malte junto com o mosto na panela por um dia já estará com uma boa atividade de fermentação (já fiz essa experiência com a parte menos densa do mosto e já estava bem ácida na boca - não medi o PH -, mas acabei não prosseguindo com a segunda fervura).
 
Com relação à oxidação ela pode ser gerada sim, pois o ambiente que o mosto está não estará isolado do oxigênio.

O ar dentro da panela será purgado e preenchido com CO2? não, certo?

Possuindo oxigênio no ambiente, ele estará interagindo com o mosto, pouco, muito? Acho que até possa ser em pequena intensidade, mas de qualquer forma estará degradando o mosto e gerando precursores para a oxidação do mesmo jeito que o HSA (talvez em menor quantidade ainda).

Como nós sabemos, conforme a temperatura vai caindo, a pressão interna irá diminuir e consequentemente mais ar com oxigênio estará disponível para interagir com o mosto.

Os níveis de oxidação podem até não ser perceptíveis para mim ou para vc, mas alguém com olfato mais treinado poderá pegar essa oxidação e eu não acho isso legal.




Com relação à temperatura, vc manterá ela em 78 graus durante o tempo todo? Ou ela cairá durante o período? É bem provável que isso aconteça, não?

A temperatura ótima para os lactobacilos (e várias outras bactérias) é em torno de 40-45 graus, vivendo até 50 e poucos graus numa boa. Algumas cepas podem aguentar até 70-75 graus por um período grande de tempo (mais difíceis de ocorrerem? espero que sim).

Supondo que vc finalize a lavagem com 75 graus, depois de uma noite de 8-12h, ele deverá estar por volta dos 50, não é? O ar que será sugado para dentro deverá trazer alguns indivíduos indesejáveis junto, fazendo a vida se multiplicar la dentro. Talvez o pouco tempo não seja suficiente para dar grandes diferenças, mas certamente existirá.

Depois com a fervura, certamente tudo o que tiver lá estará morto, mas o PH poderá estar mais ácido do que o ideal para a fervura por conta de uma possível acidificação gerada por lactobacilos ou outras bactérias.




Bom, o que quis falar desde o primeiro post é que isso não é uma boa prática e poderá gerar defeitos na cerveja, mas quem quiser adotar e achar que não influencia em nada, ótimo.

Só acho que ao contrário de alguns no fórum que possuem grande conhecimento e experiência no assunto e consequentemente devem melhores práticas para muitas coisas, acredito que a grande maioria daqui não tem tanto conhecimento e poderá gerar cervejas piores e com defeitos adotando uma ou outra prática fora do convencional, que poderiam ser evitados.
Cara, eu entendi teus argumentos, só que eu acho eles totalmente extremos e improváveis. É algo como dizer "não tire o papel alumínio do Erlenmeyer para hidratar a levedura, pois mesmo que tire, coloque a levedura, e feche rapidamente.. podem entrar bactérias."

No caso da oxidação, mesmo usando técnicas com Splash que são largamente utilizadas por um monte de gente, é extremamente difícil conseguir sentir oxidação por causa disso. É uma boa prática evitar o HSA, claro que é, mas isso já foi mais do que discutido pelo Charlies Bamforth, determinando que isso é quase um mito a não ser em casos extremos.... como se por exemplo tu colocasse uma bomba de aquário no mosto durante 24 horas. Tem um episódio inteiro do Brew Strong com o Jamil, John Palmer e uma entrevista com o Bamforth falando disso, onde o Palmer ainda diz que se arrepende de ter escrito isso no How to Brew (e eu me arrependendo de ter colocado tanto medo em tanta gente, porque também recomendava só o que eu tinha lido no How to Brew).

Outra coisa que é preciso lembrar.. uma coisa é HSA, uma oxidação que não se desgruda mais, e que nesse caso será quase inexistente pela falta de agitação.

Ja no momento que o mosto esfriar, como tu falou, todo o oxigênio que entrar, ok, pois ele pode sair novamente, e nesse caso VAI sair por causa da fervura, pois essa oxidação já não é mais HSA.

Sobre os bacilos cara, novamente, a chance essa que tu estás citando de entrar algo lá (mesmo com ela tampada e com o fluxo de ar saindo dela), e sobreviver, e causar algum problema com a cerveja em menos de 24 horas, sendo que depois vai ferver tudo.... cara, essa chance, na minha opinião, é completamente desprezível de tão pequena, tanto quanto tirar o papel alumínio de um erlenmeyer, colocar a levedura, e fechar.

