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Bom dia, pessoal.
Fiz minha primeira brassagem há 12 dias e tive sérios problemas, para os quais gostaria da avaliação de vocês. Desculpem o tamanho do texto, mas não fiz curso nenhum, então quis dar a maior quantidade de detalhes possível para vocês terem como criticar/sugerir melhor.
Utilizei um kit de 5L (Lamas) e minha receita foi para uma Irish Red Ale, e levou 1,3kg de malte, sendo 600g de CaraPils, 500g de CaraRed e 200g de CaraMunich -- pois é, dias depois descobri que ela não tinha conversão enzimática suficiente, mas gostaria de saber justamente se ainda dá pra salvar a breja, seja lá em que estilo ela se transforme.
Os passos que segui estão detalhados abaixo.
1) Montei a panela com o escorredor e o grainbag e adicionei 6,3L de água que foi aquecida até 72º. Usei um fogão doméstico normal na boca grande em fogo alto.
2) Acrescentei o malte e a temperatura baixou para 66º, chegando em 68º após 5 minutos.
3) Nesse momento, o líquido começou a espirrar vigorosamente para fora do caldeirão (muita proteína na minha receita?), então diminuí para fogo baixo.
4) O líquido continuou caindo por um tempo, então desliguei o fogo. A temperatura estava em 69º e assim ficou até baixar para 67º, quando eu religuei o fogo, agora sempre em fogo baixo.
5) Mantive a temperatura nos 68º por uma hora, desligando sempre que chegava a 69º (ou quando espirrava mosto) e religando o fogo quando baixava para 67º.
6) Após 1h, retirei uma amostra para fazer o teste do iodo, que falhou pela 1ª vez.
7) Continuei na mesma temperatura por mais 15 minutos e fiz novamente o teste, sem sucesso.
8) Refiz os passos 6 e 7 mais 3 vezes, com intervalos de 10 minutos, sempre falhando no iodo (preto mesmo, não chegou nem a ficar azulado).
9) No desespero, resolvi tirar uma parte (uns 400g) dos grãos da panela, pois já tinha evaporado bastante e o trem tava "duro", foi quando aumentei o fogo para 72º por uns 20 minutos e acrescentei com a escumadeira cerca de 1L de água a 72º (previamente fervida, que estava em uma panela a parte aguardando a fase da lavagem).
10) Refiz o teste duas vezes nesse intervalo, falhando sempre.
11) Resolvi medir a temperatura da segunda amostra que peguei no passo acima e percebi que estava a 78º! 6 graus acima do que media o termômetro que estava no fundo do escorredor, ou seja, a temperatura do fundo da panela estava bem mais alta que a do fundo do escorredor. Nesse momento, julguei que o mashout já tinha ocorrido precocemente, as enzimas estavam inativadas mas com muito açúcar residual por ser quebrado (o que explica eu nunca passar no teste do iodo). Desconfio que essa inativação possa ter ocorrido durante os boilovers, mas não tenho bem certeza.
12) Desliguei e deixei a espagueteira escorrendo por 10 minutos.
13) Recirculei o mosto cuidadosamente por 10x despejando suavemente na escumadeira.
14) Fiz a lavagem com 1L de água a 68º pela escumadeira e retirei o escorredor com o grainbag.
15) Ficou cerca de 4,5L na panela (o que eu julguei pouco, mas também não quis acrescentar mais água).
16) A fervura ocorreu a 95º (moro em Brasília) e mantive assim por 1h, acrescentando o lúpulo nos horários devidos.
17) Ao final da fervura, sobrou apenas cerca de 2,5L para fermentar.
18) Resfriei em bacia com gelo até 24º (demorou 30 minutos).
19) Fiz a aeração abrindo a torneira da panela e deixando cair no fermentador (borbulhou bastante ao cair).
20) Medi a densidade usando um densimetro, mas como não tinha proveta, usei a caixinha do densimetro mesmo. A leitura deu 1.080, o que me assustou pra caramba, mas também não tinha certeza se estava correto, dada a improvisação da proveta.
