Baixa eficiência

Homebrew Talk - Beer, Wine, Mead, & Cider Brewing Discussion Forum

Help Support Homebrew Talk - Beer, Wine, Mead, & Cider Brewing Discussion Forum:

This site may earn a commission from merchant affiliate links, including eBay, Amazon, and others.

dryfon

Well-Known Member
Joined
Oct 29, 2013
Messages
192
Reaction score
45
Saudações, colegas cervejeiros!

Faz pouco menos de um ano que faço cerveja em casa sozinho (há uns anos fazia com uns amigos, mas não aprendi muito) e tenho notado que a minha eficiência sempre é baixa, na casa dos 50%, às vezes menos. O máximo que já atingi foi 65-70%.

Já fiz cerca de 10-12 brassagens com esse equipamento e tenho sempre testado novas técnicas pra tentar corrigir esse problema mas nada resolve.

Na última brassagem sexta (uma American IPA), achei que ia pelo menos atingir os 60% mas nem isso.

Resumidamente, este é o meu processo: moagem dos grãos com um moinho Guzzo de discos no ajuste mais fino, mosturação com uma mash bag e uma espécie de fundo falso só pra evitar que o saco tampe a torneira (antigamente isso acontecia e era um parto drenar e recircular), recirculação durante o mash out, batch sparge e fervura.

Sexta-feira após a brassagem, cheguei a duas possíveis conclusões: uma que a cerveja estava na densidade certa mas que meu densímetro estava errado e a outra que o problema era a água (utilizo água da torneira sem filtragem). Testei o densímetro e ele está ok.

Será que o cloro da água ou alguma outra substância está afetando a extração de açúcar durante a mosturação? Será o equipamento?

Semana que vem vou fazer um teste numa leva de 6 litros fazendo full volume mash e com água mineral. Se assim eu chegar a uns 60-70%, vou concluir que o problema é a água. Mas se não for a água, o que mais pode ser?

Desculpem pelo tópico gigante.

Desde já, muito obrigado.
Abraços!

:mug:
 
Na maioria das vezes, problemas com a eficiência tem a ver com a moagem.
Como você diz que usa um Guzzo, sou capaz de apostar que aí está seu problema → moagem!
Porém acho que 70% é razoável.
 
Pois é, já pensei que pode ser isso, mas tenho feito a moagem mais fina possível, sendo que dessa última vez em vezes moi duas vezes. Minha moagem fica com alguns grãos meio inteiros e com bastante pó de malte.

Curiosamente, a vez que eu tive a melhor eficiência eu utilizei malte já moído da WE. O problema em comprar já moído é que eu não poderia estocar o malte por muito tempo.

Mas em outras vezes, eu mesmo moendo o malte, consegui eficiência de derca 60% (em uma ESB).

Não sei se a água aqui mudou alguma coisa, pois esses problemas com eficiencia (tirando uma Weiss que deu errado com malte da Alquimia da Cerveja), são de uns meses pra cá, especialmente as últimas levas.

Alguma alternativa caseira pra tentar contornar isso? Quem sabe passar várias vezes no moedor?

Em último caso, se o problema não for a água, vou acabar tendo que investir em um moinho de rolos ou, provisoriamente, só comprar malte moído.

Muito obrigado!
Abraços!
 
baseado nos teus relatos posso te sugerir duas coisas:

- a moagem deve ser o mais fino possível, MAS de uma forma que você não destrua as cascas dos grãos. são elas que efetivamente servem de filtro - e não a bazooka ou o fundo falso, como muitos pensam. baseado no que já estudei e nas experiências que tive, o ideal é uma moagem que apenas abra a casca dos grãos, de forma que elas permaneçam inteiras e o endosperma (parte branca) seja exposto.

- capriche na recirculação/sparge. separe um bom tempo pra esse processo. grandes cervejarias empenham 2~3 horas nessa parte do processo. por que nós, cervejeiros de panela, faríamos isso em 30 minutos? utilize uma vasão bem baixa na válvula e faça tudo com calma.

