Meus 10 erros de iniciante...

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Sep 15, 2020
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Curitiba
E aí, cervejeiros! Estou escrevendo este post com o intuito de ajudar quem está começando a fazer breja, compartilhando alguns erros que cometi desde que comecei a fazer as minhas. Neste final de semana irei para minha 22a brassagem em 6 meses e meio, portanto, ainda sou iniciante, mas aprendi bastante nesse período e tirei muitas dúvidas nesse fórum, por isso quero retribuir ajudando quem está começando agora para que não cometa os mesmos erros q eu cometi:
  1. Resíduos de PAC 200: Essa foi na minha 1ª brasagem e, provavelmente, foi minha maior 💩💩... Eu assisti a um vídeo onde ensinavam a sanitizar com iodo, informando q não tinha problema se ficasse algum resíduo no balde. Acontece que usei o PAC 200 tanto no fermentador quanto nas garrafas ao envasar e ficou resíduo. Isso deixou um sabor q lembrava a vinagre e uma espuma um pouco estranha, mas bebi igual, afinal, foi minha primeira. Enfim, hj eu sanitizo com o PAC e passo um álcool 70 depois e me certifico de deixar um tempo para secar nos processos.
  2. Tirar a espuma depois de colocar o lúpulo. Há discussões sobre tirar ou não a espuma, mas o fato é que se vc tirar depois de colocar o lúpulo, vc vai tirar lúpulo! Rs. Essa tbém foi na minha primeira brassagem. Quanto ao fato de retirar ou não a espuma, recomendo esse artigo, mas eu retiro nas minhas.
  3. Deixar o bag do BIAB de molho no PAC 200. Os bags q eu uso tinham um anel de metal e o pac fez eles enferrujarem. Resolvi o problema tirando esses anéis, mas às vezes entra um pouco de grãos pelo buraco q ficou, mas isso não chega a ser um grande problema (até agora...). Ah, hj eu uso vanish logo após a brassagem, aproveitando a água do resfriamento do mosto.
  4. Levedura no mosto acima de 25 graus. Isso, na verdade, foi erro de leitura da temperatura do fermentador pois o termômetro não estava posicionado corretamente e eu inoculei numa temperatura mais alta. A brassagem foi no sábado e, no domingo à tarde não havia nenhuma atividade, mas a sorte é que eu tinha uma lama guardada e salvou minha breja, pois a levedura q eu inoculei se foi...
  5. Desorganização. Há muitas coisas q são utilizadas na brassagem e é bom deixar elas organizadas. Eu, que moro num apartamento e uso minha cozinha, tenho um espaço bem limitado e, sem a devida organização, tudo fica mais difícil. Já quebrei proveta e densímetro por causa disso...
  6. Aferir a densidade com mosto quente. Há diferença de leitura de acordo com a temperatura do mosto e eu tinha a percepção que as minhas cervejas ficavam muito mais alcoólicas. Mas percebi q o problema era na leitura, mesmo. Melhor aferir a 20 graus (ou próximo disso) ou usar alguma calculadora como as desse site.
  7. Tentar fazer uma breja de OG alta na segunda brassagem. Foi uma imensa bagunça. Muitos grãos e muita água, pois não dimensionei da maneira correta para o meu equipamento (não sabia a minha eficiência) e, obviamente, não cheguei no resultado que eu pretendia. O melhor, na minha opinião, é fazer cervejas mais simples para dominar pelo menos um pouco mais o processo antes de se aventurar nas cervejas de 1080, como eu tentei sem sucesso e ainda tive um trabalho grande depois para limpar a bagunça que ficou...
  8. Usar balança de cozinha para lúpulos. Bom, o impacto desse é menor, mas eu recomendo comprar aquelas pequenas e mais precisas (essa aqui), pois não são caras e ajudam muito nos processos, tbém. O fato é que essas maiores não são tão precisas.
  9. Termômetro digital. Aqui eu tive dois problemas: no balde fermentador, pois ele não estava “isolado” do ambiente, levando a uma leitura errada e na mostura, pois pode haver diferentes temperaturas na panela. No primeiro caso, há algumas formas de resolver e eu recomendo esse vídeo. No segundo, como eu não tenho uma bomba de recirculação, eu mexo o mosto com certa frequência e isso resolveu o meu problema.
  10. Me preocupar demais com precisão. No começo eu ficava controlando tudo nos mínimos detalhes pra manter na temperatura ideal, ficava chateado por não atingir a OG, queria ter o IBU exato... Enfim, o importante é fazer cerveja. Tirando questões de sanitização, se a cerveja ficar um pouco mais encorpada, mais amarga ou menos alcoólica, o importante é que você estará tomando a sua cerveja. E isso é sensacional.
Espero q ajude quem tá começando agora. Abs e boas brejas! 🍻🍻
 
