Brassagem em Fogão à Indução

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Tiburcio Jobs

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Jun 6, 2018
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Guaíra PR
Pequeno relato de uma brassagem usando fogão de indução:
1. Faço cerveja desde 2012, inicialmente no sistema tri-bloco, com panelas de 20L e depois 80L. Depois de uma pausa devido à troca de cidades, passei a utilizar uma single vessel (Guten), que de uma forma geral me atende muito bem. No entanto, com filhos pequenos o tempo se torna escasso, e o Pós brassagem estava me incomodando, pois é bastante coisa para lavar, secar, guardar...
2. Queria um processo mais rápido e limpo. Há tempos tinha pensado na viabilidade de uma brassagem com fogão de indução e depois de uma pesquisada no HBT americano vi que essa é uma realidade bem consolidada por lá. Assim, sob o pretexto de aposentar um fogãozinho a gás bem velho que tínhamos na edícula convenci a esposa a comprarmos um fogão a indução da marca Cadence, por um pouco menos de 300 reais(importante q seja o 220V, que fornece 2kW de potência, ao contrário do 110V que fornece apenas 1200W). Faltava a panela. Nos EUA existem vários modelos, um melhor que o outro, mas importar saia muito caro. No ebay vi uma panela da Tramontina de aproximadamente 20 litros (22qt) que seria perfeita, mas simplesmente não consegui achar aqui no Brasil, cheguei a entrar em contato com a Tramontina, mas sem sucesso. Se alguém souber onde venda, ainda estou interessado nela.
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Acabei comprando uma panela da linha solar da Tramontina, com capacidade total de 15,7L, por 350 reais. Importante verificar o diâmetro da panela, que nesse caso é de 30 cm, pois o diâmetro de indução do fogão Cadence é de 25 cm. Pelas pesquisas que fiz exceder um pouco as dimensões do sistema de indução não implicaria em problemas, o que se mostrou verdade na brassagem.
3. Com a ressalva de nunca ter utilizado o método BIAB, resolvi testar o equipamento brassando uma American Lager com sobras de malte e lúpulo.
2 Kg de Pilsen agrária
40 gramas de caraamber
300 gramas de flocos de milho
10 gramas de Columbus em 20 minutos.
4. Aqueci 10 litros de água na potência máxima do fogão, até 70 graus, o que demorou 18 minutos com a panela tampada (hj estava 30 graus aqui). Dei uma pequena corrigida na temperatura utilizando uma potência baixa no meio da mostura e parti pra lavagem dos grãos.
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5. Meio que na gambiarra, usei uma panela menor pra aquecer 5,5 litros de água e fiz uma lavagem improvisada.
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6. A subida para a fervura, de 66 até aproximadamente 97°C levou uns 22 minutos. Uma vez atingida a fervura, baixei a potência para 1200W, pois a 2kW a fervura estava muito intensa.
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7. Acabei usando um arremedo de chiller de imersão q tinha aqui em casa, o que fez com o Whirlpool não funcionasse, mas próxima vez vou simplificar ainda mais e partir para o no-chill.
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8. VANTAGENS:
- Eficiência energética: segundo a literatura, o aquecimento por indução é muito eficiente. Acabei não usando nenhum isolante térmico, o que pretendo corrigir na próxima brassagem. Os americanos usam muito um isolante chamado reflectix, mas não achei por aqui algo similar.
- Rapidez no pós brassagem: basicamente foi só lavar a panela, que pelo seu tamanho relativamente pequeno acaba sendo bem fácil. De fato reduziu muito meu trabalho em relação à limpeza da single vessel.
– Segurança: fica tudo sobre a bancada, longe do alcance do moleque.
9. DESAVANTAGENS:
- Volume: na melhor das hipóteses da pra jogar algo em torno de 13,5 litros no fermentador, sendo que 12 litros é uma estimativa mais plausível. As opções de panela para fogão de indução são restritas aqui no Brasil, além do custo ser relativamente alto.
- Custo
...
Isso aí galera, espero ter contribuído com a comunidade...
Cheers!!!
 
sempre me questionei sobre o uso de fogão de indução para fins cervejeiros.
O "probleminha"é só a questão das panelas e o foda é que por ser um item grande nao da nem pra pedir pra trazerem na famosa "mala amiga" né
 
Boa iniciativa, informação muito válida meu amigo.
Já te um tempo que tenho em mente um projeto desse, fogão de indução, panela inox, biab.
 
sempre me questionei sobre o uso de fogão de indução para fins cervejeiros.
O "probleminha"é só a questão das panelas e o foda é que por ser um item grande nao da nem pra pedir pra trazerem na famosa "mala amiga" né
De fato a panela é o maior limitador. Acabei comprando essa panela com fundo triplo meio que por impulso na loja Tramontina no Paraguai.
Nas minhas pesquisas vi alguma anúncios no ML de panelas inox 201 que diz explicitamente que não funciona no fogão de indução.
Acontece que no mesmo dia comprei um caneco de inox sem fundo triplo, e quando cheguei em casa coloquei um ímã nele e grudou de forma fraca. No teste no fogão de indução ele funcionou... No fundo está escrito inox 18/10.
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Pesquisando na internet:
"Isso significa que a peça em questão possui 18% de cromo e 0, 8 ou 10% de níquel. O aço inox, a depender das concentrações de cromo e níquel, pode ser classificados como austenítico, martensítico e ferrítico."
E:
"Para saber se uma panela de aço inox possui níquel, basta aproximar um ímã de geladeira. Se ele grudar, então a graduação da panela é 18/0 e não contém níquel.Se não grudar, ela é feita com níquel, pois esse elemento neutraliza o efeito do ferro em atrair ímãs."
Fonte: Panelas inox: diferentes tipos e seus riscos para a saúde

Aqui temos um contrassenso em princípio, pois segundo a composição do caneco, inox 18/10, ele teria 18% de cromo e 10% de níquel, o que segundo o site faria com que o ímã não grudasse e consequentemente não funcionasse no fogão à indução. Mas o ímã gruda e funciona no fogão ã indução.
Enfim, não cheguei a uma conclusão se toda panela de inox funciona no fogão a indução (acredito que não), ou se a depender da composição vai funcionar de forma mais ou menos eficiente (mais provável).
Alguém com mais conhecimento em metalurgia vai saber explicar melhor, mas não aprofundei minhas pesquisas.
 
Boa iniciativa, informação muito válida meu amigo.
Já te um tempo que tenho em mente um projeto desse, fogão de indução, panela inox, biab.
A minha dúvida era se esse fogãozinho da Cadence (modelo perfect cuisine 220V) daria conta de ferver os 15 litros de mosto. Pelas minhas experiências ele da conta tranquilamente, com fervura mais intensa que a necessária. Inicialmente baixei pra 1200W, e depois mantive em 1400W, que achei um nível de fervura adequado.
Acredito que com algum tipo de isolação de pra ferver 20 litros, mas aí esbarra-se no problema da panela novamente. Ressalva feita à resistência mecânica do fogão: a estrutura é plástica e o painel de indução é de vidro. Somando água e panela a massa ficou algo em torno de 20Kg e o bichinho aguentou... Mas eu estava com receio do bicho abrir as pernas.... Não sei se dá pra abusar muito mais q isso, a impressão q ele passa é que é meio frágil...
 
A minha dúvida era se esse fogãozinho da Cadence (modelo perfect cuisine 220V) daria conta de ferver os 15 litros de mosto. Pelas minhas experiências ele da conta tranquilamente, com fervura mais intensa que a necessária. Inicialmente baixei pra 1200W, e depois mantive em 1400W, que achei um nível de fervura adequado.
Acredito que com algum tipo de isolação de pra ferver 20 litros, mas aí esbarra-se no problema da panela novamente. Ressalva feita à resistência mecânica do fogão: a estrutura é plástica e o painel de indução é de vidro. Somando água e panela a massa ficou algo em torno de 20Kg e o bichinho aguentou... Mas eu estava com receio do bicho abrir as pernas.... Não sei se dá pra abusar muito mais q isso, a impressão q ele passa é que é meio frágil...
Esse controle de temperatura dele, é confiável? Vc monitorou com o termômetro cervejeiro, eles se correspondem durante o uso?
 
Pequeno relato de uma brassagem usando fogão de indução:
1. Faço cerveja desde 2012, inicialmente no sistema tri-bloco, com panelas de 20L e depois 80L. Depois de uma pausa devido à troca de cidades, passei a utilizar uma single vessel (Guten), que de uma forma geral me atende muito bem. No entanto, com filhos pequenos o tempo se torna escasso, e o Pós brassagem estava me incomodando, pois é bastante coisa para lavar, secar, guardar...
2. Queria um processo mais rápido e limpo. Há tempos tinha pensado na viabilidade de uma brassagem com fogão de indução e depois de uma pesquisada no HBT americano vi que essa é uma realidade bem consolidada por lá. Assim, sob o pretexto de aposentar um fogãozinho a gás bem velho que tínhamos na edícula convenci a esposa a comprarmos um fogão a indução da marca Cadence, por um pouco menos de 300 reais(importante q seja o 220V, que fornece 2kW de potência, ao contrário do 110V que fornece apenas 1200W). Faltava a panela. Nos EUA existem vários modelos, um melhor que o outro, mas importar saia muito caro. No ebay vi uma panela da Tramontina de aproximadamente 20 litros (22qt) que seria perfeita, mas simplesmente não consegui achar aqui no Brasil, cheguei a entrar em contato com a Tramontina, mas sem sucesso. Se alguém souber onde venda, ainda estou interessado nela.
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Acabei comprando uma panela da linha solar da Tramontina, com capacidade total de 15,7L, por 350 reais. Importante verificar o diâmetro da panela, que nesse caso é de 30 cm, pois o diâmetro de indução do fogão Cadence é de 25 cm. Pelas pesquisas que fiz exceder um pouco as dimensões do sistema de indução não implicaria em problemas, o que se mostrou verdade na brassagem.
3. Com a ressalva de nunca ter utilizado o método BIAB, resolvi testar o equipamento brassando uma American Lager com sobras de malte e lúpulo.
2 Kg de Pilsen agrária
40 gramas de caraamber
300 gramas de flocos de milho
10 gramas de Columbus em 20 minutos.
4. Aqueci 10 litros de água na potência máxima do fogão, até 70 graus, o que demorou 18 minutos com a panela tampada (hj estava 30 graus aqui). Dei uma pequena corrigida na temperatura utilizando uma potência baixa no meio da mostura e parti pra lavagem dos grãos.
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5. Meio que na gambiarra, usei uma panela menor pra aquecer 5,5 litros de água e fiz uma lavagem improvisada.
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6. A subida para a fervura, de 66 até aproximadamente 97°C levou uns 22 minutos. Uma vez atingida a fervura, baixei a potência para 1200W, pois a 2kW a fervura estava muito intensa.
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7. Acabei usando um arremedo de chiller de imersão q tinha aqui em casa, o que fez com o Whirlpool não funcionasse, mas próxima vez vou simplificar ainda mais e partir para o no-chill.
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8. VANTAGENS:
- Eficiência energética: segundo a literatura, o aquecimento por indução é muito eficiente. Acabei não usando nenhum isolante térmico, o que pretendo corrigir na próxima brassagem. Os americanos usam muito um isolante chamado reflectix, mas não achei por aqui algo similar.
- Rapidez no pós brassagem: basicamente foi só lavar a panela, que pelo seu tamanho relativamente pequeno acaba sendo bem fácil. De fato reduziu muito meu trabalho em relação à limpeza da single vessel.
– Segurança: fica tudo sobre a bancada, longe do alcance do moleque.
9. DESAVANTAGENS:
- Volume: na melhor das hipóteses da pra jogar algo em torno de 13,5 litros no fermentador, sendo que 12 litros é uma estimativa mais plausível. As opções de panela para fogão de indução são restritas aqui no Brasil, além do custo ser relativamente alto.
- Custo
...
Isso aí galera, espero ter contribuído com a comunidade...
Cheers!!!

Ótima abordagem, parabéns!
também sou adepto ao BIAB... "Menos trabalho" e consequentemente menos equipamentos para lavar e organizar após todo o processo, isso no meu ponto de vista, minimiza muito nosso tempo.
 
Esse controle de temperatura dele, é confiável? Vc monitorou com o termômetro cervejeiro, eles se correspondem durante o uso?
O fogão pode ser controlado por meio da temperatura ou potência. Não sei porquê mas sempre utilizei o controle pela potência, que é de 200W em 200W. Esse controle "por temperatura" é apenas uma referência, não sei exatamente onde está esse sensor de temperatura, se próximo ao vidro ou sei lá onde. Não há correspondência entre os níveis de temperatura do fogão e a real temperatura do mash.
Para aquecer a água eu usei no máximo (2000W), desligando na maior parte da mostura, sendo que ocasionalmente liguei em 400W para manter no range 65 a 67 graus. Para subir para a fervura usei em 1800W (fiquei com medo de caramelizar o fundo, mas daria pra ter usado a potência máxima). Durante a fervura usei 1200W e 1400W.
O controle de temperatura do mash foi feito com dois termômetros, ligando/desligando manualmente o fogão.
 
Last edited:
Bom @Tiburcio Jobs , sou do outro topico lá da compra da panela, estava me referindo à eficiencia energética, não de mostura. Pelo que deu pra perceber por cima, é uns 20% menos eficiente do que a resistência.
 
Bom @Tiburcio Jobs , sou do outro topico lá da compra da panela, estava me referindo à eficiencia energética, não de mostura. Pelo que deu pra perceber por cima, é uns 20% menos eficiente do que a resistência.
Então, eu não fiz testes, mas pelo que estudei a eficiência energética dos fogões a indução é maior que as fontes de resistência e muito maior que chama. Da uma olhada no HBT americano, pesquisa por induction hob.
 
Mas é que estão comparando o fogão de resistencia, que é uma resistencia que fica em contato com a panela e o calor é transmitido por condução, então neste processo realmente há muita perda. No caso da resistência imersa, toda a energia elétrica é transformada em calor por efeito joule, e por estar imersa, todo este calor é transferido ao mosto.
 
De qualquer jeito eu acho interessante, voce pode usar o fogão para outras finalidades e não tem a resistencia atrapalhando, fora que já vem controle de potencia integrado e sem gambiarra.
 
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