:mug:
 
Alemonez, uma moagem muito farinhenta só atrapalharia na filtragem e não na eficiência, certo? Acho que no meu caso, o que a moagem poderia afetar a eficiência seria a presença de grãos inteiros.

Quanto ao sparge, eu faço batch sparge. Uma vez tentei fly sparge de cerca de 1 hora e meia mas a eficiência foi baixa também.

Ontem peguei umas anotações da última brassagem e vi que meu problema é na mosturação (não sei se por causa do grão ou da água).

O previso pra minha receita era uma OG de cerca de 1.065 em uma eficiência de 65%. Após a drenagem do primeiro mosto (depois de 90 minutos de mosturação a 63-68 graus e teste de iodo ok), a densidade desse mosto que deveria ser altamente denso, teve uma OG só de 1.047 e após o batch sparge, o mosto que saiu da panela tinha densidade 1.027. Ou seja, o problema é na mosturação.

Será que é o cloro da água, alguma substância ou pH? Problemas na moagem?

Na próxima brassagem vou utilizar água mineral e vou moer duas vezes o malte. Se isso não resolver, não sei mais o que pode ser.

Muito obrigado!
Abraços!
 
Alemonez, uma moagem muito farinhenta só atrapalharia na filtragem e não na eficiência, certo? Acho que no meu caso, o que a moagem poderia afetar a eficiência seria a presença de grãos inteiros.

Quanto ao sparge, eu faço batch sparge. Uma vez tentei fly sparge de cerca de 1 hora e meia mas a eficiência foi baixa também.

Ontem peguei umas anotações da última brassagem e vi que meu problema é na mosturação (não sei se por causa do grão ou da água).

O previso pra minha receita era uma OG de cerca de 1.065 em uma eficiência de 65%. Após a drenagem do primeiro mosto (depois de 90 minutos de mosturação a 63-68 graus e teste de iodo ok), a densidade desse mosto que deveria ser altamente denso, teve uma OG só de 1.047 e após o batch sparge, o mosto que saiu da panela tinha densidade 1.027. Ou seja, o problema é na mosturação.

Será que é o cloro da água, alguma substância ou pH? Problemas na moagem?

Na próxima brassagem vou utilizar água mineral e vou moer duas vezes o malte. Se isso não resolver, não sei mais o que pode ser.

Muito obrigado!
Abraços!

Oi dryfon,

Os dois principais determinantes da eficiência, segundo o Palmer são: moagem e lavagem.

A moagem ótima não é a mais fina possível, ela é relativa ao equipamento. Digamos que a melhor moagem é aquela que vc consegue moer mais fino sem entupir tua filtragem ou criar canais nela. Isso normalmete não significa esmigalhar o grão, mas quebrar ele pra deixar pedaços de casca razoavelmente grandes. O moinho de rolos é capaz de esmagar o grão deixando a casca mais inteira, mas sempre usei o guzzo de discos e não costumo ter problemas com isso.

A segunda é lavagem, principalmente tempo e quantidade. Temperatura também está envolvida.

Ainda tem uma terceira questão que é a captação da tua panela de mosturação. O pior dos casos no sentido de eficiencia é drenar tudo por um ponto só (buraco do registro), o melhor dos casos é fundo falso, porque é o mais abrangente e homogêneo.

pH, temperaturas, química da água podem ter certa influência, mas é muito menos provável que sejam essas razoes. Devemos buscar primeiro o que é mais provável, depois os casos mais raros.

Quando eu comecei a fazer cerveja, passei um bom tempo, mais de ano, me batendo com esses cálculos de eficiência. Vc só consegue ter uma medida precisa de eficiência quando contabiliza todos os volumes e perdas utilizados pelo teu equipamento. Lembre-se de coletar sempre características precisas e ajustar da melhor forma possível o equipamento no teu software, porque senão vc vai ter uma leitura errada de eficiência, que nem eu tinha. Já teve vezes achando que tinha 50% e outras achando que tinha 80%, e no final das contas era só falta de ajuste.

Abraço!
 
Muito obrigado por todas as explicações, Tiago.

O meu cálculo de eficiência é bem aproximado, mas eu tenho certeza que ela está muito baixa pois, mesmo criando a receita colocando como eficiência 65%, eu fico bem abaixo disso na OG.

Meu problema ocorre na mosturação, não na lavagem. O primeiro mosto drenado antes medmo da lavagem(tenho utilizado uma espécie de fundo falso pra evitar que a grain bag toque no fundo da panela e obstrua a torneira), teve uma densidade de 1.047, sendo que o estimado pra receita era de 1.060 mais ou menos.Este mosto deveria ser bem mais denso que isso, já que é só 2,5 litros de água por kg de malte, deveria ser um mosto bem concentrado.

Por isso que acho que meu problema tem a ver com a mosturação, especialmente a água com cloro. Será que o cloro está atrapalhando a ação das enzimas?

Pode ser a minha moagem também, mas em tese, muita farinha de malte causaria só problemas de filtragem/entupimento, não na conversão dos açúcares.

Só me resta fazer o teste com água mineral (ao invés da água da torneira) e tentar moer o malte.Se isso não resolver o problema, realmente não sei o que pode ser.

Muito obrigado novamente!
Abraços!
 
Muito obrigado por todas as explicações, Tiago.

O meu cálculo de eficiência é bem aproximado, mas eu tenho certeza que ela está muito baixa pois, mesmo criando a receita colocando como eficiência 65%, eu fico bem abaixo disso na OG.

Meu problema ocorre na mosturação, não na lavagem. O primeiro mosto drenado antes medmo da lavagem(tenho utilizado uma espécie de fundo falso pra evitar que a grain bag toque no fundo da panela e obstrua a torneira), teve uma densidade de 1.047, sendo que o estimado pra receita era de 1.060 mais ou menos.Este mosto deveria ser bem mais denso que isso, já que é só 2,5 litros de água por kg de malte, deveria ser um mosto bem concentrado.

Por isso que acho que meu problema tem a ver com a mosturação, especialmente a água com cloro. Será que o cloro está atrapalhando a ação das enzimas?

Pode ser a minha moagem também, mas em tese, muita farinha de malte causaria só problemas de filtragem/entupimento, não na conversão dos açúcares.

Só me resta fazer o teste com água mineral (ao invés da água da torneira) e tentar moer o malte.Se isso não resolver o problema, realmente não sei o que pode ser.

Muito obrigado novamente!
Abraços!

você usa água direto da torneira? prepara ela de alguma forma?
 
Diogenes, sim faço o teste de iodo. Mosturação de 90 minutos e teste de iodo que sempre dá positivo.

Alemonez, uso água direto da torneira, sem nenhuma preparação. Por isso que tô achando que é a minha água que tá afetando a conversão, pelo menos é a única explicação plausível que eu tenho pro problema estar na mosturação.

Abraços!
 
Diogenes, sim faço o teste de iodo. Mosturação de 90 minutos e teste de iodo que sempre dá positivo.

Alemonez, uso água direto da torneira, sem nenhuma preparação. Por isso que tô achando que é a minha água que tá afetando a conversão, pelo menos é a única explicação plausível que eu tenho pro problema estar na mosturação.

Abraços!

então é isso ... pesquisa aí sobre cloro na produção de cerveja.
sugiro comprar um filtro de carvão ativado (100 reais); enquanto não comprar, aquece a água até 86C e deixa por 10 min nessa temperatura ... isso já resolve pra evaporação do cloro.
 
Muito obrigado pela dica, Alemonez!

