claudiobr
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- Aug 28, 2015
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Já aprendi bastante com este forum e pouco retribuí, então vou tentar pagar um pouco da minha dívida.
Aqui vão alguns detalhes da construção deste CFC não muito comum, embora lá fora já seja até vendido por alguns brewshops, conhecido por Paralel (ou Double Pipe) Counterflow Chiller. Vou citar alguns prós e contras para esclarecer porque escolhi este em relação à tradicional serpentina dupla, sugerindo motivos (ou não) para se adotar este sistema.
Desvantagens
- A mais óbvia de todas: dimensões. Questão um tanto relativa, visto que o negócio pode ser fixado numa parede ou nos pés do teu brewstand, ocupando, na verdade, pouca área.
- Um pouco mais caro que montar um chiller em espiral. Não muito, a diferença são alguns conectores a mais. Se optar por inox como eu, pode ficar até mais barato pois os tubos retos são mais em conta que as serpentinas de inox.
Vantagens
- Fácil montagem: como ele é todo reto, é uma simples questão de unir canos e conexões. Da mesma forma, não é difícil desmontar.
- Expansível: basta adicionar mais seções caso queira aumentar o poder do chiller.
- Bitola: fácil de trabalhar com nosso padrão de 1/2", o que propicia um whirpool razoável (sendo indicado para isto, em relação à passagem única).
- Tubo de mosto centralizado: no CFC espiral, existem algumas gambiarras para não deixar a serpentina encostar no tubo externo d´água, gerando obstruções, algo que nunca vai acontecer no paralelo.
- Principal vantagem ao meu ver: a tão importante limpeza e sanitização! Após fazer a costumeira lavagem circulando água quente (e/ou outros produtos conforme desejar), adoro poder guardar o chiller limpo e seco, bastando desplugar 3 mangueirinhas e pendurá-lo na vertical. É possível também fazer inspeção visual dentro dele, algo impossível no espiral.
Material
Para a tubulação interna, foram 6m de inox 1/2" cortados em 4 seções de 1,5m.
Para a tubulação externa, utilizei Ultratemp CPVC Amanco (bitola DN22 comporta bem o tubo de 1/2"), que é atóxico e suporta alta temperatura. São os tubos de faixa vermelha utilizados em sistemas de água quente. Tem em qualquer depósito de construção. Usei um arco de serra para cortar em 4 seções, lixando as rebarbas e limpando bem antes de colar com o adesivo apropriado da marca. O comprimento das seções será um pouco menor para expor o final do tubo inox, sendo que as sobras de cano cortado você aproveita para fazer as uniões dos T´s. No começo e fim da linha, usei T´s com uma saída de rosca fêmea, para receber os adaptadores/espigões de mangueira d´água.
Para a conexão e vedação do tubo inox dentro do cpvc, utilizei conectores de compressão (por enquanto de latão) e substituí o anel de borracha por pedacinhos de mangueira de silicone. Deve-se passar veda-rosca nas 2 pontas do conector e é preciso furar/ampliar o fundo deles para permitir a passagem do tubo de 1/2" (usei uma broca escalonada). Estes conectores são rosqueados em adaptadores de transição do cpvc pra rosca, que por sua vez são colados nos T´s ao final de cada seção. Espero que as imagens ajudem a ilustrar melhor.
Por fim, resta emendar os tubos internos com pedaços de mangueira de silicone, eu nem usei abraçadeiras ou adaptadores pois ficou bem apertado e seguro. Ah sim, é bom fazer um suporte, seja para colocar no chão ou pendurá-lo. Fiz o meu com restos de madeira e a pintura é meramente estética.
Estimo que gastei pouco mais de 200 pratas no total, mesmo usando inox 304 (paguei $78 nos 6m de tubo 1/2"). A montagem em si é simples de realizar e permite outros designs e materiais, ou seja, não precisa se prender a este modelo.
Quanto à eficiência, o total de 6m não é muito mas estou satisfeito. Sabemos que a performance depende de diversos fatores além do comprimento (como vazão e temperatura da água de resfriamento). De qualquer forma, deixo um exemplo prático: uma brassagem que medi foram 26L de 95°C até um pouco abaixo dos 40°C em 13 min., com água em 21°C, porém eu nunca medi minha vazão. Usar um banco de água gelada certamente melhora, conforme é feito com outros chillers. Enfim, o whirlpool já deixa o trub centralizado e, ao final de tudo, redireciono o fluxo para o meu fermentador. Eu ia recomendar um ótimo artigo da BYO magazine ("double pipe wort chiller"), porém me parece ter ficado restrito a assinantes. Deixo então outro link, caso precisem de mais inspiração:
http://www.bertusbrewery.com/2016/03/copper-counterflow-chiller-build.html
Boas brassagens!
