Envase direto na garrafa

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Bruno Martins da Silva

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May 5, 2018
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Mogi das Cruzes
Olá Cervejeiros.

Estou passando a minha produção de 20L para 100L, e junto com isso começarei engarrafar com carbonatação forçada.

A minha duvida é:
Posso engarrafar e carbonatar forçado direto do fermentador de 100L para a garrafa? ou é necessário passar primeiro para o keg e depois para as garrafas?

Obrigado!
 
Para envasar em contra-pressão, a cerveja deve estar previamente carbonatada. Então, salvo teu fermentador ser pressurizável, vais ter que carbonatar nos kegs.
 
Aproveitando o tópico pra tirar uma dúvida que tá me tirando o sono. Depois de engarrafar a baixas temperaturas, as garrafas podem voltar para temperatura ambiente? (18º), ou precisam permanecer em baixa temperatura para manter o CO2 dissolvido em solução?? Faz diferença? Vou perder pressão?
Abraço e obrigado pelas valiosas dicas!
 
Aproveitando o tópico pra tirar uma dúvida que tá me tirando o sono. Depois de engarrafar a baixas temperaturas, as garrafas podem voltar para temperatura ambiente? (18º), ou precisam permanecer em baixa temperatura para manter o CO2 dissolvido em solução?? Faz diferença? Vou perder pressão?
Abraço e obrigado pelas valiosas dicas!
isto tem relação com a dinâmica dos gases e das soluções. Ao aquecer, o gás vai expandir, e vai gerar maior pressão, apesar de ser ainda a mesma quantidade de gás, somente com maior volume, então sistema dentro da garrafa vai ficar no mesmo equilíbrio e quando você gelar a garrafa novamente, vai voltar a situação iniciar. Lembre-se que um líquido aquecido dissolve melhor que um gelado, mas também no caso de gases, retem menos. Ao aquecer a cerveja, desde que não abra a garrafa, o solução vai estar "igual" a que estava quando gelada, só mais instável.

Soluções de líquido-gás pode ser separadas por 3 operações: diferença de pressão (quando a gente abre aquela coca-cola e faz o fizzzzzz), agitação (quando a gente abre aquela coca-cola depois de sacodir ela) e aquecimento (quando a gente abre a coca-cola quente).
 
isto tem relação com a dinâmica dos gases e das soluções. Ao aquecer, o gás vai expandir, e vai gerar maior pressão, apesar de ser ainda a mesma quantidade de gás, somente com maior volume, então sistema dentro da garrafa vai ficar no mesmo equilíbrio e quando você gelar a garrafa novamente, vai voltar a situação iniciar. Lembre-se que um líquido aquecido dissolve melhor que um gelado, mas também no caso de gases, retem menos. Ao aquecer a cerveja, desde que não abra a garrafa, o solução vai estar "igual" a que estava quando gelada, só mais instável.

Soluções de líquido-gás pode ser separadas por 3 operações: diferença de pressão (quando a gente abre aquela coca-cola e faz o fizzzzzz), agitação (quando a gente abre aquela coca-cola depois de sacodir ela) e aquecimento (quando a gente abre a coca-cola quente).
Excelente! Obrigado pela resposta. Era pra mim meio senso comum que se engarrafar a frio tinha que manter a garrafa gelada (o que ia ocupar um monte de espaço) ou se podia colocar nas caixas para levar pra galera.
 
Gostaria de adicionar um ponto de atenção para quem faz primming. Quando você faz o envase em temperaturas baixas (próximo a zero grau por exemplo) parte do CO2 Gerado na fermentação não se desprende e continua dissolvido à cerveja, e esse gás irá se somar ao gás Gerado pelo priming, gerando risco de supercarbonatação ou, em casos mais extremos, de explosão de garrafas. Portanto, caso alguém se utilize dessa técnica, tenha cuidado. Eu particularmente espero a cerveja atingir a temperatura ambiente antes de fazer o priming e o envase.
 
B
Gostaria de adicionar um ponto de atenção para quem faz primming. Quando você faz o envase em temperaturas baixas (próximo a zero grau por exemplo) parte do CO2 Gerado na fermentação não se desprende e continua dissolvido à cerveja, e esse gás irá se somar ao gás Gerado pelo priming, gerando risco de supercarbonatação ou, em casos mais extremos, de explosão de garrafas. Portanto, caso alguém se utilize dessa técnica, tenha cuidado. Eu particularmente espero a cerveja atingir a temperatura ambiente antes de fazer o priming e o envase.
Boa dica. Aqui eu controlo com um daqueles medidores de pressão na garrafa. Não é perfeito mas já ajuda.
 
Correto é carbonatar a cerveja gelada para diminuir os efeitos de oxidação, quando eu faço prime sempre engarrafo em menor temperatura possível, o que faço é realmente diminuir o açúcar, geralmente 5g litros.

Gostaria de adicionar um ponto de atenção para quem faz primming. Quando você faz o envase em temperaturas baixas (próximo a zero grau por exemplo) parte do CO2 Gerado na fermentação não se desprende e continua dissolvido à cerveja, e esse gás irá se somar ao gás Gerado pelo priming, gerando risco de supercarbonatação ou, em casos mais extremos, de explosão de garrafas. Portanto, caso alguém se utilize dessa técnica, tenha cuidado. Eu particularmente espero a cerveja atingir a temperatura ambiente antes de fazer o priming e o envase.
 
Gostaria de adicionar um ponto de atenção para quem faz primming. Quando você faz o envase em temperaturas baixas (próximo a zero grau por exemplo) parte do CO2 Gerado na fermentação não se desprende e continua dissolvido à cerveja, e esse gás irá se somar ao gás Gerado pelo priming, gerando risco de supercarbonatação ou, em casos mais extremos, de explosão de garrafas. Portanto, caso alguém se utilize dessa técnica, tenha cuidado. Eu particularmente espero a cerveja atingir a temperatura ambiente antes de fazer o priming e o envase.

@fppires o conceito de CO2 dissolvido na cerveja por conta da fermentação é importante e tem que ser observado, mas o teu procedimento de aquecer a cerveja não resolve isto e pode até te trazer problemas .

A conta do CO2 dissolvido deve ser feita por um cálculo (a maioria das calculadoras de priming faz isto, perguntando a temperatura da cerveja), mas esta temperatura é a maior temperatura em que ela ficou depois de fermentada (secundária).

As leveduras produzem CO2 enquanto estão consumindo o açúcar (primária) e este CO2 em parte é desprendido e sai pelas borbulhas do air lock e parte fica "preso" (dissolvido) na cerveja. Quando se eleva a temperatura para a secuondária (maturação/descanso de diacetil), facilita-se o desprendimento do Co2 dissolvido. Aqui um cuidado quando se usa blow-off com mangueiras com ponta dentro de um vidro com sanitizante: a coluna de líquido deve ser mínima para não criar resistência para o CO2, pois se o fermentador for bem vedado, pode gerar pressão dentro do mesmo e facilitar a absorção de CO2, carbonatando a cerveja em fermentação (spunding).

Então quando tu subiu a temperatura da fermentação, tu deixou o mínimo possível de CO2 dissolvido, e mesmo gelando ela depois para o cold-crash isto não vai trazer mais CO2 para ela, deixando tua prática sem muito objetivo.
 
Correto é carbonatar a cerveja gelada para diminuir os efeitos de oxidação, quando eu faço prime sempre engarrafo em menor temperatura possível, o que faço é realmente diminuir o açúcar, geralmente 5g litros.
Diminuir a quantidade de açúcar é uma opção. O difícil é saber o quanto. Se por experiência você já sabe que 5g/l já é suficiente, ótimo. Fiquei com uma dúvida: qual a relação entre aumento de temperature e oxidação da cerveja, considerando que o fermentador continua vedado, sendo apenas retirado do freezer por alguns minutos antes do envase? Entendo que a "cama" de CO2 que ocupa o head space continuará lá. Com air lock impedindo a entrada de ar, como havia oxidação?
 
@fppires o conceito de CO2 dissolvido na cerveja por conta da fermentação é importante e tem que ser observado, mas o teu procedimento de aquecer a cerveja não resolve isto e pode até te trazer problemas .