Pra ter certeza que é este o problema, vou fazer um teste primeiramente com água mineral. Acho que isso deve resolver o meu problema na mosturação.

Como faço levas pequenas, acho que vou começar a comprar bombonas de 20 litros de água mineral. Uma delas dá pra uma brassagem minha e ainda sobra pra usar em casa. Depois quem sabe eu adquira um filtro de carvão ativado.

Abraços!
 
Esse caso também aconteceu comigo. Todo o processo ocorreu como deveria, porém minha eficiência ficou em 60%. Também usei água da rede direto, sem filtrar. A única explicação que cheguei seria o cloro. Na próxima irei testar um filtro de carvão ativado pra ver se aumenta a eficiência.
 
Davi, em outras brassagens não utilizando água diretamente da rede tu teve algum problema parecido ou foi apenas nessa que a eficiência ficou mais baixa?

Se eu atingisse 60% eu ficaria feliz, mas nem isso eu tenho atingido.

Por sinal, hoje vou testar meu termômetro. Vai que ele esteja descalibrado e eu esteja brassando a uma temperatura muito alta ou muito baixa. Lembrei disso ao ver um topico onde comentaram sobre a temperatura de fervura em diferentes alturas e eu moro ao nivel do mar e antes de levantar fervura meu mosto já estava em uma temperatura de 103-105ºC.

Muito obrigado!
Abraços!
 
Davi, em outras brassagens não utilizando água diretamente da rede tu teve algum problema parecido ou foi apenas nessa que a eficiência ficou mais baixa?

Se eu atingisse 60% eu ficaria feliz, mas nem isso eu tenho atingido.

Por sinal, hoje vou testar meu termômetro. Vai que ele esteja descalibrado e eu esteja brassando a uma temperatura muito alta ou muito baixa. Lembrei disso ao ver um topico onde comentaram sobre a temperatura de fervura em diferentes alturas e eu moro ao nivel do mar e antes de levantar fervura meu mosto já estava em uma temperatura de 103-105ºC.

Muito obrigado!
Abraços!

Eu utilizava água de poço, mas fazia com BIAB e tinha os mesmos 60%. Até aí achava normal essa eficiência pro tipo de mosturação. Agora mudei meu sistema e uso 3 panelas com fundo falso e também usei pela primeira vez água da rede (com cloro) então não tenho comparação.
 
Davi, tudo isso me faz crer que a baixa eficiência está diretamente relacionada à presença de cloro na água, outras substâncias ou o próprio pH dela. Vou fazer a próxima leva utilizando água mineral, de preferência com pH entre 5 e 6,5.

Abraços!
 
Diogenes, sim faço o teste de iodo. Mosturação de 90 minutos e teste de iodo que sempre dá positivo.

Alemonez, uso água direto da torneira, sem nenhuma preparação. Por isso que tô achando que é a minha água que tá afetando a conversão, pelo menos é a única explicação plausível que eu tenho pro problema estar na mosturação.

Abraços!

dryfon, com "positivo" vc diz positivo pra amido, ou seja a solução fica preta/roxa?

eu nunca ouvi falar de cloro atrapalhando a conversão...
 
Tiago, digo o iodo seguindo na mesma cor, mostrando que não tem mais amido. O positivo seria pra conversão no caso, hahaha, não pra presença de amido. Simplificando, teste de iodo Ok.

Eu também não, dei uma lida sobre isso hoje de tarde mas nenhuma informação muito contundente, nem em fóruns estrangeiros.

De qualquer forma, pode ser alguma outra substância que tenha na água da minha rede, o pH dela quem sabe. Espero que a água mineral resolva esse problema, pois tem sido muito frustrante medir a densidade e ela ficar 20 pontos abaixo do estimado, isso pra uma eficiência estimada de 60-65%.

Abraços!
 
Tiago, digo o iodo seguindo na mesma cor, mostrando que não tem mais amido. O positivo seria pra conversão no caso, hahaha, não pra presença de amido. Simplificando, teste de iodo Ok.