Last edited:
6 meses e meio e 22 brassagens.... Puxa... está fazendo breja pra caramba!!!! kkkkk
Legal o post... talvez o meu maior erro tenha sido calcular a fermentação pelo tempo... certa vez peguei uma levedura preguiçosa e não fermentou tudo que poderia.... resultado... foi para a garrafa com FG de 1.020.... acabamos tomando mesmo assim.... depois de um tempo maior na garrafa ficou muito boa.
Abraços
 
6 meses e meio e 22 brassagens.... Puxa... está fazendo breja pra caramba!!!! kkkkk
Legal o post... talvez o meu maior erro tenha sido calcular a fermentação pelo tempo... certa vez peguei uma levedura preguiçosa e não fermentou tudo que poderia.... resultado... foi para a garrafa com FG de 1.020.... acabamos tomando mesmo assim.... depois de um tempo maior na garrafa ficou muito boa.
Abraços
Essa é clássica... Assim como controlar a fermentação pelo air lock.
 
Tópico legal, ajuda demais. Eu incluiria (no meu caso) não anotar as perdas na fervura, volume morto na panela, no fermentador e nas mangueiras para definir o perfil de equipamento e dimensionar adequadamente os insumos para as próximas receitas.
Verdade. Já errei receitas por causa disso!
 
Levedura no mosto acima de 25 graus. Isso, na verdade, foi erro de leitura da temperatura do fermentador pois o termômetro não estava posicionado corretamente e eu inoculei numa temperatura mais alta. A brassagem foi no sábado e, no domingo à tarde não havia nenhuma atividade, mas a sorte é que eu tinha uma lama guardada e salvou minha breja, pois a levedura q eu inoculei se foi...

Na verdade as leveduras não morrem acima dessa temperatura, inclusive a maior taxa reprodução acontece em temperatura de 37°C, porem a reprodução celular nessa temperatura gera-se mais subprodutos que podem ficar na bebida gerando off flavors.... vc não deve ter observado atividade pois a levedura estava consumindo o açucar na reproduçao e nao fermentação e nesse processo provavelmente há menor formação de de co2.

Inclusive na minha primeira brassagem tive dificuldade com meu chiller, de forma que o mosto estava em 32 qdo inoculei as leveduras (preferi inocular e correr o risco do off flavor do que deixar o mosto resfriar mais, na epoca eu tinha mto medo de contaminaçao, entao achava que eu precisava inocular imediatamente para que as leveduras suprimisse outros micro-organismos.)
 
Na verdade as leveduras não morrem acima dessa temperatura, inclusive a maior taxa reprodução acontece em temperatura de 37°C, porem a reprodução celular nessa temperatura gera-se mais subprodutos que podem ficar na bebida gerando off flavors.... vc não deve ter observado atividade pois a levedura estava consumindo o açucar na reproduçao e nao fermentação e nesse processo provavelmente há menor formação de de co2.

Inclusive na minha primeira brassagem tive dificuldade com meu chiller, de forma que o mosto estava em 32 qdo inoculei as leveduras (preferi inocular e correr o risco do off flavor do que deixar o mosto resfriar mais, na epoca eu tinha mto medo de contaminaçao, entao achava que eu precisava inocular imediatamente para que as leveduras suprimisse outros micro-organismos.)

Pois é... o fantasma da contaminação até hoje me bloqueia de fazer dryhopping, vc acredita!!! Faço breja há mais de 1 ano.... nunca arrisquei.... mas estou começando a me aventurar... já estou deixando o mosto esfriar a inoculando a levedura no dia seguinte...fui obrigado a proceder desta forma para fazer lagers. Mas o fantasma de abrir o fermentador ainda me persegue!!!!
 
Na verdade as leveduras não morrem acima dessa temperatura, inclusive a maior taxa reprodução acontece em temperatura de 37°C, porem a reprodução celular nessa temperatura gera-se mais subprodutos que podem ficar na bebida gerando off flavors.... vc não deve ter observado atividade pois a levedura estava consumindo o açucar na reproduçao e nao fermentação e nesse processo provavelmente há menor formação de de co2.

