FabioRicardo1
Well-Known Member
- Joined
- Aug 6, 2014
- Messages
- 176
- Reaction score
- 30
E aí, cervejeiros!
Depois de pesquisar e ler bastante, me arrisquei a fazer a minha primeira brassagem. Mesmo sem terem chegado todos os equipamentos, resolvi fazer a primeira leva pra ganhar experiência. O que eu tinha de recurso: o moinho, uma balança de gancho com resoluçao de 5g, um multímetro com termopar pra medir a temperatura, álcool 70%, jarra de 2l graduada e o controlador de temperatura pra instalar no freezer que irá ficar o balde fermentador. Como não consegui uma tela de metal pra fazer o fundo e nem um voil pra fazer um saco, fiz a filtragem com essa tela de nylon (acho que é usada em janelas pra evitar mosquitos). Fiz um teste de fervura com ela no dia anterior e não soltou nenhuma tinta nem cheiro forte, então resolvi usar.
Bom, como não tinha como fazer medição de densidade, já sabia que podia sair qualquer coisa dessa brassagem e acho que relaxei um pouco com alguns cuidados também.
Não fiz muitas contas da água e no final fiquei com pouco mais de 4l, quando deveria ser uma leva de 5l.
Os tempos também não foram britânicos. Tive mais cuidado com a temperatura e a brassagem chegou a umas 2h de duração.
Logo no início, o mosto saia bem leitoso, como era de esperar, mas com o tempo foi puxando pra um tom de cinza. Comecei a pensar que era algum pigmento da tela de nylon que usei, mas não sentia cheiro algum e como tinha fervido ela e não soltou nada, esperei mais. Com o tempo (acho que devido a conversão do amido em açúcar) a cor do mosto foi melhorando e chegando na cor da cerveja.
Nas últimas recirculações eu notei a dificuldade do mosto fluir na cama de grãos, não sei se por uma moagem incorreta, ou se é natural isso. No fim das contas achei que ficou bem limpa (não ficou cristalina, mas acho que não é esse o objetivo no final da brassagem).
A fervura foi tranquila, mas não achei que foi tão vigorosa. Era uma fervura tímida, mas que revolvia o mosto claramente. Aqui tive mais cuidado com os tempos dos lúpulos, mas nada britânico também.
Aqui que acredito que começam os meus problemas.
Fiz o redemoinho e os sedimentos teimavam em revolver na panela, mesmo eu esperando uns 10 a 15min com o fogo apagado. Resolvi então resfriar pra depois fazer o redemoinho.
Não consegui gelo suficiente (falta de planejamento mesmo) e resfriei a penela na lavanderia, mexendo o mosto de vez em quando, e com a torneira aberta trocando a água da lavanderia. Resumindo, só consegui levar o mosto pra pouco abaixo dos 30 graus.
Fiz então outro redemoinho e deixei decantar por uns 15min. Vi que a quantidade de sedimentos em suspensão era bem menor.
Comecei a transferir então para o balde fermentador, devidamente sanitizado, passando através de um funil com um filtro de café descartável, já sanitizado também. Logo o filtro saturou e eu tentando de alguma forma segurar o filtro, acabom rasgando um pouco. Resultado, o filtro segurou um pouco de trub mas acabou passando um pouco também. Acho que foi exagero meu essa filtragem e não pretendo fazer mais isso.
Uma coisa que observei é que não ficou aquele montinho de trub no meio da panela. Ficou uma lama escura no fundo todo. Não sei se pela fervura ineficiente, ou pelo resfriamento insuficiente.
Outra besteira que fiz, mas fiz conciente: como vi que o volume de mosto estava pouco, acrecendei um pouco de água mineral não fervida, tudo no olhômetro mesmo, já que não tinha como medir densidade..
Neste meio tempo, fervi uns 200ml de água e depois resfriei no congelador até uns 18 graus, e então hidratei o fermento. Deixei descansar por uns 10min mexendo de vez em quando.
Na hora de inocular o fermento, ele devia estar a uns 20 graus, e o mosto no balde a uns 27 graus. Dei uma chacoalhada e levei para o freezer, que já estáva ligado e em 16 graus.
Prendi o sensor do controlador na parede do balde e isolei com uma placa de isopor. Coloquei uma mangueira de silicone na tampa do balde e numa garrafinha com álcool 70%.
O sensor ficou marcando 27 graus e aos poucos começou a baixar. Como trabalho em outro Estado e fiz a cerveja na casa da minha mãe, não pude esperar a temperatura chegar nos 16 graus, mas acredito que não gastou muito mais que meia hora.
Agora estou aqui, a 300km da minha cerveja, sem poder acompanhar a evolução dela.. Hahahaha
Não sei se está borbulhando, não sei se o freezer tá controlando bem a temperatura, enfim, só vou vê-la novamente no final da fermentação, no próximo fim de semana. Provavelmente a fermentação primária já vai ter acabado e vou baixar a temperatura pra 2 graus.
Então, é isso aí. A minha primeira experiência de brassagem, cheia de erros de todos os tipos, mas valeu a aprendizagem para as próximas.
