Pessoal,
Acredito que aquecer não é a solução. Para aqueles que tem formação em química: a mistura água + álcool forma algo que chamamos de azeotropo. O azeotropo é um ponto da mistura em que ambos água e álcool vão evaporar juntos sem variar a composição.
E qual é este ponto? Resposta: 95,6% água | 4,4% de álcool.
Exemplo 1:
Cerveja com 7% álcool inicia fervura, ao aquecer e chegar neste ponto (4,4% Álcool), a mistura vai continuar evaporando a com esta razão dos componentes até secar completamente. Ou seja, o máximo que vamos conseguir é 4,4% de álcool.
Exemplo 2: E se a cerveja já tiver uma quantidade de álcool abaixo de 4,4%?
Acontecerá o mesmo fenômeno no sentido inverso. A mistura digamos com 3% de álcool entra em ebulição, e a evaporação concentrará a mistura até 4,4% novamente, e dai segue a lógica anterior.
Saliento que isto que expliquei ocorre em misturas de apenas os dois compostos (água + etanol), mas que na cerveja, apesar de existirem bem mais componentes, deve ainda apresentar este comportamento.
Guilherme
Sim isso mesmo, existem processo de quebra do azeotropo (eu não estudei nenhum então não sei explicar aqui), por isso inclusive falei que não sei o comportamento fora da mistura ideal (água + álcool). Mas acredito que o aquecimento simples não resolva.
Guilherme
Pessoal,
Acredito que aquecer não é a solução. Para aqueles que tem formação em química: a mistura água + álcool forma algo que chamamos de azeotropo. O azeotropo é um ponto da mistura em que ambos água e álcool vão evaporar juntos sem variar a composição.
E qual é este ponto? Resposta: 95,6% água | 4,4% de álcool.
Exemplo 1:
Cerveja com 7% álcool inicia fervura, ao aquecer e chegar neste ponto (4,4% Álcool), a mistura vai continuar evaporando a com esta razão dos componentes até secar completamente. Ou seja, o máximo que vamos conseguir é 4,4% de álcool.
Exemplo 2: E se a cerveja já tiver uma quantidade de álcool abaixo de 4,4%?
Acontecerá o mesmo fenômeno no sentido inverso. A mistura digamos com 3% de álcool entra em ebulição, e a evaporação concentrará a mistura até 4,4% novamente, e dai segue a lógica anterior.
Saliento que isto que expliquei ocorre em misturas de apenas os dois compostos (água + etanol), mas que na cerveja, apesar de existirem bem mais componentes, deve ainda apresentar este comportamento.
Guilherme
A sua crença está equivocada, pois há um erro de interpretação da figura que postou. A figura que postou é utilizada para explicar as limitações do processo de destilação onde busca-se aumentar a concentração de etanol e no caso desse tópico, buscamos formas de reduzir a quantidade de etanol. Na pressão atmosférica (101,3 kPa), etanol e água formam uma mistura azeotrópica quando a porcentagem de água na fase líquida é 4,4 % e a porcentagem de etanol é 95,6%, e não o contrário. Logo, você não consegue concentrar a sua cerveja (ou qualquer outra mistura alcoólica com etanol) para atingir mais de 95,6 % de álcool por destilação simples, pois essa concentração de fase líquida e a mesma da fase vapor.
Se tirou a figura do site http://www.chemguide.co.uk/physical/phaseeqia/nonideal.html, leia até o final onde o autor menciona que começando com uma solução abaixo de 95.6% em massa de etanol, chega-se em água pura no reservatório que continha a solução original.
Uma vez explicado porque há um equívoco na sua crença, voltamos a questão de como produzir uma boa cerveja sem álcool. Cervejas, de modo geral, têm mais de 3 % e menos de 8 % de álcool em base mássica, e é possível retirar o álcool da cerveja ou de qualquer outra bebida alcoólica através da vaporização do álcool. O problema é que tanto álcool quanto água (e outras substâncias voláteis) vão evaporar, e a quantidade de cada um que vai evaporar depende da pressão de vapor da fase alcóolica e da pressão de vapor da fase aquosa. Se alguém dúvida que que água e álcool vão vaporizar inclusive na temperatura ambiente, basta deixar um copo de cerveja em cima da mesa (com uma tela para evitar que caia algum inseto) e notará, que após algum tempo, todo álcool terá evaporado e após mais um tempo, só terá sobrado apenas extrato.
Como tanto o álcool quanto a água vão sair na fase vapor, é importante estimar quanto de água tem que ser evaporada, para se conseguir evaporar uma certa quantidade de álcool.
A temperatura e pressão da cerveja vão influenciar apenas o tempo que o processo vai acontecer e a proporção de água que tem que ser evaporada para se evaporar uma certa quantidade de álcool.
Através das informações fornecidas por este site (http://vle-calc.com/phase_diagram.html), calculei que para uma cerveja com concentração alcoólica inicial de 4 % em base mássica, na temperatura de 30 oC, eu consigo chegar a uma cerveja com 0.2 % de álcool em base mássica, se eu evaporar 27 % do volume inicial. Na temperatura de 60 oC, é necessário evaporar cerca de 26 % e na temperatura de 100 oC, é necessário evaporar cerca de 18 % do volume inicial.
Claro que quanto menor a temperatura, maior o tempo (a 30 oC, provavelmente vai levar dias), entre 60-65 oC, levou cerca de algumas horas. E quanto maior o tempo do processo, maior a chance de ocorrer, não apenas perda de voláteis, mas também a ocorrência de alguma reação indesejável.
E o que estou buscando com esse tópico, e trocar informações com pessoas que já tentaram diferentes combinações de tempo-temperatura para remover o álcool da cerveja, e descobrir em qual combinação, minimiza-se as alterações de aroma e sabor. Também pretendo refazer um teste utilizando uma bomba de vácuo a água, pois na primeira tentativa que fiz, foi um desastre. Não retirei todo o CO2, e quando a cerveja entrou em ebulição a 30 oC, ela subiu como leite no fogão e bagunçou a tubulação da bomba de vácuo. Portanto, caso mais alguém queira utilizar vácuo para retirar o álcool, não esqueça de primeiramente, retirar todo o CO2 da cerveja (e claro, utilize bombas de vácuo a água e não aquelas a óleo, utilizadas na instalação de ar condicionado).
Enter your email address to join: