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Guenther

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Não esperem encontrar aqui informações completas e definitivas sobre espuma. :)

Infelizmente, literatura especializada sobre espuma é algo bem raro, então dos poucos livros e artigos que falam sobre isso, aqui vai um resumo.

O básico que deve entender sobre espuma é que todo o líquido carbonatado gera espuma, mas poucos a retém. Por exemplo, espumantes e refrigerantes geram bastante espuma quando você serve no copo, mas rapidamente essa espuma se extingue completamente, justamente o contrário do que queremos.

Então por que, na cerveja, a espuma perdura?

Porque a cerveja contem algumas substâncias, normalmente hidrofóbicas (como proteínas, ácidos de lúpulo, etc), que tendem a "fugir" do liquido indo pra cima, em direção à espuma, e aderem na superfície das bolhas mantendo-as juntas, formando sua estrutura. Esse "reforço" na estrutura retarda o processo de escorrimento/drenagem do líquido/cerveja que compõe essas bolhas.

Eventualmente, se a cerveja for tomada suficientemente devagar, essas substâncias quase que se solidificam e aderem às paredes do copo, formando o famoso Belgian Lace.

Coisas que ajudam na espuma:

- Proteínas Médias

- Proteínas grandes causam Haze na cerveja (turbidez).
- Proteínas Médias ajudam na formação e retenção de espuma, além de um mouthfeel agradável, ou seja, melhoram o corpo.
- Proteínas pequenas são necessárias para geração de FAN (free-amino-nitrogen), nutriente essencial para uma boa fermentação.

Dito isso, o que se deve lembrar?

O que hoje em dia é defendido em praticamente todas as literaturas mais contemporâneas e artigos: os maltes atuais praticamente são todos BEM modificados durante a malteação. Isso quer dizer que durante a malteação grande parte das proteínas grandes são quebradas em médias e pequenas resultando numa proporção adequeada que resulta em boa espuma, e quantidade mais que suficiente de FAN para a fermentação.

Por que estou dizendo isso? Pelo grande problema do excesso de rampas que é indiscriminadamente recomendado em receitas aqui no Brasil.

Ocorre que no Brasil muitas receitas disseminadas vieram de onde? De receitas antigas, muitas vezes originais de cervejarias, conseguidas por algum mestre cervejeiro, e em cervejarias, essas receitas podem vir de décadas atrás, e décadas atrás os maltes não eram tão bem malteados/modificados como são hoje, então se fazia necessário fazer várias rampas para quebrar beta glucans, corrigir pH, quebrar proteínas, gerar FAN, etc. Hoje? Hoje esses casos são raríssimos. Pouquíssimos maltes base europeus se beneficiam de rampas, e sabidamente, a quase totalidade de maltes base americanos e ingleses são super bem modificados. Resumindo, hoje em dia, com cervejas feitas com 100% malte (grãos malteados), não é NECESSÁRIO fazer rampas (salvas raríssimas exceções).

E se eu fizer uma parada protéica (50 a 55 graus) numa cerveja com 100% malte, o que ocorre?

Na maioria dos casos, estará quebrando proteínas médias em pequenas, e isso acarreta em diminuição de corpo e diminuição da retenção de espuma. Pode ser benéfico "caso eu pegue um malte europeu não tão modificado assim"? Até pode, mas isso precisa ser muito bem testado, e depende totalmente do malte que estiver utilizando. Resumindo, precisaria fazer várias levas iguais (receitas iguais) com e sem rampa para averiguar as diferenças. Via de regra, não precisa.

E se eu usar aveia, centeio, trigo NÃO malteados, ou ainda flocos de cevada?

Aveia, trigo, centeio, flocos de cevada, todos possuem bastante proteína, e isso melhora a espuma, mas lembre-se, elas precisam ser predominantemente médias, então é benéfico uma parada. No How to Brew, Palmer recomenda fazer uma parada protéica se usar 25% ou mais de cereais não maltados (http://howtobrew.com/book/section-3/how-the-mash-works/the-protein-rest-and-modification), mas no Livro (versão impressa, em edições mais recentes) ele também recomenda não ter medo de experimentar pequenas rampas protéicas com trigo maltado também.


- Melanoidinas - resumidamente, são resultado de uma espécie de "caramelização" (reações de Maillard) entre açúcares e amino ácidos, caracterizado por deixar as coisas marrons (vá ler um pouco sobre isso em: https://en.wikipedia.org/wiki/Maillard_reaction) - Ou seja, maltes especiais no geral melhoram a formação e retenção.

- Dextrinas - açúcares de cadeia longa gerado principalmente quando se mostura em temperatura mais alta (ativando mais a Alfa Amilase) que é bem pouco ou nada doce, e que aumenta o corpo da cerveja (https://en.wikipedia.org/wiki/Dextrin). Também ajudam na formação de espuma, e inclusive, existem especialmente feitos para ter alto conteúdo de dextrinas sem necessariamente serem escuros, como o CaraPils e assemelhados. Em resumo, cervejas mosturadas em temperaturas mais altas tendem a ter melhor retenção de espuma.

- Lúpulo - alguns dos alfa ácidos são hidrofóbicos e ajudam a espuma a se manter unida - ou seja, cervejas com grande lupulagem, especialmente pra amargor, tendem a ter uma formação e retenção melhor.

- Carbonatação Correta - Carbonatação correta é essencial. Pouca carbonatação gera poucas bolhas, e não "renova" o colarinho gerando bolhas constantemente. Muita carbonatação gera excesso de colarinho e normalmente uma espuma muito grossa. Carbonatação adequada, seguindo as tabelas clássicas de carbonatação por estilo, asseguram um colarinho adequado para cada cerveja.

- Copo feito para colarinho - Existem copos feitos para gerar espuma. Basicamente eles possuem micro-ranhuras no fundo que fazem o processo de nucleação ocorrer (quando a bolha se forma no meio do líquido, e nesse caso, no fundo do copo). É possível "criar" isso em qualquer copo fazendo um pequeno arranhão no fundo dele, mas eu não me responsabilizo. :)

- Temperatura - A cerveja mais gelada fica mais viscosa, e o CO2 fica mais denso, menos volumoso, gerando bolhas menores. Se as bolhas são menores, na mesma altura de colarinho são geradas muito mais camadas de bolhas, e isso gera mais retenção de espuma, já que o líquido das bolhas que estouram na camada mais de cima do colarinho tem um caminho mais difícil para percorrer até "caírem" de volta no líquido.


Coisas PREJUDICAM a espuma:

- Paradas protéicas desnecessárias - Quebram proteínas médias em pequenas, e isso tende a diminuir corpo e retenção de espuma (já que nessas proteínas médias é que estão as principais proteínas hidrofóbicas que se fixam na superfície das bolhas, ajudando-as a ficarem inteiras).

- Cervejas com pouco conteúdo protéico (muitas vezes pelo uso de adjuntos como milho, arroz, etc)

- GORDURA - seja durante o processo de fabricação, ou no copo, gordura "mata" a espuma. A gordura por si só até atua de forma parecida como as proteínas na formação de espuma, tanto que alguns sabões ou detergentes que contem gordura fazem espuma (e muita), porém os dois juntos "competem" na superfície da bolha para gerar espuma cada um do seu jeito, e nessa briga, eles se anulam e destroem a bolha (livro Foam, do Charles Bamforth).

- Carbonatação baixa demais ou alta demais

- Alto teor alcoólico - sim, álcool tende a destruir a espuma. Basta borrifar álcool puro em qualquer coisa com espuma, ou mesmo tentar criar bolhas em álcool puro. Ocorre que em cervejas fortes muitas vezes isso não é notado porque elas também contem um altíssimo teor de dextrinas e proteínas, que balanceiam esse fator e muitas vezes deixam a espuma até mais cremosa, como em uma Imperial Stout ou uma Barleywine, mas em certos casos, essa espuma legal só aparece se a carbonatação estiver um pouquinho acima do recomendado. É preciso experimentar.

Outras observações

- Algumas coisas NÃO tem uma explicação perfeita - Pois é, por isso que coloquei o título como "informações básicas e rápidas", pois algumas coisas que vemos por aí são difíceis de entender. Isso quer dizer que eventualmente você vai se deparar com uma leva onde a espuma está linda, e outra não, e a explicação, por vezes, não aparece nunca. Já tive problemas onde depois de quase um ano descobri que o problema era a torneira onde eu servia a cerveja, mas já tive outros problemas onde o motivo pelo qual uma leva ficou com espuma fininha e bonita, e a outra não, nunca apareceu.

- Bolhas fininhas no centro, e grandes nas laterais do copo, junto ao vidro - Aqui levanto uma bandeira: OPINIÃO PESSOAL - Para esse problema específico eu nunca achei texto/artigo/livro que defina perfeitamente as causas, mas minhas conclusões por observação são que, pela lógica, esse efeito nada mais quer dizer que as bolhas nas laterais do copo estão estourando e se tornando, juntas, bolhas maiores. Todas as vezes que vi isso acontecer, era 1 dentre 3 motivos: 1) cerveja carbonatada demais; 2) copo sujo; 3) copo quente / cerveja quente.

- Espuma demais - carbonatação demasiada (pseudo-gushing), ou o famoso "Gushing" - Gushing pode ser causado por uma série de fatores. Muitas vezes, é simplesmente confundido com excesso de carbonatação, e as vezes pode ser um pouco dos dois, mas Gushing mesmo, sozinho, é aquele onde abrimos a garrafa e não notamos uma pressão absurda, porém, a cerveja começa a espumar e não para mais, e quando para, ao tomarmos ela, o a sensação é de líquido pouco carbonatado. Bom, Gushing, resumindo BEM, mas BEM MESMO, pode ser causado por uma série de fatores, mas na maioria dos casos, é por contaminação. Essa contaminação pode ser prévia e ter ocorrido no malte por mal acondicionamento (coisa que, hoje em dia, praticamente só ocorre se você fez algo de errado em casa, pois nas maltarias e lojas é algo quase impossível) e consequente geração de fungos do gênero Fusarium, e que os faz gerar pequenas proteínas chamadas de Hidrophobins, e esses caras, em RESUMO, fazem o CO2 se desprender do líquido. Sabem aquela reação de colocar Mentos em Coca-cola? Pois bem, é algo parecido. Também poderíamos falar aqui sobre oxalato de cálcio, gushing por contaminação de ions de Ferro advindos de terra diatomácea, mas aí a brincadeira ia longe.

- Nitrogênio e o efeito Guiness - Nitrogenio tem uma solubilidade absurdamente menor que o CO2, porem, ele gera bolhas muito menores, e isso gera mais retenção de espuma. Fora isso, é importante dizer que nitrogênio afeta o aroma da cerveja e basicamente diminui o aroma, seja de malte, lúpulo, etc (Foam, BAMFORTH).

- Cor da espuma - Normalmente, quanto mais maltes caramelos/cristais/melano, mais a espuma tende a ter a cor da cerveja (escurecida), mas isso também vem acompanhado do corpo da cerveja. Ou seja, cervejas com muito malte especial, muito encorpadas, etc, tendem a ter a espuma com mais "cor" da própria cerveja (às vezes, escurecendo a espuma). Já cervejas leves e secas, mesmo escuras como uma Dry Stout, se estiverem bem clarificadas (sem micro resíduos dos maltes escuros), podem ter uma espuma bem branca.


Resumindo, como evitar todos os tipos de Gushing? Carbonate direito sua cerveja, mas SOBRETUDO, limpe e sanitize bem suas coisas, ESPECIALMENTE AS GARRAFAS! É comum ver cervejeiros juntando garrafas velhas e sujas que ficaram no tempo, pegando sujeira, chuva, etc, ou arrecadando "garrafas doadas" de amigos que tomaram e as deixaram sujas. Pois bem, algumas dessas garrafas tem algumas encrustrações que iriam demandar uma limpeza mecânica e sanitização muito mais fortes do que você vai fazer. Normalmente você vai, no máximo, passar uma escovinha, sanitizar, e pronto, só que algumas sujeiras mais grossas que escaparem ao seu olho podem ficar ali, e sanitizantes normais que usamos não conseguem facilmente penetrar nessas sujeiras e matar esses micróbios, e então eles fazem a festa na sua cerveja.

Então, por experiência, eu particularmente recomendo você utilize garrafas "novas", e siga reutilizando-as depois disso. Como reutilizar? Enxaguar imediatamente depois de tomar a cerveja, e deixá-las guardadas de cabeça pra baixo. Eu, particularmente, ainda borrifo sanitizante dentro delas antes de guardar. Quando falo em garrafas "novas", quero dizer efetivamente novas, ou de cervejas que você tenha comprado no mercado e acabou de tomar.

Usar garrafas que seu amigo ficou juntando no quintal? Eu não uso, mas se você quiser arriscar perder garrafas depois de tanto esforço, semanas ou meses de espera, tudo bem. :)

Abraço!

Algumas fontes:
- Livro Foam - Bamforth
- Kunze
- How to Brew
- http://www.homebrewersassociation.o...Informz&utm_medium=Email&utm_campaign=Default
- http://www.craftbeer.com/craft-beer-muses/the-science-behind-beer-foam
- http://braukaiser.com/wiki/index.php?title=The_Theory_of_Mashing
- http://byo.com/mead/item/2966-dextrin-malts-mr-wizard
- http://byo.com/malt/item/621-fabulous-foam
- Method for the treatment of the phenomenon gushing in ... - http://www.erbsloeh.com/downloads/e...omenon gushing in beer and malt beverages.pdf
 
Last edited:
boa! sempre tive muitas dividas sobre a espuma, e nunca encontrei nada muito especifico sobre, e tambem nao soube como procurar ou perguntar. Obrigado pela informação!
 
@Guenther vi que você mencionou sobre a relação entre gushing e contaminação por fungos do gênero fusarium . Eu tive um problema de gushing bem forte que acredito ter sido por esse fungo, com base em muita coisa que procurei na internet (mesmo que seja algo difícil como você disse, eu acho que dei azar pois não encontrei nada de errado no meu processo). Enfim, minhas dúvidas são: Além do gushing, existem outros sintomas na cerveja que são comuns em infecções com esse tipo de fungo? Pergunto pois não notei muita diferença, a não ser um off-flavor parecido com ferrugem nas últimas 2 garrafas... (sei q isso pode acontecer também por mal armazenamento do malte, talvez uma coisa pode ter levado a outra).

Quanto a sanitização, há algo em especial que deva ser feito nesse caso?

Nesse link (https://prezi.com/62lg7efshgcc/deoxynivalenol-nivalenol-t-2-ht-2/) existe a informação (sem maiores explicações) que fungos do tipo Aspergillus penicilium também causam gushing, você já leu sobre isso em algum local?

Fiquei bem preocupado, pois tive "gushing's" violentíssimos (jorro forte antes de resfriar, com um pouco de resfriamento saia espuma da garrafa sem parar e quando gelada, subia muita espuma no copo q sumia rapidamente), pois a cerveja era uma Roggenbier q por si só já tinha uma carbonatação alta... 1 garrafa inclusive explodiu. Fora também q fiquei meio "assustado" com as consequências que esse fungo pode trazer para saúde...

Obrigado!
 
@Guenther vi que você mencionou sobre a relação entre gushing e contaminação por fungos do gênero fusarium . Eu tive um problema de gushing bem forte que acredito ter sido por esse fungo, com base em muita coisa que procurei na internet (mesmo que seja algo difícil como você disse, eu acho que dei azar pois não encontrei nada de errado no meu processo). Enfim, minhas dúvidas são: Além do gushing, existem outros sintomas na cerveja que são comuns em infecções com esse tipo de fungo? Pergunto pois não notei muita diferença, a não ser um off-flavor parecido com ferrugem nas últimas 2 garrafas... (sei q isso pode acontecer também por mal armazenamento do malte, talvez uma coisa pode ter levado a outra).

Quanto a sanitização, há algo em especial que deva ser feito nesse caso?

Nesse link (https://prezi.com/62lg7efshgcc/deoxynivalenol-nivalenol-t-2-ht-2/) existe a informação (sem maiores explicações) que fungos do tipo Aspergillus penicilium também causam gushing, você já leu sobre isso em algum local?

Fiquei bem preocupado, pois tive "gushing's" violentíssimos (jorro forte antes de resfriar, com um pouco de resfriamento saia espuma da garrafa sem parar e quando gelada, subia muita espuma no copo q sumia rapidamente), pois a cerveja era uma Roggenbier q por si só já tinha uma carbonatação alta... 1 garrafa inclusive explodiu. Fora também q fiquei meio "assustado" com as consequências que esse fungo pode trazer para saúde...

Obrigado!

Olá,

Cara, resumidamente (pois estou meio sem tempo agora pra ler calmamente os links que tu postou), o que eu mais vejo em relação a gushing é problema de limpeza/sanitização de garrafas, e em segundo, fermentador. Tu confia plenamente nas tuas técnicas em relação a isso?

Agora, gushing não tem a ver com pressão excessiva, ou seja, gushing é o fato do CO2 se desprender de forma incontrolável, muito mais do que devia. Pressão excessiva já é erro de carbonatação ou outra contaminação.

Abraço,
 
Olá @Guenther !

Posso dizer que confio pois além de nunca ter tido um problema assim em diversas levas anteriores eu fiz uma Strong Ale logo após essa Roggen "explosiva" e não aconteceu nada de errado, a cerveja ficou excelente por sinal.

Quanto ao primming eu fiz com a medida exata de 8g/L, e a pressão estava enorme. Acho q só não tive mais explosões pois as garrafas eram novas, a única q era mais velha foi a que estourou.

Esqueci de mencionar que tentei repetir a receita da Roggen após essa Strong porém em volume menor. Tive contaminação de novo, mas com outras características (nem chegou a ir pra garrafa). Na secundária apareceu uma película que lembra com óleo junto com uns pontos brancos em cima (e um cheiro tenebroso de acetona com algum outro "ranço" q não identifiquei), mais 12 litros foram embora.

Com base no que vc disse quanto a equipamento, a única suspeita que tenho é a panela de mostura. A Strong usei uma panela nova que comprei, a primeira e segunda Roggen usei a antiga que aposentei (já estava bem gasta).

É possível que tenha sido isso?

Valeu demais!
 
Olá @Guenther !

Posso dizer que confio pois além de nunca ter tido um problema assim em diversas levas anteriores eu fiz uma Strong Ale logo após essa Roggen "explosiva" e não aconteceu nada de errado, a cerveja ficou excelente por sinal.

Quanto ao primming eu fiz com a medida exata de 8g/L, e a pressão estava enorme. Acho q só não tive mais explosões pois as garrafas eram novas, a única q era mais velha foi a que estourou.

Esqueci de mencionar que tentei repetir a receita da Roggen após essa Strong porém em volume menor. Tive contaminação de novo, mas com outras características (nem chegou a ir pra garrafa). Na secundária apareceu uma película que lembra com óleo junto com uns pontos brancos em cima (e um cheiro tenebroso de acetona com algum outro "ranço" q não identifiquei), mais 12 litros foram embora.

Com base no que vc disse quanto a equipamento, a única suspeita que tenho é a panela de mostura. A Strong usei uma panela nova que comprei, a primeira e segunda Roggen usei a antiga que aposentei (já estava bem gasta).

É possível que tenha sido isso?

Valeu demais!

A panela, em si, não, pq é algo antes da fervura. Ou seja, por mais que haja algum foco na panela de mosturção, o mosto será fervido depois.. então....
 
Günter

Gostaria de colaborar com este tópico de espuma e colocar mais dois tópicos importantes na diminuição da espuma.

1. Uma fervura exagerada também contribui para a diminuição da espuma por causa da formação do complexo tano-proteíco (basicamente a reação de polifenóis com as proteínas de alto peso molecular).
Para obter uma bela espuma devemos conservar as ligações de nitrogênio ainda coagulável, numa concentração mínima de 8 mg/l.

2. Esse segundo fator somente é aplicável a microcervejarias que trabalham com bombas centrífugas ou não, para a transferências de cervejas. A velocidade de transferência não deve ultrapassar 2m/s nas tubulações para evitar espumamento, além da necessidade de contrapressão no outro tanque que vai receber a cerveja.
Essa velocidade de passagem nas tubulações e bombas faz com a força de cisalhamento atue na cerveja e produza um defeito conhecido como Zwiebel geschmack, ou gosto de cebola.

Obrigado por poder contribuir no fórum.

Abraços
 
Adriano

Você conseguiu medir quanto tinha de CO2 dissolvido na garrafa?

Gushing é muito dificil de ocorrer, se olhar o grão do malte verá algumas manchas escuras, que podem surgir com o armazenamento do malte e principalmente aumento de umidade.

Acho que 8g/l é uma concentração muito alta para o priming, ainda mais se não ocorreu a fermentação completa de todos os açúcares do mosto.
 
Boa noite a todos!