Inclusive na minha primeira brassagem tive dificuldade com meu chiller, de forma que o mosto estava em 32 qdo inoculei as leveduras (preferi inocular e correr o risco do off flavor do que deixar o mosto resfriar mais, na epoca eu tinha mto medo de contaminaçao, entao achava que eu precisava inocular imediatamente para que as leveduras suprimisse outros micro-organismos.)
Pois então, no meu caso deu ruim em alguma coisa, pq em um dia e meio não tinha nada de atividade e pode ser q a temperatura estivesse maior, afinal o termômetro não estava bem posicionado. Era levedura líquida (a Teckbrew 10) e, normalmente, após esse período ela já está bem ativa. Aí abri o balde e vi que estava tudo parado, rs. E eu tava com muito medo da contaminação tbm. Mas aí uma lama me salvou... Pode ter sido outra coisa além da temperatura, mas acho bem provável que tenha sido isso, pois era um sachê novo, com 3 semanas de fabricação, se não me engano.
 
Na verdade as leveduras não morrem acima dessa temperatura, inclusive a maior taxa reprodução acontece em temperatura de 37°C, porem a reprodução celular nessa temperatura gera-se mais subprodutos que podem ficar na bebida gerando off flavors.... vc não deve ter observado atividade pois a levedura estava consumindo o açucar na reproduçao e nao fermentação e nesse processo provavelmente há menor formação de de co2.

Inclusive na minha primeira brassagem tive dificuldade com meu chiller, de forma que o mosto estava em 32 qdo inoculei as leveduras (preferi inocular e correr o risco do off flavor do que deixar o mosto resfriar mais, na epoca eu tinha mto medo de contaminaçao, entao achava que eu precisava inocular imediatamente para que as leveduras suprimisse outros micro-organismos.)
Muito legal o tópico. Eu boto levedura normalmente no dia seguinte (faço no-chill) e sempre com o mosto entre 24-30°. Nunca tive problemas.
 
Pois é... o fantasma da contaminação até hoje me bloqueia de fazer dryhopping, vc acredita!!! Faço breja há mais de 1 ano.... nunca arrisquei.... mas estou começando a me aventurar... já estou deixando o mosto esfriar a inoculando a levedura no dia seguinte...fui obrigado a proceder desta forma para fazer lagers. Mas o fantasma de abrir o fermentador ainda me persegue!!!!

Olá Daniel!

Os riscos de contaminação no dry hopping são mínimos, uma vez que já há presença de álcool tornando o ambiente impróprio para propagação de bactérias.

Soma-se a isso o fato do próprio lúpulo possuir propriedades antibacterianas, tornando o ambiaente ainda mais hostil para esses microrganismos.

Quanto a inoculação do mosto apenas no dia seguinte, esse sim, é o maior - grande realmente - risco de contaminação que pode haver, uma vez que o ambiente e a temperatura estarão propícios aos microrganismos.

Além do grande risco de contaminação, aumentam as possibilidades de: oxidação devido ao longo período com presença de oxigênio agindo no mosto - mesmo não oxigenando para o fermento num primeiro momento; perda ou menor estabilidade da cerveja pronta; e/ou sabores e aromas indesejados.

Fica a dica de encontrar uma forma de resfriar o mosto e inocular o fermento o quanto antes.

Saúde!
 
Pois então, no meu caso deu ruim em alguma coisa, pq em um dia e meio não tinha nada de atividade e pode ser q a temperatura estivesse maior, afinal o termômetro não estava bem posicionado. Era levedura líquida (a Teckbrew 10) e, normalmente, após esse período ela já está bem ativa. Aí abri o balde e vi que estava tudo parado, rs. E eu tava com muito medo da contaminação tbm. Mas aí uma lama me salvou... Pode ter sido outra coisa além da temperatura, mas acho bem provável que tenha sido isso, pois era um sachê novo, com 3 semanas de fabricação, se não me engano.
Cara, dry hop é de boa, a cerveja já vai tar fermentada, não tem tanta comida pra contaminante e tem o alcool que inibe contaminação, fora que você está colocando um bactericida que é o lúpulo.
 
Bem legal mesmo esse tópico. Lembrando que as IPAS nasceram exatamente pela necessidade de conservar a cerveja em transportes longos. Então sem stress com dry hopping.
Quanto a inoculação, eu tomo mais cuidado com a diferença de temperatura entre o mosto e a levedura. Mosto abaixo de 35 já dá pra mandar ver.
 