21) Joguei 4g de fermento US-05 seco (não hidratei) e sacudi bastante o balde para ficar uniforme. Em seguida vedei e coloquei o airlock com água até a marcação.
Minha idéia era fermentar por 8 dias (entre 23 e 18 graus) e maturar por 10 dias (de 10 a 0, gradativamente). Em seguida eu faria o priming, engarrafaria e deixaria a 18º por mais 7 dias. Segue abaixo o que fiz até agora:
Deixei fermentando em temperatura ambiente (variou entre 23º e 25º) durante os três primeiros dias, em seguida levei o balde para uma adega com temperatura controlada em 18ºC, onde ficou por mais 5 dias, totalizando 8 dias de fermentação. Só notei atividade no airlock nas primeiras 24h.
Após esses 8 dias, trasfeguei para outro recipiente, a fim de retirar a lama e deixei maturando na geladeira a 10º, baixando gradativamente ao longo de 4 dias (hoje está a 4º). A idéia hoje era baixar amanhã para 0º e deixar por mais 4 dias. MAS... chegou meu refratometro do correio hoje e a medição deu 1.056! Calculei a quantidade de álcool, que ficou entre 3,7 e 3,8%, porém agora estou receoso de prosseguir meu processo, pois pelo pouco conhecimento que tenho ficou muito açúcar residual (não sei se fermentável ou não) e tô com medo dessas cervas virarem granadas após o envase.
Se quiserem criticar qualquer parte do processo, fiquem à vontade, mas o ponto principal que estou em dúvida é quanto ao envase...
Faço o priming com pouco açucar (uns 3g/L)?
Não faço priming?
Volto para temperatura ambiente e meço a densidade por 3 dias seguidos para ver se parou de atenuar e aí sim volto pra maturação?
Jogo mais fermento?
Jogo a cerva no lixo?
[]'s
-Erick
Fiz minha primeira brassagem há 12 dias e tive sérios problemas, para os quais gostaria da avaliação de vocês. Desculpem o tamanho do texto, mas não fiz curso nenhum, então quis dar a maior quantidade de detalhes possível para vocês terem como criticar/sugerir melhor.
Utilizei um kit de 5L (Lamas) e minha receita foi para uma Irish Red Ale, e levou 1,3kg de malte, sendo 600g de CaraPils, 500g de CaraRed e 200g de CaraMunich -- pois é, dias depois descobri que ela não tinha conversão enzimática suficiente, mas gostaria de saber justamente se ainda dá pra salvar a breja, seja lá em que estilo ela se transforme.
Os passos que segui estão detalhados abaixo.
1) Montei a panela com o escorredor e o grainbag e adicionei 6,3L de água que foi aquecida até 72º. Usei um fogão doméstico normal na boca grande em fogo alto.
2) Acrescentei o malte e a temperatura baixou para 66º, chegando em 68º após 5 minutos.
3) Nesse momento, o líquido começou a espirrar vigorosamente para fora do caldeirão (muita proteína na minha receita?), então diminuí para fogo baixo.
4) O líquido continuou caindo por um tempo, então desliguei o fogo. A temperatura estava em 69º e assim ficou até baixar para 67º, quando eu religuei o fogo, agora sempre em fogo baixo.
5) Mantive a temperatura nos 68º por uma hora, desligando sempre que chegava a 69º (ou quando espirrava mosto) e religando o fogo quando baixava para 67º.
6) Após 1h, retirei uma amostra para fazer o teste do iodo, que falhou pela 1ª vez.
7) Continuei na mesma temperatura por mais 15 minutos e fiz novamente o teste, sem sucesso.
8) Refiz os passos 6 e 7 mais 3 vezes, com intervalos de 10 minutos, sempre falhando no iodo (preto mesmo, não chegou nem a ficar azulado).