Eu também não, dei uma lida sobre isso hoje de tarde mas nenhuma informação muito contundente, nem em fóruns estrangeiros.

De qualquer forma, pode ser alguma outra substância que tenha na água da minha rede, o pH dela quem sabe. Espero que a água mineral resolva esse problema, pois tem sido muito frustrante medir a densidade e ela ficar 20 pontos abaixo do estimado, isso pra uma eficiência estimada de 60-65%.

Abraços!

Então... não acho que seja problema a água. Sim vc com certeza deveria usar um filtro se usa água da rede, mas no sentido de conversão, se tivesse algo errado com ela, deixando o pH fora da faixa, ou qualquer problema mais sério, não iria converter, e vc teria essa demonstração no teste de iodo.

Realmente não faz muito sentido extrair o primeiro mosto, sem nada de lavagem, a menos de 1,050, usando 2,5 litros/kg de malte, como vc disse que faz. Até porque, mesmo que não tivesse convertido o amido e vc medisse essa densidade, a medida seria semelhante, porque o amido e o açucar tem a mesma massa, um é só o outro fracionado.

Vc tá medindo como essa densidade? tá esfriando a amostra ou corrigindo a temperatura?

abç
 
Mais uma coisa: como fica a granulometria da sua moagem, tem muitos grãos inteiros?

Outra razão pra obter uma densidade tão baixa no primeiro mosto pode ser falta de solubilização dessa farinha. Uma moagem muito grossa pode dificultar isso.

Costuma usar quais temperaturas na conversão? faz mash out?
 
Tiago, eu faço a medição com um densímetro. Normalmente deixo esfriar um pouco (até uns 50 graus) quando está muito quente e uso a calculadora do Brewersfriend para a correção.

Apesar de ter bastante farinha, vários grãos ficam com a aparência de ainda estarem inteiros.

Pra conversão tenho começado em 66-68 graus e deixo durante 90 minutos com a panela tampada. Ao final está em 62 normalmente e aí faço o mash out recirculando até chegar aos 75 graus e aí deixo 10 minutos descansando.

Realmente não sei mais o que pode ser tirando a água e a moagem, pois é baixíssima a eficiência. Primeiro mosto com densidade de 1.047 em uma receita com 2,5kg de Pilsen, 300g de Crystal e 2,5L por kg é muito pouco.

Abraços!
 
Posso aproveitar pra perguntar qual a importância do mash out? :)

A tempertura de mash out deixa o mosto mais solúvel, o que facilita a extração dos açúcares na lavagem. Também inativa as enzimas, mas essa parte eu não sei qual benefício especificamente.

Abraços!
 
Elaborei mal a minha pergunta... Na verdade a solubilização eu já sabia.

Minha dúvida é qual a importância de inativar as enzimas.
 
Tiago, eu faço a medição com um densímetro. Normalmente deixo esfriar um pouco (até uns 50 graus) quando está muito quente e uso a calculadora do Brewersfriend para a correção.

Apesar de ter bastante farinha, vários grãos ficam com a aparência de ainda estarem inteiros.

Pra conversão tenho começado em 66-68 graus e deixo durante 90 minutos com a panela tampada. Ao final está em 62 normalmente e aí faço o mash out recirculando até chegar aos 75 graus e aí deixo 10 minutos descansando.

Realmente não sei mais o que pode ser tirando a água e a moagem, pois é baixíssima a eficiência. Primeiro mosto com densidade de 1.047 em uma receita com 2,5kg de Pilsen, 300g de Crystal e 2,5L por kg é muito pouco.

Abraços!

Bom, se há grãos inteiros, em quantidade razoável, pode ser que seja um problema.

90 minutos sem aquecer é bastante tempo, vc usa caixa térmica ou algum tipo de isolamento? não é possível que num volume tão pequeno (vc faz o que, 10 litros com 2,5kg?) baixe só 6 graus numa panela normal...
 