E aí, cervejeiros! Estou escrevendo este post com o intuito de ajudar quem está começando a fazer breja, compartilhando alguns erros que cometi desde que comecei a fazer as minhas. Neste final de semana irei para minha 22a brassagem em 6 meses e meio, portanto, ainda sou iniciante, mas aprendi bastante nesse período e tirei muitas dúvidas nesse fórum, por isso quero retribuir ajudando quem está começando agora para que não cometa os mesmos erros q eu cometi:
  1. Resíduos de PAC 200: Essa foi na minha 1ª brasagem e, provavelmente, foi minha maior 💩💩... Eu assisti a um vídeo onde ensinavam a sanitizar com iodo, informando q não tinha problema se ficasse algum resíduo no balde. Acontece que usei o PAC 200 tanto no fermentador quanto nas garrafas ao envasar e ficou resíduo. Isso deixou um sabor q lembrava a vinagre e uma espuma um pouco estranha, mas bebi igual, afinal, foi minha primeira. Enfim, hj eu sanitizo com o PAC e passo um álcool 70 depois e me certifico de deixar um tempo para secar nos processos.
  2. Tirar a espuma depois de colocar o lúpulo. Há discussões sobre tirar ou não a espuma, mas o fato é que se vc tirar depois de colocar o lúpulo, vc vai tirar lúpulo! Rs. Essa tbém foi na minha primeira brassagem. Quanto ao fato de retirar ou não a espuma, recomendo esse artigo, mas eu retiro nas minhas.
  3. Deixar o bag do BIAB de molho no PAC 200. Os bags q eu uso tinham um anel de metal e o pac fez eles enferrujarem. Resolvi o problema tirando esses anéis, mas às vezes entra um pouco de grãos pelo buraco q ficou, mas isso não chega a ser um grande problema (até agora...). Ah, hj eu uso vanish logo após a brassagem, aproveitando a água do resfriamento do mosto.
  4. Levedura no mosto acima de 25 graus. Isso, na verdade, foi erro de leitura da temperatura do fermentador pois o termômetro não estava posicionado corretamente e eu inoculei numa temperatura mais alta. A brassagem foi no sábado e, no domingo à tarde não havia nenhuma atividade, mas a sorte é que eu tinha uma lama guardada e salvou minha breja, pois a levedura q eu inoculei se foi...
  5. Desorganização. Há muitas coisas q são utilizadas na brassagem e é bom deixar elas organizadas. Eu, que moro num apartamento e uso minha cozinha, tenho um espaço bem limitado e, sem a devida organização, tudo fica mais difícil. Já quebrei proveta e densímetro por causa disso...
  6. Aferir a densidade com mosto quente. Há diferença de leitura de acordo com a temperatura do mosto e eu tinha a percepção que as minhas cervejas ficavam muito mais alcoólicas. Mas percebi q o problema era na leitura, mesmo. Melhor aferir a 20 graus (ou próximo disso) ou usar alguma calculadora como as desse site.
  7. Tentar fazer uma breja de OG alta na segunda brassagem. Foi uma imensa bagunça. Muitos grãos e muita água, pois não dimensionei da maneira correta para o meu equipamento (não sabia a minha eficiência) e, obviamente, não cheguei no resultado que eu pretendia. O melhor, na minha opinião, é fazer cervejas mais simples para dominar pelo menos um pouco mais o processo antes de se aventurar nas cervejas de 1080, como eu tentei sem sucesso e ainda tive um trabalho grande depois para limpar a bagunça que ficou...
  8. Usar balança de cozinha para lúpulos. Bom, o impacto desse é menor, mas eu recomendo comprar aquelas pequenas e mais precisas (essa aqui), pois não são caras e ajudam muito nos processos, tbém. O fato é que essas maiores não são tão precisas.
  9. Termômetro digital. Aqui eu tive dois problemas: no balde fermentador, pois ele não estava “isolado” do ambiente, levando a uma leitura errada e na mostura, pois pode haver diferentes temperaturas na panela. No primeiro caso, há algumas formas de resolver e eu recomendo esse vídeo. No segundo, como eu não tenho uma bomba de recirculação, eu mexo o mosto com certa frequência e isso resolveu o meu problema.
  10. Me preocupar demais com precisão. No começo eu ficava controlando tudo nos mínimos detalhes pra manter na temperatura ideal, ficava chateado por não atingir a OG, queria ter o IBU exato... Enfim, o importante é fazer cerveja. Tirando questões de sanitização, se a cerveja ficar um pouco mais encorpada, mais amarga ou menos alcoólica, o importante é que você estará tomando a sua cerveja. E isso é sensacional.
Espero q ajude quem tá começando agora. Abs e boas brejas! 🍻🍻

Olá @Thiago Gasperin!

Bacana seu tópico!

Só vou fazer algumas observações:

1. Iodo - sempre utilizei o Biofor (iodophor) e nunca tive problemas. Um ponto a observar nele é a diluição, essa sim, a causa de muitos problemas.