9) No desespero, resolvi tirar uma parte (uns 400g) dos grãos da panela, pois já tinha evaporado bastante e o trem tava "duro", foi quando aumentei o fogo para 72º por uns 20 minutos e acrescentei com a escumadeira cerca de 1L de água a 72º (previamente fervida, que estava em uma panela a parte aguardando a fase da lavagem).
10) Refiz o teste duas vezes nesse intervalo, falhando sempre.
11) Resolvi medir a temperatura da segunda amostra que peguei no passo acima e percebi que estava a 78º! 6 graus acima do que media o termômetro que estava no fundo do escorredor, ou seja, a temperatura do fundo da panela estava bem mais alta que a do fundo do escorredor. Nesse momento, julguei que o mashout já tinha ocorrido precocemente, as enzimas estavam inativadas mas com muito açúcar residual por ser quebrado (o que explica eu nunca passar no teste do iodo). Desconfio que essa inativação possa ter ocorrido durante os boilovers, mas não tenho bem certeza.
12) Desliguei e deixei a espagueteira escorrendo por 10 minutos.
13) Recirculei o mosto cuidadosamente por 10x despejando suavemente na escumadeira.
14) Fiz a lavagem com 1L de água a 68º pela escumadeira e retirei o escorredor com o grainbag.
15) Ficou cerca de 4,5L na panela (o que eu julguei pouco, mas também não quis acrescentar mais água).
16) A fervura ocorreu a 95º (moro em Brasília) e mantive assim por 1h, acrescentando o lúpulo nos horários devidos.
17) Ao final da fervura, sobrou apenas cerca de 2,5L para fermentar.
18) Resfriei em bacia com gelo até 24º (demorou 30 minutos).
19) Fiz a aeração abrindo a torneira da panela e deixando cair no fermentador (borbulhou bastante ao cair).
20) Medi a densidade usando um densimetro, mas como não tinha proveta, usei a caixinha do densimetro mesmo. A leitura deu 1.080, o que me assustou pra caramba, mas também não tinha certeza se estava correto, dada a improvisação da proveta.
21) Joguei 4g de fermento US-05 seco (não hidratei) e sacudi bastante o balde para ficar uniforme. Em seguida vedei e coloquei o airlock com água até a marcação.
Minha idéia era fermentar por 8 dias (entre 23 e 18 graus) e maturar por 10 dias (de 10 a 0, gradativamente). Em seguida eu faria o priming, engarrafaria e deixaria a 18º por mais 7 dias. Segue abaixo o que fiz até agora:
Deixei fermentando em temperatura ambiente (variou entre 23º e 25º) durante os três primeiros dias, em seguida levei o balde para uma adega com temperatura controlada em 18ºC, onde ficou por mais 5 dias, totalizando 8 dias de fermentação. Só notei atividade no airlock nas primeiras 24h.
Após esses 8 dias, trasfeguei para outro recipiente, a fim de retirar a lama e deixei maturando na geladeira a 10º, baixando gradativamente ao longo de 4 dias (hoje está a 4º). A idéia hoje era baixar amanhã para 0º e deixar por mais 4 dias. MAS... chegou meu refratometro do correio hoje e a medição deu 1.056! Calculei a quantidade de álcool, que ficou entre 3,7 e 3,8%, porém agora estou receoso de prosseguir meu processo, pois pelo pouco conhecimento que tenho ficou muito açúcar residual (não sei se fermentável ou não) e tô com medo dessas cervas virarem granadas após o envase.
Se quiserem criticar qualquer parte do processo, fiquem à vontade, mas o ponto principal que estou em dúvida é quanto ao envase...
Faço o priming com pouco açucar (uns 3g/L)?
Não faço priming?
Volto para temperatura ambiente e meço a densidade por 3 dias seguidos para ver se parou de atenuar e aí sim volto pra maturação?
Jogo mais fermento?
Jogo a cerva no lixo?
[]'s
-Erick