Ou seja, é uma boa prática terminar de filtrar num dia, e ferver no outro? Claro que não... é melhor fazer no mesmo dia. Agora... isso vai gerar problemas na cerveja? Extremamente improvável.

Abraço,
 
Realmente da pra fazer em duas etapas, mas pode ocorrer dois problemas:

Deixar o mosto quente todo esse tempo parado vai causar oxidação, pois calor e tempo são catalizadores causadores da oxidação ( temperatura alta + oxigênio + tempo = oxidação ).

E o outro problema é o aumento da cor do mosto, pois ocorrerá oxidação dos polifenóis pelas polifenoloxidases presentes nas cascas do malte.
 
HSA é Hot Side Aeration ("Aeração do Mosto Quente").
O que alguns autores defendem como sendo uma possibilidade de introduzir oxigênio no mosto quando quente e por ventura oxidaria a cerveja futuramente.
 
O que é HSA?

Fabiano, Hot Side Aeration, ou conhecido com oxidação a quente. É quando o mosto é exposto ao oxigênio, gerando precursores para a oxidação da cerveja.

É mais provável que ocorra em larga escala de produção, uma vez que o volume de oxigênio pode ser maior num splash, mas pode ocorrer em pequena escala (ainda que a oxidação após a fermentação apareça com mais intensidade).

Uma boa prática para evitar isso é não agitar muito vagarosamente o mosto enquanto tiver quente, ou não colocar o líquido em um balde, e depois devolver na panela apôs a lavagem por exemplo.
 
Realmente da pra fazer em duas etapas, mas pode ocorrer dois problemas:

Deixar o mosto quente todo esse tempo parado vai causar oxidação, pois calor e tempo são catalizadores causadores da oxidação ( temperatura alta + oxigênio + tempo = oxidação ).

E o outro problema é o aumento da cor do mosto, pois ocorrerá oxidação dos polifenóis pelas polifenoloxidases presentes nas cascas do malte.



Concordo completamente, pode até não ser aparente para um humano normal, mas que terá oxidação, com certeza terá.
 
Concordo completamente, pode até não ser aparente para um humano normal, mas que terá oxidação, com certeza terá.
Certo, mas usando esse modo de pensar, toda a cerveja tem diacetil, acetaldeído, álcool superior, e por aí vai, só que em níveis que não atrapalham e não dá pra notar.

Essa oxidação que vocês estão falando é o mesmo. Se for HSA, será completamente imperceptível, até porque nem tem agitação.

Se for oxidação a frio, tudo será fervido depois, e o oxigênio expulso.

Depois da cerveja pronta a oxidação é um problema pois ela não sai da cerveja.

Abraço,
 
Com certeza estamos usando esse modo de pensar toda cerveja tem esses compostos, por isso se estuda o limiar sensorial de cada um deles, mas claro que cerveja artesanal tem a tendência de mascara todos esses off-flavors, ainda mais para alguem não treinado...

A agitação causa incorporação do oxigênio mas, mas não é um fator catalizador da oxidação, mas o tempo e a temperatura sim... Um mosto quente envolto por oxigênio parado por muito tempo pode crer que vai começar a oxidar... (Não é HSA e nem oxidação a frio, tu ta pensando so nos "tipos" de oxidação que normalmente se pode ter e que se leem por ai, mas isso para brassagens "normais", mas existem vários outro "tipos"de oxidação. Pensa que qualquer matéria orgânica oxida, ate as células do nosso corpo oxidam por causa do tempo)

Se estivéssemos falando de uma grande industria fazendo uma standard lager, fazer uma brassagem em dois dias seria o mesmo que no fim da mostura desse um problema na caldeira e faltasse vapor, problema esse que as vezes pode ocorre... e quando ocorre o primeiro problema que ocorre para a industria é o escurecimento do mosto e depois a oxidação.
 
Fiz uma Tripel aqui com a mostura no primeiro dia e a fervura no dia seguinte. Fiz porque apareceram compromissos inesperados e por isso parei no meio. Não tive nenhum problema e garanto que consigo sentir. Concordo com o Guenter, pode até se que ocorra mas não a um nível que possa ser detectado. Já percebi que no universo homebrewing tem muita coisa que na teoria é de um jeito mas na prática é de outro. Um exemplo é algo que nunca testei e já vi comentários do Guenter discordando da prática. Deixar o mosto resfriar naturalmente após a fervura e antes de inocular o fermento. Quem já fez jura que não teve problema com DMS e quem nunca fez abomina a prática porque os livros escritos pelos papas do homebrewing não recomendam. Acho que precisamos testar as variáveis antes de abominar uma prática. Realmente existem diferenças no nível de percepção e treinamento sensorial dos cervejeiros caseiros. Quem não tem mais treinamento pode passar batido mas mesmo quem tem treinamento vai percebendo ao longo do tempo que determinadas práticas podem ser mais flexíveis. Se os papas da área admitem que erraram em abominar determinadas práticas porque nós não podemos reavaliar nossas convicções? Vamos testar as variáveis antes de dar opinião! Abraço a todos!
 