Eu utilizo um pouco mais concentrado ainda, 1mL/1L (1%). Nessa concentração, deixando escorrer bem nunca tive problemas.

Fica a dica de rever a concentração e eliminar o uso do álcool para remover o Iodo(!), afinal, os dois tem a mesma função, logo, se for o caso utilize então apenas o álcool 70.

Quanto ao sabor ácido de vinagre pode não ter sido do Iodo.

3. Vanish - esse é um produto altamente químico que jamais deve ser utilizado em qualquer material ou superfície abrasiva, aderente, drenante ou algo similar, utilizado para o preparo de qualquer produto de consumo alimentício!

Por mais que enxague seu BIAB ainda podem ficar resquícios químicos e seu uso no longo prazo pode vir a ser um problema.

Básico em qualquer utensílio utilizado para cozinhar: nada de química! Exceto vidro e inox, que são totalmente não abrasivos, até mesmo para aromas.

É normal o BIAB escurecer com o uso. Lavá-lo corretamente com sabão ou detergente neutro é mais que suficiente. Em último caso, ferva em água pura por alguns minutos.

Fica a dica de eliminar esse Vanish do seu processo.

4. Levedura inoculada acima de 25ºC - como o @Trops bem explicou, não há absolutamente nada de mais para o fermento. Aliás, reidrata-se a levedura seca a 30ºC, mas mesmo as líquidas não vem a ter problemas. Inclusive temperaturas mais baixas são indicadas justamente para conter a atividade fermentativa e de reprodução. Mas a temperatura de inoculação vai de caso a caso.

Fica a dica de, se puder resfriar até a temperatura de fermentação, por exemplo 18ºC, melhor pra cerveja, pois controla-se mais o perfil da fermentação.

Porém, se não houver controle e mesmo que inocule com 26ºC, irá virar cerveja. No início fiz muito isso sem controles, utilizando fermentos que atendiam a faixa de temperatura ambiente em cada caso.

Fato é que, cervejas fermentadas em temperaturas iniciais muito altas tendem a ter principalmente mais ésteres (adocicado) e alcoóis superiores em excesso (álcool de presença marcante, que pode dar sabor e aroma indesejados e ressacas bravas).

6. Densidade com mosto quente - não é que seja melhor em 20ºC, deve ser em 20ºC, obrigatoriamente. Ou como você mesmo cita, utilizar calculadoras de correção.

O importante é se ater que 20ºC é a temperatura padrão e deve ser seguida a risca, seja na momento de aferir ou seja com calculadoras de correção.

8. Balança de cozinha - pode ser qualquer uma com pesagem fracionada de 1 em 1 grama.

Uso uma Tomate de R$45,00 que pesa de 1g a 10kg. E tenho uma pequena jogada na gaveta por ser indiferente quanto a pesagem.

Como você mesmo cita no último tópico e concordo plenamente, não precisamos ser tão exigentes e tão exatos.

Boas brassagens e saúde!
 