Elaborei mal a minha pergunta... Na verdade a solubilização eu já sabia.

Minha dúvida é qual a importância de inativar as enzimas.

A importância de desativar as enzimas é pra conservar o perfil de açucares da mosturação que vc executou. Se fica muito tempo entre o final da mosturação e o início da fervura o que sobrou de b-amilase pode continuar reduzindo os açucares e criando um mosto mais fermentável.

Mas eu perguntei isso pra que não houvessem dúvidas de que todo o amido do grão que tem contato com a água foi solubilizado...
 
Então as enzimas que convertem o amido em açúcar vão passar a converter os açúcares em outros tipos de açúcar?
Então uma mosturação de 3h seria um problema?
 
Então as enzimas que convertem o amido em açúcar vão passar a converter os açúcares em outros tipos de açúcar?
Então uma mosturação de 3h seria um problema?

são 2 tipos de enzimas, a beta e alfa-amilase. a primeira converte o amido em açucares menores e mais fermentáveis, a segunda em açucares maiores e menos fermentáveis.

com uma mosturação de 3 horas muito provavelmente vc teria um mosto bem fermentável. mas não é necessário proceder dessa forma, se esse for o objetivo...
 
Entendi, Tiago: a alfa converte o amido em acúcares maiores e a beta quebra esses acúcares, facilitando a vida do fermento.
A grosso modo, é isso?

Obrigado pelas explicações!
 
Entendi, Tiago: a alfa converte o amido em acúcares maiores e a beta quebra esses acúcares, facilitando a vida do fermento.
A grosso modo, é isso?

Obrigado pelas explicações!

Bom, não é exatamente que os maiores dificultem a vida da levedura, ela só não vai consumir eles. Esses açucares chamados de dextrinas, não dão percepção de doce, apenas aumentam o corpo da cerveja. Por isso quando se quer uma cerveja mais "encorpada" a mosturação é feita em temperaturas mais altas, favorecendo a obtenção das dextrinas, ou usando maltes ricos em dextrinas, como carapils, etc...
 
Bom, se há grãos inteiros, em quantidade razoável, pode ser que seja um problema.

90 minutos sem aquecer é bastante tempo, vc usa caixa térmica ou algum tipo de isolamento? não é possível que num volume tão pequeno (vc faz o que, 10 litros com 2,5kg?) baixe só 6 graus numa panela normal...

Pois é, acredito que esse possa ser um problema também. Por via das dúvidas, na próxima brassagem eu vou moer duas vezes o malte, mesmo que ele acabe ficando mais farinhento, mas que pelo menos não fiquem grãos inteiros. Quem sabe o moinho já não esteja muito bom, ele tem uns anos, e não era usado há uns 2-3. O moinho estava com um amigo meu (é dele) e não sei em que condições tava guardado.

Algumas vezes eu até ajusto a temperatura depois de uns 60-70 minutos. Mas no geral, nesses 90 minutos com a tampa fechada, a temperatura não baixa muito, ficando baixando somente uns 6-7 graus. Na última brassagem após 60 minutos havia baixado 7 graus, aí corrigi e deixei de novo em 67 por mais 30 minutos. Faço levas de 10 litros.

Fiz agora pouco um teste com o meu termômetro pra ter certeza que ele não estava medindo errado as temperaturas e por via das dúvidas minha mosturação estava errada mas ele marcou temperaturas com uma margem bem aceitável:

Água praticamente congelando, já levemente sólida, ele marcou -1 grau. Água em fervura intensa em uma chaleira ele marcou 103 graus. Apesar de não ter sido 0 e 100, acho que ambas marcações são aceitáveis pois a água tem aquela questão das pontes de hidrogênio e a água estava sobre uma fonte de calor.

Muito obrigado por toda ajuda pra tentar chegar a uma conclusão sobre essa baixa eficiência, Tiago.