Espero comentários e críticas!
Abraço!
Depois de pesquisar e ler bastante, me arrisquei a fazer a minha primeira brassagem. Mesmo sem terem chegado todos os equipamentos, resolvi fazer a primeira leva pra ganhar experiência. O que eu tinha de recurso: o moinho, uma balança de gancho com resoluçao de 5g, um multímetro com termopar pra medir a temperatura, álcool 70%, jarra de 2l graduada e o controlador de temperatura pra instalar no freezer que irá ficar o balde fermentador. Como não consegui uma tela de metal pra fazer o fundo e nem um voil pra fazer um saco, fiz a filtragem com essa tela de nylon (acho que é usada em janelas pra evitar mosquitos). Fiz um teste de fervura com ela no dia anterior e não soltou nenhuma tinta nem cheiro forte, então resolvi usar.
Bom, como não tinha como fazer medição de densidade, já sabia que podia sair qualquer coisa dessa brassagem e acho que relaxei um pouco com alguns cuidados também.
Não fiz muitas contas da água e no final fiquei com pouco mais de 4l, quando deveria ser uma leva de 5l.
Os tempos também não foram britânicos. Tive mais cuidado com a temperatura e a brassagem chegou a umas 2h de duração.
Logo no início, o mosto saia bem leitoso, como era de esperar, mas com o tempo foi puxando pra um tom de cinza. Comecei a pensar que era algum pigmento da tela de nylon que usei, mas não sentia cheiro algum e como tinha fervido ela e não soltou nada, esperei mais. Com o tempo (acho que devido a conversão do amido em açúcar) a cor do mosto foi melhorando e chegando na cor da cerveja.
Nas últimas recirculações eu notei a dificuldade do mosto fluir na cama de grãos, não sei se por uma moagem incorreta, ou se é natural isso. No fim das contas achei que ficou bem limpa (não ficou cristalina, mas acho que não é esse o objetivo no final da brassagem).
A fervura foi tranquila, mas não achei que foi tão vigorosa. Era uma fervura tímida, mas que revolvia o mosto claramente. Aqui tive mais cuidado com os tempos dos lúpulos, mas nada britânico também.
Aqui que acredito que começam os meus problemas.
Fiz o redemoinho e os sedimentos teimavam em revolver na panela, mesmo eu esperando uns 10 a 15min com o fogo apagado. Resolvi então resfriar pra depois fazer o redemoinho.
Não consegui gelo suficiente (falta de planejamento mesmo) e resfriei a penela na lavanderia, mexendo o mosto de vez em quando, e com a torneira aberta trocando a água da lavanderia. Resumindo, só consegui levar o mosto pra pouco abaixo dos 30 graus.
Fiz então outro redemoinho e deixei decantar por uns 15min. Vi que a quantidade de sedimentos em suspensão era bem menor.
Comecei a transferir então para o balde fermentador, devidamente sanitizado, passando através de um funil com um filtro de café descartável, já sanitizado também. Logo o filtro saturou e eu tentando de alguma forma segurar o filtro, acabom rasgando um pouco. Resultado, o filtro segurou um pouco de trub mas acabou passando um pouco também. Acho que foi exagero meu essa filtragem e não pretendo fazer mais isso.
Uma coisa que observei é que não ficou aquele montinho de trub no meio da panela. Ficou uma lama escura no fundo todo. Não sei se pela fervura ineficiente, ou pelo resfriamento insuficiente.
Outra besteira que fiz, mas fiz conciente: como vi que o volume de mosto estava pouco, acrecendei um pouco de água mineral não fervida, tudo no olhômetro mesmo, já que não tinha como medir densidade..
Neste meio tempo, fervi uns 200ml de água e depois resfriei no congelador até uns 18 graus, e então hidratei o fermento. Deixei descansar por uns 10min mexendo de vez em quando.
Na hora de inocular o fermento, ele devia estar a uns 20 graus, e o mosto no balde a uns 27 graus. Dei uma chacoalhada e levei para o freezer, que já estáva ligado e em 16 graus.
Prendi o sensor do controlador na parede do balde e isolei com uma placa de isopor. Coloquei uma mangueira de silicone na tampa do balde e numa garrafinha com álcool 70%.
O sensor ficou marcando 27 graus e aos poucos começou a baixar. Como trabalho em outro Estado e fiz a cerveja na casa da minha mãe, não pude esperar a temperatura chegar nos 16 graus, mas acredito que não gastou muito mais que meia hora.
Agora estou aqui, a 300km da minha cerveja, sem poder acompanhar a evolução dela.. Hahahaha
Não sei se está borbulhando, não sei se o freezer tá controlando bem a temperatura, enfim, só vou vê-la novamente no final da fermentação, no próximo fim de semana. Provavelmente a fermentação primária já vai ter acabado e vou baixar a temperatura pra 2 graus.
Então, é isso aí. A minha primeira experiência de brassagem, cheia de erros de todos os tipos, mas valeu a aprendizagem para as próximas.
Espero comentários e críticas!
Abraço!