E aí, cervejeiros! Estou escrevendo este post com o intuito de ajudar quem está começando a fazer breja, compartilhando alguns erros que cometi desde que comecei a fazer as minhas. Neste final de semana irei para minha 22a brassagem em 6 meses e meio, portanto, ainda sou iniciante, mas aprendi bastante nesse período e tirei muitas dúvidas nesse fórum, por isso quero retribuir ajudando quem está começando agora para que não cometa os mesmos erros q eu cometi:
  1. Resíduos de PAC 200: Essa foi na minha 1ª brasagem e, provavelmente, foi minha maior 💩💩... Eu assisti a um vídeo onde ensinavam a sanitizar com iodo, informando q não tinha problema se ficasse algum resíduo no balde. Acontece que usei o PAC 200 tanto no fermentador quanto nas garrafas ao envasar e ficou resíduo. Isso deixou um sabor q lembrava a vinagre e uma espuma um pouco estranha, mas bebi igual, afinal, foi minha primeira. Enfim, hj eu sanitizo com o PAC e passo um álcool 70 depois e me certifico de deixar um tempo para secar nos processos.
  2. Tirar a espuma depois de colocar o lúpulo. Há discussões sobre tirar ou não a espuma, mas o fato é que se vc tirar depois de colocar o lúpulo, vc vai tirar lúpulo! Rs. Essa tbém foi na minha primeira brassagem. Quanto ao fato de retirar ou não a espuma, recomendo esse artigo, mas eu retiro nas minhas.
  3. Deixar o bag do BIAB de molho no PAC 200. Os bags q eu uso tinham um anel de metal e o pac fez eles enferrujarem. Resolvi o problema tirando esses anéis, mas às vezes entra um pouco de grãos pelo buraco q ficou, mas isso não chega a ser um grande problema (até agora...). Ah, hj eu uso vanish logo após a brassagem, aproveitando a água do resfriamento do mosto.
  4. Levedura no mosto acima de 25 graus. Isso, na verdade, foi erro de leitura da temperatura do fermentador pois o termômetro não estava posicionado corretamente e eu inoculei numa temperatura mais alta. A brassagem foi no sábado e, no domingo à tarde não havia nenhuma atividade, mas a sorte é que eu tinha uma lama guardada e salvou minha breja, pois a levedura q eu inoculei se foi...
  5. Desorganização. Há muitas coisas q são utilizadas na brassagem e é bom deixar elas organizadas. Eu, que moro num apartamento e uso minha cozinha, tenho um espaço bem limitado e, sem a devida organização, tudo fica mais difícil. Já quebrei proveta e densímetro por causa disso...
  6. Aferir a densidade com mosto quente. Há diferença de leitura de acordo com a temperatura do mosto e eu tinha a percepção que as minhas cervejas ficavam muito mais alcoólicas. Mas percebi q o problema era na leitura, mesmo. Melhor aferir a 20 graus (ou próximo disso) ou usar alguma calculadora como as desse site.
  7. Tentar fazer uma breja de OG alta na segunda brassagem. Foi uma imensa bagunça. Muitos grãos e muita água, pois não dimensionei da maneira correta para o meu equipamento (não sabia a minha eficiência) e, obviamente, não cheguei no resultado que eu pretendia. O melhor, na minha opinião, é fazer cervejas mais simples para dominar pelo menos um pouco mais o processo antes de se aventurar nas cervejas de 1080, como eu tentei sem sucesso e ainda tive um trabalho grande depois para limpar a bagunça que ficou...
  8. Usar balança de cozinha para lúpulos. Bom, o impacto desse é menor, mas eu recomendo comprar aquelas pequenas e mais precisas (essa aqui), pois não são caras e ajudam muito nos processos, tbém. O fato é que essas maiores não são tão precisas.
  9. Termômetro digital. Aqui eu tive dois problemas: no balde fermentador, pois ele não estava “isolado” do ambiente, levando a uma leitura errada e na mostura, pois pode haver diferentes temperaturas na panela. No primeiro caso, há algumas formas de resolver e eu recomendo esse vídeo. No segundo, como eu não tenho uma bomba de recirculação, eu mexo o mosto com certa frequência e isso resolveu o meu problema.
  10. Me preocupar demais com precisão. No começo eu ficava controlando tudo nos mínimos detalhes pra manter na temperatura ideal, ficava chateado por não atingir a OG, queria ter o IBU exato... Enfim, o importante é fazer cerveja. Tirando questões de sanitização, se a cerveja ficar um pouco mais encorpada, mais amarga ou menos alcoólica, o importante é que você estará tomando a sua cerveja. E isso é sensacional.
Espero q ajude quem tá começando agora. Abs e boas brejas! 🍻🍻
Muito legal o tópico!
Só não entendi o item 3. Você fala do bag que usa na mostura correto? Não há motivo para sanitizá-lo, pq depois você ainda vai ferver o mosto. Garantindo que ele esteja limpo já está de bom tamanho.
 
Erros que cometia quando comecei a brassar:

Sanitizante com cloro: Quando comecei a brassar, usava água mineral para preparar o mosto, mas para sanitizar, enchia meus baldes com água direto da torneira e colocava PAC ou Iodophor. Para sanitizar as garrafas, afogava elas num balde cheio de sanitizante preparado da mesma forma. As cervejas todas ficam com gosto de esparadrapo após a fermentação. Depois de conversar com muita gente, chegamos a um veredito: clorofenol. Fiz aquele teste bobo de água de piscina e deu para notar que a água tinha teores absurdos de Cloro. Passei a filtrar e o problema sumiu;

Usar levedura líquida logo no começo: Me empolgava em usar leveduras líquidas para explorar algo diferente. O problema é que não conseguia fazer starter direito ou aerar de maneira descente o mosto. A conclusão é que quase sempre tinha problemas de fermentações que não acabavam bem ou com muitos off-flavours. Voltei para as leveduras secas e, só depois de um bom tempo, voltei as leveduras líquidas, com bem mais preparo para lidar.

Tentar receitas ou técnicas complicadas: Quarta brassagem, Doppelbock com decocção tripla. Alguma dúvida que ia dar ruim, para alguém que ainda sequer conseguia tirar o gosto de esparadrapo da cerveja? Pega algo mais fácil e ajusta o processo antes de inventar algo complicado. A tentação de fazer algo legal é grande, mas cuidado para não ousar demais e acabar se frustrando.
 