Realmente da pra fazer em duas etapas, mas pode ocorrer dois problemas:

Deixar o mosto quente todo esse tempo parado vai causar oxidação, pois calor e tempo são catalizadores causadores da oxidação ( temperatura alta + oxigênio + tempo = oxidação ).

E o outro problema é o aumento da cor do mosto, pois ocorrerá oxidação dos polifenóis pelas polifenoloxidases presentes nas cascas do malte.


Não é esse o caso aqui, pois deixamos o mosto pronto pra só ferver no dia seguinte, ou seja, filtrado, lavado e sem o malte!
 
Certo, mas usando esse modo de pensar, toda a cerveja tem diacetil, acetaldeído, álcool superior, e por aí vai, só que em níveis que não atrapalham e não dá pra notar.

Essa oxidação que vocês estão falando é o mesmo. Se for HSA, será completamente imperceptível, até porque nem tem agitação.

Se for oxidação a frio, tudo será fervido depois, e o oxigênio expulso.

Depois da cerveja pronta a oxidação é um problema pois ela não sai da cerveja.

Abraço,


Oxidação não é o simples fato de ter oxigênio na solução. Oxidação é a reação física-química que ocorre na presença do oxigênio. Assim, não importa que grande parte do oxigênio será expulso na fervura, pois esse período de tempo que ficou em interação numa alta temperatura, já fez algum estrago, que pode até estar abaixo da percepção humana, mas ela estará lá, de qualquer forma.

Quanto às demais substâncias como diacetil, acetaldeído, álcool superior, etc, sabemos que é impossível evitar que ocorra, pois são produtos naturais da levedura. Porém, pq nós vamos adotar praticas que possam aumentar as suas quantidades (como stress do fermento?). Devemos fazer ao máximo para que o stress durante a fermentação seja a menor possível para que a levedura gere menos e possa consumir grande parte deles novamente. É o mesmo pensamento para a oxidação.

A oxidação sempre estará lá como o Alexandre disse, o oxigênio somente é benéfico para a respiração, ao contrário, ele possui uma ação devastadora em tudo o que passa. Tudo está oxidando a cada segundo que passa. E nossa cerveja (ou mosto) também estarão expostos a isso desde que eles tenham sido fabricados.

Se a oxidação estará ocorrendo de qualquer forma e é sabido que a temperatura possui efeito catalisador, se deve deixar o mosto exposto a uma alta temperatura pelo menor tempo possível, isto é, o mínimo necessário para que a cerveja seja feita.

Isso não é "achometro", nem somente minha opinião. Essa oxidação inicial podem não ser perceptíveis facilmente ou pela nossa pequena escala de produção ela possa ser até desprezível, mas ela estará lá.

Com relação àquela discussão sobre o DMS, não são os papas do Homebrewing que recomendam, DMS é uma substância real que é gerada a partir de uma precurssora chamada S-methylmethionine (não sei a tradução dela), cujo malte naturalmente possui.

Eu me lembro bem dessa discussão, por causa de um post do Guenther que me marcou e concordo inteiramente: não é porque vc não percebe, que o problema não estará lá (ou algo do tipo).

Aplico o mesmo para essa discussão: a oxidação estará lá (a cada segundo aumentando mais, conforme a temperatura - assim como na fermentação e maturação estarão sofrendo efeitos naturais da oxidação), assim como o DMS, diacetil, acetaldeído, álcoois superiores e demais compostos e reações. O que pode acontecer é que esteja abaixo do nosso limiar de percepção, mas estarão lá.
 
Oxidação não é o simples fato de ter oxigênio na solução. Oxidação é a reação física-química que ocorre na presença do oxigênio. Assim, não importa que grande parte do oxigênio será expulso na fervura, pois esse período de tempo que ficou em interação numa alta temperatura, já fez algum estrago, que pode até estar abaixo da percepção humana, mas ela estará lá, de qualquer forma.