Claudio
Aqui vão alguns detalhes da construção deste CFC não muito comum, embora lá fora já seja até vendido por alguns brewshops, conhecido por Paralel (ou Double Pipe) Counterflow Chiller. Vou citar alguns prós e contras para esclarecer porque escolhi este em relação à tradicional serpentina dupla, sugerindo motivos (ou não) para se adotar este sistema.
Desvantagens
- A mais óbvia de todas: dimensões. Questão um tanto relativa, visto que o negócio pode ser fixado numa parede ou nos pés do teu brewstand, ocupando, na verdade, pouca área.
- Um pouco mais caro que montar um chiller em espiral. Não muito, a diferença são alguns conectores a mais. Se optar por inox como eu, pode ficar até mais barato pois os tubos retos são mais em conta que as serpentinas de inox.
Vantagens
- Fácil montagem: como ele é todo reto, é uma simples questão de unir canos e conexões. Da mesma forma, não é difícil desmontar.
- Expansível: basta adicionar mais seções caso queira aumentar o poder do chiller.
- Bitola: fácil de trabalhar com nosso padrão de 1/2", o que propicia um whirpool razoável (sendo indicado para isto, em relação à passagem única).
- Tubo de mosto centralizado: no CFC espiral, existem algumas gambiarras para não deixar a serpentina encostar no tubo externo d´água, gerando obstruções, algo que nunca vai acontecer no paralelo.
- Principal vantagem ao meu ver: a tão importante limpeza e sanitização! Após fazer a costumeira lavagem circulando água quente (e/ou outros produtos conforme desejar), adoro poder guardar o chiller limpo e seco, bastando desplugar 3 mangueirinhas e pendurá-lo na vertical. É possível também fazer inspeção visual dentro dele, algo impossível no espiral.
Material
Para a tubulação interna, foram 6m de inox 1/2" cortados em 4 seções de 1,5m.
Para a tubulação externa, utilizei Ultratemp CPVC Amanco (bitola DN22 comporta bem o tubo de 1/2"), que é atóxico e suporta alta temperatura. São os tubos de faixa vermelha utilizados em sistemas de água quente. Tem em qualquer depósito de construção. Usei um arco de serra para cortar em 4 seções, lixando as rebarbas e limpando bem antes de colar com o adesivo apropriado da marca. O comprimento das seções será um pouco menor para expor o final do tubo inox, sendo que as sobras de cano cortado você aproveita para fazer as uniões dos T´s. No começo e fim da linha, usei T´s com uma saída de rosca fêmea, para receber os adaptadores/espigões de mangueira d´água.
Para a conexão e vedação do tubo inox dentro do cpvc, utilizei conectores de compressão (por enquanto de latão) e substituí o anel de borracha por pedacinhos de mangueira de silicone. Deve-se passar veda-rosca nas 2 pontas do conector e é preciso furar/ampliar o fundo deles para permitir a passagem do tubo de 1/2" (usei uma broca escalonada). Estes conectores são rosqueados em adaptadores de transição do cpvc pra rosca, que por sua vez são colados nos T´s ao final de cada seção. Espero que as imagens ajudem a ilustrar melhor.
Por fim, resta emendar os tubos internos com pedaços de mangueira de silicone, eu nem usei abraçadeiras ou adaptadores pois ficou bem apertado e seguro. Ah sim, é bom fazer um suporte, seja para colocar no chão ou pendurá-lo. Fiz o meu com restos de madeira e a pintura é meramente estética.
Estimo que gastei pouco mais de 200 pratas no total, mesmo usando inox 304 (paguei $78 nos 6m de tubo 1/2"). A montagem em si é simples de realizar e permite outros designs e materiais, ou seja, não precisa se prender a este modelo.
Quanto à eficiência, o total de 6m não é muito mas estou satisfeito. Sabemos que a performance depende de diversos fatores além do comprimento (como vazão e temperatura da água de resfriamento). De qualquer forma, deixo um exemplo prático: uma brassagem que medi foram 26L de 95°C até um pouco abaixo dos 40°C em 13 min., com água em 21°C, porém eu nunca medi minha vazão. Usar um banco de água gelada certamente melhora, conforme é feito com outros chillers. Enfim, o whirlpool já deixa o trub centralizado e, ao final de tudo, redireciono o fluxo para o meu fermentador. Eu ia recomendar um ótimo artigo da BYO magazine ("double pipe wort chiller"), porém me parece ter ficado restrito a assinantes. Deixo então outro link, caso precisem de mais inspiração:
http://www.bertusbrewery.com/2016/03/copper-counterflow-chiller-build.html
Boas brassagens!
Claudio