Uma parte importante q a galera esquece é atenção ao equipamento, uso de plástico, cola, conexões, bombas e mangueiras não adequadas ao processo. Às vezes menos é mais, então acho importante um planejamento. Não vale o cara de dedicar um monte no processo se usa materiais não adequados, dando gosto ou até mesmo uma possível cerveja sem condições de consumo.
 
Muito bacana pela iniciativa!!

Vou compartilhar os meus erros:

1- Dar muita importância para a mostura, mais que a fermentação.

Qualquer equipamento consegue fazer mosto, desde um caldeirão simples com um saco de voil até uma single vessel de 3000 reais.

Logicamente que um com certeza vai dar mais trabalho, fazer mais sujeira, ter maior ou menor eficiência, clarificação, etc.

Mas se fermentar de modo descontrolado, não há dúvidas que a cerveja vai ficar pior do que poderia ter ficado...

Investir em uma geladeira velha ou frigobar com um controlador de temperatura básico já vai dar um resultado excelente.

2- Ficar muito preocupado com temperatura da mostura

Mosturar na faixa de 64 a 69 graus vão fornecer resultado semelhante no final da fermentação.

Uma cerveja com 1008 e um cerveja com 1013, para a mesma OG, apesar de diferentes, não impactam tanto assim na experiência de beber...

3- Se apegar muito a valores de OG, FG, ABV, IBU,SRM

Não que eu faça cerveja sem medir nada hahahaha, sempre utilizo software para calcular as receitas e acompanho a fermentação com refratometro e densímetro (tenho até algumas curvas de atenuação de diferentes fermentos).

Porém no começo você quer controlar tudo, inclusive de fatores que não são controláveis. Por serem produtos naturais sempre haverão variações do malte, lupulo, água...

Um exemplo basico: O malte pilsen que você compra hora uma safra tem uma eficiência, hora tem outra. Hora você compra um malte importado excelente e consegue fazer uma OG de 1050 com 4kg.
Hora você compra um nacional e a eficiência cai...

Ou seja, as vezes você não fez nada de errado e simplesmente precisa aceitar que aquela brassagem não deu tão certo....

Então, relaxe que é normal, grandes cervejarias de setores ENORMES com dezenas e centenas de pessoas para controlar os parâmetros de processo e sempre sair igual....

Agente não precisa disso e tudo bem.... hehe

4- Fermentação (de novo) é quase uma arte e você só vai aprender fazendo cerveja...

... Mesmo que faça inúmeros cursos, leia inúmeros livros, veja inúmeros vídeos e workshops.

Pois é, nada mais verdadeiro de que a teoria, na prática é outra coisa.

Algo bastante importante que pouco se fala é como conhecer os off-flavours (que vai demorar um bom tempo para você descobrir alguns deles) e tratar a fermentação e temperatura extraindo amostras e... Bebendo e analisando!

Acho bem legal você beber a cada alguns dias e ir conhecendo como a fermentação evolui.

Por exemplo, tenho uma lager que puxou um acetladeido (provavelmente pelo pitch rate dkra do ideal) e estou fazendo uma maturação maior de tempo a quente, antes do cold crash.

Há alguns dias atrás estava bem evidente e agora já diminui. Se seguisse uma agenda de dias definidos (7 dias disso, 7 dias daquilo), estaria com uma cerveja verde que precisaria de uma maturação bem mais longa a frio.

Enfim, existem diversos erros, mas vamos aprendendo com o tempo.

O importante é sempre fazer cerveja!

Um abração
 
Muito legal o tópico!
Só não entendi o item 3. Você fala do bag que usa na mostura correto? Não há motivo para sanitizá-lo, pq depois você ainda vai ferver o mosto. Garantindo que ele esteja limpo já está de bom tamanho.
Pois é... achei que precisava sanitizar tudo, rs. Hj uso vanish de boas.
 
Olá @Thiago Gasperin!

Bacana seu tópico!

Só vou fazer algumas observações:

1. Iodo - sempre utilizei o Biofor (iodophor) e nunca tive problemas. Um ponto a observar nele é a diluição, essa sim, a causa de muitos problemas.

Eu utilizo um pouco mais concentrado ainda, 1mL/1L (1%). Nessa concentração, deixando escorrer bem nunca tive problemas.

Fica a dica de rever a concentração e eliminar o uso do álcool para remover o Iodo(!), afinal, os dois tem a mesma função, logo, se for o caso utilize então apenas o álcool 70.

Quanto ao sabor ácido de vinagre pode não ter sido do Iodo.

3. Vanish - esse é um produto altamente químico que jamais deve ser utilizado em qualquer material ou superfície abrasiva, aderente, drenante ou algo similar, utilizado para o preparo de qualquer produto de consumo alimentício!

Por mais que enxague seu BIAB ainda podem ficar resquícios químicos e seu uso no longo prazo pode vir a ser um problema.

Básico em qualquer utensílio utilizado para cozinhar: nada de química! Exceto vidro e inox, que são totalmente não abrasivos, até mesmo para aromas.

É normal o BIAB escurecer com o uso. Lavá-lo corretamente com sabão ou detergente neutro é mais que suficiente. Em último caso, ferva em água pura por alguns minutos.

Fica a dica de eliminar esse Vanish do seu processo.

4. Levedura inoculada acima de 25ºC - como o @Trops bem explicou, não há absolutamente nada de mais para o fermento. Aliás, reidrata-se a levedura seca a 30ºC, mas mesmo as líquidas não vem a ter problemas. Inclusive temperaturas mais baixas são indicadas justamente para conter a atividade fermentativa e de reprodução. Mas a temperatura de inoculação vai de caso a caso.

Fica a dica de, se puder resfriar até a temperatura de fermentação, por exemplo 18ºC, melhor pra cerveja, pois controla-se mais o perfil da fermentação.

Porém, se não houver controle e mesmo que inocule com 26ºC, irá virar cerveja. No início fiz muito isso sem controles, utilizando fermentos que atendiam a faixa de temperatura ambiente em cada caso.

Fato é que, cervejas fermentadas em temperaturas iniciais muito altas tendem a ter principalmente mais ésteres (adocicado) e alcoóis superiores em excesso (álcool de presença marcante, que pode dar sabor e aroma indesejados e ressacas bravas).

6. Densidade com mosto quente - não é que seja melhor em 20ºC, deve ser em 20ºC, obrigatoriamente. Ou como você mesmo cita, utilizar calculadoras de correção.

O importante é se ater que 20ºC é a temperatura padrão e deve ser seguida a risca, seja na momento de aferir ou seja com calculadoras de correção.

8. Balança de cozinha - pode ser qualquer uma com pesagem fracionada de 1 em 1 grama.

Uso uma Tomate de R$45,00 que pesa de 1g a 10kg. E tenho uma pequena jogada na gaveta por ser indiferente quanto a pesagem.

Como você mesmo cita no último tópico e concordo plenamente, não precisamos ser tão exigentes e tão exatos.

Boas brassagens e saúde!
Valeu as dicas. Extremamente úteis! Certamente vou revisar alguns processos. Abs!
 
Eu ajudava, ou atrapalhava, meu avô nos anos 60 e 70 que morava na colônia (área rural) onde ele plantava cevada, aveia, arroz, milho, etc. e lúpulo, até cana de açúcar ele cultivava para fazer açúcar mascavo. Germinava os grãos e secava no forno a lenha na temperatura que estava, o bag era feito de tecido de algodão de farinha ou açúcar lavado no tanque com água que vinha da vertente, não tinha termômetro, muito menos densímetro, o fermento era o mesmo do pão, porém, também produzido em casa. O caldeirão e o fermentador eram feitos em latas de querosene de 18 litros. Não tinha geladeira. E o "véio" fazia cerveja boa, nem imagino qual o tipo que aquilo era, talvez próximo a uma Pilsen. As garrafas, raras e caras, estouravam nos dias quentes. Mas saia cerveja boa. Sem todas essas facilidades que temos hoje. Tudo feito de maneira higiênica, mas sem sanitização. Não me lembro dele ter perdido uma brassagem.
Eu ainda fiz assim há uns 20 anos, com malte feito à partir da cevada de supermercado, o lúpulo vinha num kit de "cerveja", que nada lembra cerveja. No RS era bem comum.
Ontem experimentei minha primeira cerveja desta nova geração com caldeirão de inox, BIAB, fermentador de bombona e todo resto dos utensílios, tudo santizado. Uma Blonde Ale. Ficou boa, aliás, mais saborosa do que aquela que fazíamos sem controle nenhum, talvez por ser outro tipo, mas das duas maneiras sai cerveja. Por sorte, ou atenção, não cometi nenhum desses 10 erros.
Nos próximos dias farei uma nova brassagem que inclui dry hopping. Vou utilizar como bag uma "camisinha" para bomba de chimarrão, é pequena, descartável e já vem sanitizada.
Todos queremos fazer o melhor e as vezes damos mais atenção para detalhes impressos na receita do que a percepção.
 

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