Quanto às demais substâncias como diacetil, acetaldeído, álcool superior, etc, sabemos que é impossível evitar que ocorra, pois são produtos naturais da levedura. Porém, pq nós vamos adotar praticas que possam aumentar as suas quantidades (como stress do fermento?). Devemos fazer ao máximo para que o stress durante a fermentação seja a menor possível para que a levedura gere menos e possa consumir grande parte deles novamente. É o mesmo pensamento para a oxidação.

A oxidação sempre estará lá como o Alexandre disse, o oxigênio somente é benéfico para a respiração, ao contrário, ele possui uma ação devastadora em tudo o que passa. Tudo está oxidando a cada segundo que passa. E nossa cerveja (ou mosto) também estarão expostos a isso desde que eles tenham sido fabricados.

Se a oxidação estará ocorrendo de qualquer forma e é sabido que a temperatura possui efeito catalisador, se deve deixar o mosto exposto a uma alta temperatura pelo menor tempo possível, isto é, o mínimo necessário para que a cerveja seja feita.

Isso não é "achometro", nem somente minha opinião. Essa oxidação inicial podem não ser perceptíveis facilmente ou pela nossa pequena escala de produção ela possa ser até desprezível, mas ela estará lá.

Com relação àquela discussão sobre o DMS, não são os papas do Homebrewing que recomendam, DMS é uma substância real que é gerada a partir de uma precurssora chamada S-methylmethionine (não sei a tradução dela), cujo malte naturalmente possui.

Eu me lembro bem dessa discussão, por causa de um post do Guenther que me marcou e concordo inteiramente: não é porque vc não percebe, que o problema não estará lá (ou algo do tipo).

Aplico o mesmo para essa discussão: a oxidação estará lá (a cada segundo aumentando mais, conforme a temperatura - assim como na fermentação e maturação estarão sofrendo efeitos naturais da oxidação), assim como o DMS, diacetil, acetaldeído, álcoois superiores e demais compostos e reações. O que pode acontecer é que esteja abaixo do nosso limiar de percepção, mas estarão lá.
Rodrigo, eu acho que todo mundo já entendeu que a oxidação estará lá..... e estará lá sempre fazendo tudo num dia, em dois dias, em 2 horas, em 12 horas, a questão é se esse nível de oxidação poderá ser percebido, e isso, eu realmente duvido.

A frase que eu uso "não é porque vc não percebe, que o problema não estará lá" se refere a quando um iniciante que ainda não tem análise sensorial treinada, não sente determinado problema, e então não vê problema em determinada técnica.

Já o que eu quero dizer aqui, é pra todos, tanto pra quem tem e pra quem não tem, justamente o que tu disse antes "não perceptível para um humano" em geral.

Resumindo, o que eu quero dizer é, se preparar todo o mosto num dia para a panela de fervura, e no outro dia de manhã começar a fervura, eu não creio que isso vá gerar problemas de oxidação da cerveja a ponto de comprometê-la. Cor é outra coisa.

Eu não quero convencer ninguém a força nem nada, cada um acredita na teoria que faça mais sentido para si, e que consiga relacionar isso com sua prática....... mas pra mim, a grande questão aqui é na hora de dar uma ORIENTAÇÃO pra alguém FAZER ou NÃO FAZER tal coisa. No caso do HSA, por exemplo, eu sempre digo que é uma boa prática evitar agitação e splash do mosto, mas hoje em dia eu sempre acompanho essa dica dizendo "evite, mas isso vai arruinar a sua ceveja? Não.".

Ou seja, o QUE estou tentando dizer é o seguinte... no início do tópico perguntaram... posso fazer em dois dias? Pode! Não é a melhor coisa? Não. Vai arruinar a cerveja e causar off-flavors graves? Certamente.. não.

Resumindo, o que eu acho errado é dizer "Não faça isso!!!" como tu citou na tua primeira mensagem, como se fosse um grande problema, pois não é. Minha questão é muito mais na maneira de dar a dica, de ensinar, do que analisar quimicamente se existe oxidação ou não... é analisar se, usando determinada técnica, a cerveja terá problemas.

Sobre a palavra "oxidação", pessoal, não estou tentando entrar na química pesada aqui ou ficar medindo quem sabe mais palavras difíceis. :) Acredito que vocês entenderam o que eu quero dizer. Se formos levar tudo ao pé da letra, oxidação nem significa ligação com oxigênio propriamente dita, e sim quer dizer a transferência (perda de elétrons), o que pode ocorrer mesmo sem oxigênio (inclusive com a "camada de CO²" que citaram anteriormente), e aí o debate já iria descambar pra algo totalmente improdutivo para este tópico em questão. :)

Eu acho que o que o nosso amigo que criou o tópico quer saber (sendo que ele claramente deu a entende que seria uma exceção, e não algo rotineiro) é: minha cerveja vai ficar com gosto ruim se eu fizer isso? Minha opinião e que não. Já fiz isso várias vezes. Recomendo fazer isso sempre, ou fazer isso pra uma cerveja de concurso? Também não.

Abraço,
 
No mesmo assunto "Brassagem em duas Etapas" estou com uma dúvida aqui pessoal:
Brassei e sobraram 9litros. Guardei eles na geladeira por aproximadamente 1 mês como "uma cama prona parra leveduras" comprei um fermento e agora pretendo passar esse mosto para um fermentador e inocular o fermento. Tem algum problema, em esse mosto ficar parado (fervido) por tanto tempo e inocular só agora???

PS: O que é "Quote" que aparece aqui no blog?
 
Aproveitando o tópico, como faço cerveja sozinho e sempre é um processo bem cansativo e acaba me tomando um dia inteiro, pensei em dividir o processo pra facilitar a minha vida: moer o malte na quinta de noite, brassar na sexta de noite, fazer a lavagem dos grãos no sábado de manhã e ferver logo em seguida.

Teria algum problema deixar a panela com o mosto e o malte parados durante umas 10-12 horas e só depois fazer a lavagem dos grãos?

Desde já, muito obrigado!
Abraços!
 
No mesmo assunto "Brassagem em duas Etapas" estou com uma dúvida aqui pessoal:
Brassei e sobraram 9litros. Guardei eles na geladeira por aproximadamente 1 mês como "uma cama prona parra leveduras" comprei um fermento e agora pretendo passar esse mosto para um fermentador e inocular o fermento. Tem algum problema, em esse mosto ficar parado (fervido) por tanto tempo e inocular só agora???

PS: O que é "Quote" que aparece aqui no blog?
"Quote" é pra copiar a mensagem anterior, em cima qual tu estás respondendo, como estou fazendo agora.

Cara, sobre o mosto, como já te disse, até dá, mas não é o ideal. Eu ferveria ele novamente.

Abraço,
 
Aproveitando o tópico, como faço cerveja sozinho e sempre é um processo bem cansativo e acaba me tomando um dia inteiro, pensei em dividir o processo pra facilitar a minha vida: moer o malte na quinta de noite, brassar na sexta de noite, fazer a lavagem dos grãos no sábado de manhã e ferver logo em seguida.

Teria algum problema deixar a panela com o mosto e o malte parados durante umas 10-12 horas e só depois fazer a lavagem dos grãos?

Desde já, muito obrigado!
Abraços!
Moer num dia e fazer a cerveja no outro, ok, eu faço isso direto.

Mosturar num dia e filtrar/lavar no outro, não era. É tanta coisa que pode acontecer que isso daria páginas de discussão.

Agora, mosturar e filtrar num dia, e no outro ferver o mosto e seguir o processo... aí sim, é possível. Existem pequenas consequências, mas dá pra fazer sim.

Abraço,
 
Valeu, Guenther!

Então vou moer hoje, brassar e lavar amanhã e sábado de manhã só faço a fervura.

Só mais uma dúvida meio idiota: o ideal é recircular o mosto antes de fazer a lavagem, né, pra que ele passe pelos grãos e se "filtre"?

Resumidamente, o meu processo é com uma grain bag, eu faço a brassagem, recirculo esse mosto, tiro o mosto para um balde, faço o batch sparge, tiro a grain bag com os grãos, coloco de volta o mosto que tinha ido pro balde e fervo.

Muito obrigado novamente!
Abraços!
 
Valeu, Guenther!

Então vou moer hoje, brassar e lavar amanhã e sábado de manhã só faço a fervura.

Só mais uma dúvida meio idiota: o ideal é recircular o mosto antes de fazer a lavagem, né, pra que ele passe pelos grãos e se "filtre"?

Resumidamente, o meu processo é com uma grain bag, eu faço a brassagem, recirculo esse mosto, tiro o mosto para um balde, faço o batch sparge, tiro a grain bag com os grãos, coloco de volta o mosto que tinha ido pro balde e fervo.

Muito obrigado novamente!
Abraços!
É isso aí mesmo, um processo BIAB clássico.
 
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