Após a leitura sobre a ciência da espuma, tenho uma duvida há muito tempo sobre o assunto: Se ao fazer uma rampa (sacarificação) em temperatura em benefício da alfa-amilase, quando será necessário então o uso de maltes tipo "carapils" ou adicão de maltodextrinas no mosto para a retenção de espuma e outros beneficios (tipo aumento do corpo, etc)?

Pergunto pois se conseguimos de certa forma no processo de mosturação a produção destas dextrinas, por que fazer o uso deste maltes e/ou adjuntos?

Entendo que quando fazemos uma rampa unica na mosturacao (ex. 65 - 67 °C), a alfa amilase nao será tão bem trabalhada quanto numa temperatura mais proxima a 70 °C, porém, ainda assim com uma certa produção. Mas pq usar este "carapils" (sendo repetitivo) se podemos planejar um aumento gradual desta temperatura durante a mosturação e trabalhar esta enzima para a producao destas dextrinas?
 
@Bill , em minha experiência Carapils (e demais adjuntos) são aliados do cervejeiro em busca de melhores e diferentes características de corpo/espuma/sensação no paladar. Por mais que hajam métodos de mosturação como rampas onde se trabalha esse desenvolvimento, o resultado obtido será diferente usando esse malte e adicionais como aveia e etc. A utilização desses também facilitam a vida do cervejeiro caso ele não queira por opção fazer essas rampas ou outros métodos.O "mouthfeel" não será o mesmo e a espuma certamente será beneficiada. A química é muito complexa eu concordo, mas na prática o negócio muda, pois trata-se de um produto caseiro sujeito a inúmeras variações.
 
Boa noite a todos!

Após a leitura sobre a ciência da espuma, tenho uma duvida há muito tempo sobre o assunto: Se ao fazer uma rampa (sacarificação) em temperatura em benefício da alfa-amilase, quando será necessário então o uso de maltes tipo "carapils" ou adicão de maltodextrinas no mosto para a retenção de espuma e outros beneficios (tipo aumento do corpo, etc)?

Pergunto pois se conseguimos de certa forma no processo de mosturação a produção destas dextrinas, por que fazer o uso deste maltes e/ou adjuntos?

Entendo que quando fazemos uma rampa unica na mosturacao (ex. 65 - 67 °C), a alfa amilase nao será tão bem trabalhada quanto numa temperatura mais proxima a 70 °C, porém, ainda assim com uma certa produção. Mas pq usar este "carapils" (sendo repetitivo) se podemos planejar um aumento gradual desta temperatura durante a mosturação e trabalhar esta enzima para a producao destas dextrinas?
@Bill,

Como eu citei lá no primeiro post, a partir de 63 graus Alfa Amilase já tem atividade considerável. Se tem atividade, gera Dextrinas. O que muda conforme a temperatura é principalmente o teor de dextrinas no mosto.

Ou seja, a frase "alfa amilase nao será tão bem trabalhada" não é uma frase cujo entendimento seja o mais correto, na minha opinião, pois parece que você entende isso como "trabalho incompleto", como se Alfa não fosse fazer o que tem que fazer, que é quebrar todos os amidos em açúcares.

Entenda como uma gangorra... quanto mais baixa a temperatura, mais pesa para Beta... quanto mais alta, mais pesa para Alfa.... mas se você trabalhar em temperaturas condizentes e der tempo ao tempo, a mosturação será completa.

O que muda conforme a temperatura é o percentual % Fermentáveis VS % Dextrinas. Quanto mais alto, mais dextrinas.

NO ENTANTO, existem pequenas diferenças de eficiência conforme a temperatura. Quando a temperatura começa a subir muito, a eficiência tende a baixar... de forma suave, mas sim, baixa um pouco.

Como as cervejarias grandes querem SEMPRE ter a máxima eficiência possível, o que fazem? Começam com rampas bem baixas, que favorecem não só Beta, mas também LIMIT DEXTRINASE, pois esta é a única que consegue quebrar as junções das amilopectinas (citadas lá no começo), dando maior chance para geração de fermentáveis, aumentando o álcool, e eficiência no geral. Mas... o que acontece se eles começam com temperaturas bem baixas? Aumenta a eficiência, mas muitas vezes o corpo fica menos do que eles queriam, e aumentar a temperatura não adianta mais pois os amidos que gerariam dextrinas já foram quebrados e as dextrinas geradas, em parte, também foram quebradas em fermentáveis pela grande atuação de Beta. O que fazer, então, para ter altíssima eficiência e conseguir ter uma carga de Dextrinas residuais para manter um certo corpo e eficiência alta?

Saturar de Dextrinas prontas desde o começo com CaraPils, e mesmo assim trabalhar com temperaturas baixas.... parte dessas dextrinas serão quebradas, mas parte delas vai ficar no processo, e isso faz com que o resultado final seja de alta eficiência mas com residual de dextrinas maior do que se comparar com um Grist de maltes normais.

Isso quer dizer que, se eu não me preocupar com pequenas diferenças percentuais em eficiência, eu consigo o mesmo efeito mosturando em altas temperaturas? Basicamente, sim.

Abraço,
 
@Guenther , esclareceste uma dúzia de dúvidas minhas em apenas 1 comentário. Valeu! De novo!
 
@Guenther, muito obrigado pela resposta - agora entendi perfeitamente.

Sobre oq falei, acho q vc deixou mais claro: era essa "gangorra" que gostaria de falar. Ou seja, em temperaturas mais altas, dentro do limite de sacarificação, esta temp beneficiaria mais a alfa.

:)
 
Pessoal, boa noite.

Apesar do Guenther citar que alguns pontos em espuma simplesmente não tem explicação gostaria de contar com a colaboração e experiência de vocês.

Minha cerveja está apresentando pequenas "ilhas" de espuma na metade do copo para baixo. Na medida em que vou bebendo vão surgindo essas "ilhas", que se assemelham a uma nata ou ainda espumas aglutinadas que variam de formato e tamanho, algumas vezes grandes outras vezes menores.

Essas "ilhas" são muito estranhas e deixam a espuma com aspecto ruim.

Pesquisei no fórum sobre algum relato parecido porém não encontrei. Logo fui buscar informação nos fóruns gringos e encontrei alguns relatos que relacionam-se ao modo que envaso minha cerveja.

Utilizo Keg e carbonatação forçada e muitos dos relatos de quem já experimentou tal situação é relacionada também com esse estilo de envase.

Outros já dizem ser proteínas e alguns poucos citam contaminação. Esse último descarto pois sou maníaco com limpeza/sanitização. Além disso o aspecto e sabor da cerveja está perfeito.

Enfim, alguém poderia sugerir o que pode ser e como solucionar tal problema?

PS.: Seguem fotos do efeito para que possam entender.

Obrigado pelo auxílio
Saúde!
 

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Pessoal, boa noite.

Apesar do Guenther citar que alguns pontos em espuma simplesmente não tem explicação gostaria de contar com a colaboração e experiência de vocês.

Minha cerveja está apresentando pequenas "ilhas" de espuma na metade do copo para baixo. Na medida em que vou bebendo vão surgindo essas "ilhas", que se assemelham a uma nata ou ainda espumas aglutinadas que variam de formato e tamanho, algumas vezes grandes outras vezes menores.

Essas "ilhas" são muito estranhas e deixam a espuma com aspecto ruim.

Pesquisei no fórum sobre algum relato parecido porém não encontrei. Logo fui buscar informação nos fóruns gringos e encontrei alguns relatos que relacionam-se ao modo que envaso minha cerveja.

Utilizo Keg e carbonatação forçada e muitos dos relatos de quem já experimentou tal situação é relacionada também com esse estilo de envase.

Outros já dizem ser proteínas e alguns poucos citam contaminação. Esse último descarto pois sou maníaco com limpeza/sanitização. Além disso o aspecto e sabor da cerveja está perfeito.

Enfim, alguém poderia sugerir o que pode ser e como solucionar tal problema?

PS.: Seguem fotos do efeito para que possam entender.

Obrigado pelo auxílio
Saúde!
@lekoc, se você descarta a contaminação então pode ser um problema do malte. Eu estou experimentando problemas com espuma nas minhas últimas levas e estou desconfiado que é devido ao malte pilsen globalmalte que comprei na promoção há alguns meses atrás. No meu caso está acontecendo o tal do "gushing", ou seja, o espumamento em excesso. Fiz uma pilsen, não consegui passar do postmix pra garrafa e, pra tirar do postmix pra tomar diretamente, só saía espuma. Essa pilsen fiz com 100% malte globalmalte, outra leva diferente que fiz de uma Dubbel não tive problemas para engarrafar nem tomar no começo mas as garrafas que ficaram bastante tempo na geladeira (uns 2 meses) também apresentaram o gushing ao abrir. Além do que o Guenther escreveu aqui, pesquisando, vi que pode ser problema com o Malte como ter crescido em condições mais úmidas (http://www.brejas.com.br/forum/cervejas-e-degustacoes/21139-cervejas-imbebiveis?start=156) ou mesmo estar com o fungo fusarium (http://www.crc.dk/flab/fusarium.htm).

Edit-> Só explicando, as duas situações possíveis que listei na verdade são uma só, o fato do cereal ter crescido em condições mais úmidas pode fazer com que pegue fungo.

Abs,

Cleber
 
@cleber Obrigado pelo auxílio.

É o mesmo malte que estou utilizando, inclusive comprei na promoção também. Até cheguei a entrar em contato com a WE porém disseram que não tiveram nenhum relato de problemas com este lote.

Irei fabricar uma nova leva com o The Swaen para verificar se o problema irá persistir e postarei as considerações aqui.

Abs,
Lekoc
 
Parabéns pelo post. Muito bom!

Fiquei com um pensamento na cabeça e tomara que consigam me esclarecer rsrs.
Determinados tamanhos de proteínas favorecem a consistência da espuma, mas tem muita gente que usa whirlfloc. Essas pastilhas provocam a coagulação de proteínas, correto?
Então o whirlfloc pode prejudicar direta ou indiretamente a consistência da espuma?

Abco,
 
Parabéns pelo post. Muito bom!

Fiquei com um pensamento na cabeça e tomara que consigam me esclarecer rsrs.
Determinados tamanhos de proteínas favorecem a consistência da espuma, mas tem muita gente que usa whirlfloc. Essas pastilhas provocam a coagulação de proteínas, correto?
Então o whirlfloc pode prejudicar direta ou indiretamente a consistência da espuma?

Abco,

Fiquei com a mesma dúvida em relação à gelatina.
 
Fiquei com a mesma dúvida em relação à gelatina.
Não, whirlfloc só ajuda a FLOCULAR (criar flocos), e não coagular... o que é diferente.