A conta do CO2 dissolvido deve ser feita por um cálculo (a maioria das calculadoras de priming faz isto, perguntando a temperatura da cerveja), mas esta temperatura é a maior temperatura em que ela ficou depois de fermentada (secundária).

As leveduras produzem CO2 enquanto estão consumindo o açúcar (primária) e este CO2 em parte é desprendido e sai pelas borbulhas do air lock e parte fica "preso" (dissolvido) na cerveja. Quando se eleva a temperatura para a secuondária (maturação/descanso de diacetil), facilita-se o desprendimento do Co2 dissolvido. Aqui um cuidado quando se usa blow-off com mangueiras com ponta dentro de um vidro com sanitizante: a coluna de líquido deve ser mínima para não criar resistência para o CO2, pois se o fermentador for bem vedado, pode gerar pressão dentro do mesmo e facilitar a absorção de CO2, carbonatando a cerveja em fermentação (spunding).

Então quando tu subiu a temperatura da fermentação, tu deixou o mínimo possível de CO2 dissolvido, e mesmo gelando ela depois para o cold-crash isto não vai trazer mais CO2 para ela, deixando tua prática sem muito objetivo.

Ótima consideração. Em verdade quando comecei a praticar desta forma eu não costumava aumentar a temperature para uma fermentação secundária. Fazia uma rampa única de fermentação e posteriormente baixava a zero para clarificação. Mas considerando esse aumento que faço hoje, para Descanso de diacetil e maturação, realmente faz sentido que o gás dissolvido acabe se desprendendo, tornando a atual prática desnecessária. Obrigado pela observação. O difícil agora é fazer este teste, sendo que quando comecei a ter problema no passado algumas garrafas explodiram… ahahaha.
 
Ótima consideração. Em verdade quando comecei a praticar desta forma eu não costumava aumentar a temperature para uma fermentação secundária. Fazia uma rampa única de fermentação e posteriormente baixava a zero para clarificação. Mas considerando esse aumento que faço hoje, para Descanso de diacetil e maturação, realmente faz sentido que o gás dissolvido acabe se desprendendo, tornando a atual prática desnecessária. Obrigado pela observação. O difícil agora é fazer este teste, sendo que quando comecei a ter problema no passado algumas garrafas explodiram… ahahaha.

Para garrafa explodir, das duas uma: ou a garrafa tem defeito ou a fermentação não foi completa. Descartando uma contaminação por algo mais agressivo que consuma outros açúcares e produza gás.

Garrafas suportam até primings de 10g/l (conforme relatos que li), dentro de uma temperatura fresca (22ºC). Já tive saisons que engarrafei com 8g/l pois queria bem carbonatadas, e tive 2 garrafas explodidas por conta de uma onda de calor, onde a temperatura ficou por volta de 40ºC.

Por via das dúvidas, todas minhas cervejas que não estão geladas, estão em caixas de papelão com divisórias entre as garrafas, e dentro de um armário. Se explodir, é só a sujeira (no meu caso, 1 semana de casa fechada - explodiram nas férias)
 
Para garrafa explodir, das duas uma: ou a garrafa tem defeito ou a fermentação não foi completa. Descartando uma contaminação por algo mais agressivo que consuma outros açúcares e produza gás.

Garrafas suportam até primings de 10g/l (conforme relatos que li), dentro de uma temperatura fresca (22ºC). Já tive saisons que engarrafei com 8g/l pois queria bem carbonatadas, e tive 2 garrafas explodidas por conta de uma onda de calor, onde a temperatura ficou por volta de 40ºC.

Por via das dúvidas, todas minhas cervejas que não estão geladas, estão em caixas de papelão com divisórias entre as garrafas, e dentro de um armário. Se explodir, é só a sujeira (no meu caso, 1 semana de casa fechada - explodiram nas férias)
As minhas explodiram porque havia mais gás do que o suportável pela garrafa. Desconsiderando possíveis defeitos no vasilhame, o gás produzido pela refermentação se somou ao que já havia dissolvido na cerveja, pelas razão comentadas acima. No meu caso eu não diminui a quantidade de açúcar no priming como bem sugeriu um colega aí acima. Além disso, o fato ocorreu entre Novembro e Dezembro do ano passado, quando certamente a temperatura ambiente mais alta também contribuiu. Ou seja, acredito na soma destes fatores.
 
Aproveitando que surgiu o tema oxidação X carbonatação, estou vivenciando um dilema:

Moro no nordeste onde a temperatura ambiente fica em torno dos 28-32 graus (às vezes mais), dai pensei em realizar a carbonatação das garrafas dentro do freezer com temperatura controlada em 18-20 graus (enquanto já realizo a fermentação primária de outra cerveja), mas elas só cabem deitadas.

O que acham melhor para a saúde da cerveja: primming com garrafas em pé em torno dos 30 graus ou deitadas com temperatura controlada?
 
@fppires o conceito de CO2 dissolvido na cerveja por conta da fermentação é importante e tem que ser observado, mas o teu procedimento de aquecer a cerveja não resolve isto e pode até te trazer problemas .

A conta do CO2 dissolvido deve ser feita por um cálculo (a maioria das calculadoras de priming faz isto, perguntando a temperatura da cerveja), mas esta temperatura é a maior temperatura em que ela ficou depois de fermentada (secundária).

As leveduras produzem CO2 enquanto estão consumindo o açúcar (primária) e este CO2 em parte é desprendido e sai pelas borbulhas do air lock e parte fica "preso" (dissolvido) na cerveja. Quando se eleva a temperatura para a secuondária (maturação/descanso de diacetil), facilita-se o desprendimento do Co2 dissolvido. Aqui um cuidado quando se usa blow-off com mangueiras com ponta dentro de um vidro com sanitizante: a coluna de líquido deve ser mínima para não criar resistência para o CO2, pois se o fermentador for bem vedado, pode gerar pressão dentro do mesmo e facilitar a absorção de CO2, carbonatando a cerveja em fermentação (spunding).

Então quando tu subiu a temperatura da fermentação, tu deixou o mínimo possível de CO2 dissolvido, e mesmo gelando ela depois para o cold-crash isto não vai trazer mais CO2 para ela, deixando tua prática sem muito objetivo.

Muito boa explicação Jean. Esse tema já foi abordado por aqui várias vezes, mas muitas vezes de forma bem menos clara / prática.
Seus posts ajudam até quem já tem tempo razoável de estrada.

Abs
 
Quanto maior a temperatura maior a chance de absorção de oxigênio na cerveja, se você adiciona o açúcar no balde e homogeniza em temperatura ambiente a chance de oxidação é ainda maior. Em temperaturas baixa a absorção do oxigênio na cerveja diminui consideravelmente.

Diminuir a quantidade de açúcar é uma opção. O difícil é saber o quanto. Se por experiência você já sabe que 5g/l já é suficiente, ótimo. Fiquei com uma dúvida: qual a relação entre aumento de temperature e oxidação da cerveja, considerando que o fermentador continua vedado, sendo apenas retirado do freezer por alguns minutos antes do envase? Entendo que a "cama" de CO2 que ocupa o head space continuará lá. Com air lock impedindo a entrada de ar, como havia oxidação?
 
Quanto maior a temperatura maior a chance de absorção de oxigênio na cerveja, se você adiciona o açúcar no balde e homogeniza em temperatura ambiente a chance de oxidação é ainda maior. Em temperaturas baixa a absorção do oxigênio na cerveja diminui consideravelmente.

Ocorre justamente o contrário, pois a solubilidade do oxigênio diminui com a temperatura.
 

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Ocorre justamente o contrário, pois a solubilidade do oxigênio diminui com a temperatura.
mas a temperatura está diretamente relacionada com a reatividade do O2.

O problema não é a solubilização, mas sim a reação com o O2, o que causa a oxidação.
 
mas a temperatura está diretamente relacionada com a reatividade do O2.

O problema não é a solubilização, mas sim a reação com o O2, o que causa a oxidação.
É...quanto a oxidação aumentar com a temperatura, é verdade.
Portanto, entendo que para transferir a cerveja de um recipiente ao outro, é melhor que a cerveja esteja mais quente (sem exageros, claros, perto da temperatura ambiente), e para armazenar depois de concluida a carbonatação, por longos períodos, o mais frio possível e preferencialmente na geladeira.
https://www.morebeer.com/articles/oxidation_in_beer
 

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