E gelatina remove sólidos, ou coisas já coaguladas... e nada disso ajuda a espuma.

Abraço,
 
@Guenther,

Você saberia apontar alguma causa para esse problema de coagulação na espuma?
 
O meu processo de aeração do mosto com pedra difusora e bomba de aquário produz muita espuma.

Ao remover esta espuma eu prejudico a espuma da cerveja final?
 
O meu processo de aeração do mosto com pedra difusora e bomba de aquário produz muita espuma.

Ao remover esta espuma eu prejudico a espuma da cerveja final?

negativo.

Mas nao tem necessidade de remover a espuma, ao meu ver.
 
No caso de ter acontecido erros durante a brassagem como mosturação longa na casa dos 50°C ou fervura muito longa, há algum meio de tentar contornar a prevista má formação de espuma? Existe alguma 'técnica'(gambiarra) pra consertar, como por exemplo adicionar proteínas direto no fermentador?
 
No caso de ter acontecido erros durante a brassagem como mosturação longa na casa dos 50°C ou fervura muito longa, há algum meio de tentar contornar a prevista má formação de espuma? Existe alguma 'técnica'(gambiarra) pra consertar, como por exemplo adicionar proteínas direto no fermentador?
Sim, poderia adicionar Albumina, segundo o livro Foam, do Charles Bamforth.

Quem faz isso na prática? Ninguém. :)

Eu pelo menos nunca faria, pois nunca corrijo levas depois de prontas. Eu corrijo a minha técnica, e de posse da cerveja antiga, errada, posso comprar a antiga e a nova corrigida, assim eu aprendo muito mais... e eu particularmente sempre tento maximizar meu aprendizado.

Abraço,
 
E em FruitBeers cuja fruta engloba grande parte do volume total, não seria bom adicionar a albumina? Ou não precisa?
 
E em FruitBeers cuja fruta engloba grande parte do volume total, não seria bom adicionar a albumina? Ou não precisa?
Como assim "engloba grande parte do volume total"?

Igual, como já disse... e mesmo em fruit... praticamente ninguém usa Albumina, só em testes de laboratório.
 
Guenther, me expressei mal, quis dizer "FruitBeers as quais a maior parte dos açucares fermentáveis provem das frutas e não do malte". Mas de qualquer maneira você respondeu o que eu queria saber. Valeu. Abraço.
 
Guenther, me expressei mal, quis dizer "FruitBeers as quais a maior parte dos açucares fermentáveis provem das frutas e não do malte". Mas de qualquer maneira você respondeu o que eu queria saber. Valeu. Abraço.
Açúcar vir de fruta não faz diferença em relação à espuma. Em sua maioria é frutose, tão fermentável quanto glicose.

Abraço,
 
@Guenther, acabei de ter um péssimo problema de espuma em uma leva. Será que você poderia me ajudar a descobrir o motivo?

É uma Belgian Blond Ale, com 6% ABV que eu fiz usando 100% malte Pilsen The Swaen, e 18 de IBU. Ela ficou bem carbonatada com 3.1 de co2. Já tem 1 mês que está engarrafada. Na boca a sensação de gás é boa, mas o problema é que ao servir a espuma desaparece completamente muito rápido, em menos de 10 segundos, dá até pra ouvir o barulho efervescente das bolhas estourando me lembrando um refrigerante, inclusive pela textura da espuma.

Não fiz nenhuma parada, e tenho certeza que a temperatura de mosturação ficou entre 64 e 68.
Minha água é extremamente mole e eu corrigi com sais para deixa-la assim Ca=65, Mg=7, Na=26, SO=140, Cl=44, HCO=37. O que deixou a água com PH 6.4. A clarificação foi feita com gelatina, que deixou a cerveja bem cristalina.

O único problema que eu encontrei foi que eu errei na quantidade de água do fly sparge, o que deu um pouco a mais de mosto, e pra corrigir isso eu fiz uma fervura de 2 horas. Será que só essa fervura longa já seria responsável por isso? Ou será que para eu ter espuma deveria ter necessariamente usado um mate especial? Ou poderia ser uma outra coisa?
 
@Guenther, acabei de ter um péssimo problema de espuma em uma leva. Será que você poderia me ajudar a descobrir o motivo?

É uma Belgian Blond Ale, com 6% ABV que eu fiz usando 100% malte Pilsen The Swaen, e 18 de IBU. Ela ficou bem carbonatada com 3.1 de co2. Já tem 1 mês que está engarrafada. Na boca a sensação de gás é boa, mas o problema é que ao servir a espuma desaparece completamente muito rápido, em menos de 10 segundos, dá até pra ouvir o barulho efervescente das bolhas estourando me lembrando um refrigerante, inclusive pela textura da espuma.

Não fiz nenhuma parada, e tenho certeza que a temperatura de mosturação ficou entre 64 e 68.
Minha água é extremamente mole e eu corrigi com sais para deixa-la assim Ca=65, Mg=7, Na=26, SO=140, Cl=44, HCO=37. O que deixou a água com PH 6.4. A clarificação foi feita com gelatina, que deixou a cerveja bem cristalina.

O único problema que eu encontrei foi que eu errei na quantidade de água do fly sparge, o que deu um pouco a mais de mosto, e pra corrigir isso eu fiz uma fervura de 2 horas. Será que só essa fervura longa já seria responsável por isso? Ou será que para eu ter espuma deveria ter necessariamente usado um mate especial? Ou poderia ser uma outra coisa?
Cara, já fizeste um teste com um copo cuidadosamente limpo com uma esponja nova que não fui usada para louça normal?

Porque se não foi isso, o que eu vejo de possibilidades é uma falta tremenda de Dextrinas, Proteínas, ou equipamento sujo com alguma coisa com gordura ou óleo.

PS: para perguntas novas, mesmo sendo sobre esse assunto, procure criar tópicos novos.


Abraço,
 
Poxa, achei que o ideal seria não criar um novo tópico por já existir um sobre o assunto. Da próxima vez farei isso.

Mas enfim, acredito que os meus copos estão bem limpos sim, até porque o problema não acontece com outras cervejas. Já testei várias garrafas e com copos/taças diferentes. Eu enxaguo muito mesmo, então resíduo de sabão também está descartado. Equipamento sujo com gordura também está descartado porque ele é exclusivo pra cerveja. Minha suspeita é mesmo a falta tremenda de dextrinas e proteínas como você disse, até pelo mouthfeel bem seco e leve. Mas o que poderia ter causado isso? Não consegui detectar nenhum problema na minha técnica além da fervura de 2 horas.
 
Açúcar vir de fruta não faz diferença em relação à espuma. Em sua maioria é frutose, tão fermentável quanto glicose.

Abraço,

Para contribuir um pouco com essa discussão, gostaria de compartilhar um artigo sobre as diferenças de fermentação de frutose e glicose. A análise é feita com foco em vinhos, mas inclui resultados com leveduras que também utilizamos para cerveja.

Um resultado interessante é que a "preferência" da levedura por fermentar mais um ou outro tipo de açúcar depende da temperatura. Trazendo para o caso de cervejas, os resultados sugerem que nas temperaturas de fermentação de ales, há sim uma tendência de maior fermentação da glicose, deixando frutose residual.

Segue o link: http://digital.csic.es/bitstream/10261/15379/3/Tronchoni Int J Food Microbiol.pdf

Abraços,
 
Para contribuir um pouco com essa discussão, gostaria de compartilhar um artigo sobre as diferenças de fermentação de frutose e glicose. A análise é feita com foco em vinhos, mas inclui resultados com leveduras que também utilizamos para cerveja.

Um resultado interessante é que a "preferência" da levedura por fermentar mais um ou outro tipo de açúcar depende da temperatura. Trazendo para o caso de cervejas, os resultados sugerem que nas temperaturas de fermentação de ales, há sim uma tendência de maior fermentação da glicose, deixando frutose residual.

Segue o link: http://digital.csic.es/bitstream/10261/15379/3/Tronchoni Int J Food Microbiol.pdf

Abraços,
Carlos,

Glicose e Frutose são os açúcares mais básicos de todos, e eles sempre são consumidos primeiro. Em números consideráveis, não há como ficar glicose ou frutose residual para as cepas de Sacaromyces utilizadas em cerveja.

A própria maltose, que é duas glicoses, é quebrada por enzimas para que o fermento realmente processe as glicoses (que é o que ele realmente fermenta).

Reação parecida ocorre no início da fermentação quando a frutose aumenta porque o fermento quebra sacarose em glicose+frutose, consome a glicose primeiro (o que, durante as quebras, aumenta o nível de frutose total no mosto) e depois simplesmente acaba com a frutose rapidamente.

Açúcar FERMENTÁVEL que realmente varia na questão residual é a maltoriose. Fermentos como o WB-06, por exemplo, deixam zero maltoriose residual, e outros como S33 deixa bastante.

Não pode-se interpretar que qualquer estudo que envolva Sacaromyces e suas cruzas ou híbridos se aplicam à cerveja.

Por fim, mesmo que esse estudo tivesse algo aplicável à cerveja, frutose residual não afeta a espuma, que era o motivo real do tópico.

Abração,
 
Olá, Guenther, bom dia.

Em relação à parada proteica quando se utiliza malte de trigo e que John Palmer afirma ser benéfica, essa parada seria por quanto tempo?
 
Olá, Guenther, bom dia.

Em relação à parada proteica quando se utiliza malte de trigo e que John Palmer afirma ser benéfica, essa parada seria por quanto tempo?
No geral, os livros sempre mencionam 10 a 15 minutos.

Eu, particularmente, não vejo motivos pra fazer.

Abraço,
 
Compreendo.

Então, se entendi bem, mesmo que eu use uma quantidade grande de malte de trigo, como nas Weiss, Dunkelweizen e Weizenbock, a parada proteica não se faz necessária, visto que o malte é bem modificado e praticamente não tem proteínas APM.

Você concorda?
 
Compreendo.

Então, se entendi bem, mesmo que eu use uma quantidade grande de malte de trigo, como nas Weiss, Dunkelweizen e Weizenbock, a parada proteica não se faz necessária, visto que o malte é bem modificado e praticamente não tem proteínas APM.

Você concorda?
Exato, é malte... e os maltes de hoje em tia já vem bem malteados com as quantidades corretas de tudo, ou seja, eu não preciso "corrigi-lo". Rampas servem, na maioria dos casos (exceção de parada ferúlica por exemplo), pra corrigir algo que a maltaria deixou de fazer....

Abraço,
 
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