Abraços!
 
Como o Tiago falou 6 graus é pouco, em minhas levas de 20 litros em 15 min baixa 3 graus. Usa panela com fundo triplo? Quando aquece fica mexendo os grãos?
Para ajustar o moinho é só apetar o parafuso na ponta dele, vá apertando até não sair grão inteiro quando isso acontecer aperte um pouco mais e ficará perfeito.

Coloca uma receita com OG estimada e obtida e volumes de água e temperaturas, ao que tudo indica está ocorrendo alguma falha no processo.
 
Como o Tiago falou 6 graus é pouco, em minhas levas de 20 litros em 15 min baixa 3 graus. Usa panela com fundo triplo? Quando aquece fica mexendo os grãos?
Para ajustar o moinho é só apetar o parafuso na ponta dele, vá apertando até não sair grão inteiro quando isso acontecer aperte um pouco mais e ficará perfeito.

Coloca uma receita com OG estimada e obtida e volumes de água e temperaturas, ao que tudo indica está ocorrendo alguma falha no processo.

Diogenes, eu normalmente aqueço a água até uns 75 graus (de acordo com a calculadora do Brewersfriend), adiciono o malte, mexo até homogenizar e se a temperatura estiver ok, tampo a panela e deixo quieta.

Vou tentar ajustar melhor o moinho também, vai que seja esse o problema. Por via das dúvidas, tô pensando em começar a comprar malte moído e estocar em galões de 5 litros de água vazios com bolsas de silica gel pra absorver a umidade.

A última receita que eu utilizei era a seguinte, pra 10 litros com eficiência estimada de 65%:

OG: 1.060
IBU: 65

2,5kg de Pilsen Weyermann
0,3kg de Chateau Crystal

6g Cascade (first wort hopping)
15g Columbus 30 min
15g Cascade 7 min
20g Cascade 0 min

2,5L de água por kg de malte para a mosturação (90 min a 67 graus + mash out)
10 litros de água a 75 graus para batch sparge

Acabei atingindo 1.033 de OG antes da fervura e cerca de 1.040-1.045 pós fervura, sendo que na fervura adicionei 200g de açúcar pra aumentar um pouco a OG.
Abraços!

Muito obrigado.
Abraços!
 
Last edited:
Por via das dúvidas, tô pensando em começar a comprar malte moído e estocar em galões de 5 litros de água vazios com bolsas de silica gel pra absorver a umidade.

de tudo que li até agora, todos desaconselham guardar malte moído por mais de uma a duas semanas... já usei moido e já moí... a diferença quando tu usa depois de um mes de comprado é grande...
 
Putz OG ficou muito baixa.

Pela receita que tu postou a causa mais provável são os grãos. Na próxima vez compra eles moídos ou então moa eles no teu moinho, não deixando nada de grãos inteiros ou quebrados no meio. O negócio e triturar eles formando quase uma farinha!
 
de tudo que li até agora, todos desaconselham guardar malte moído por mais de uma a duas semanas... já usei moido e já moí... a diferença quando tu usa depois de um mes de comprado é grande...

Pois é, o próprio pessoal da WE já recomendou isso, mas pesquisando em outros fóruns, num recipiente bem fechado, dá pra conservar por mais tempo, por isso que estou pensando em utilizar garrafões de 5 litros som silica gel.

Putz OG ficou muito baixa.

Pela receita que tu postou a causa mais provável são os grãos. Na próxima vez compra eles moídos ou então moa eles no teu moinho, não deixando nada de grãos inteiros ou quebrados no meio. O negócio e triturar eles formando quase uma farinha!

Tô começando a achar que é isso também, Diógenes. Sexta vou fazer uma brassagem e moer duas ou três vezes o malte pra ver se resolve. Também vou utilizar água mineral, o único problema é que só acho água com pH na casa dos 7.


Abraços!
 
dryfon, o pH da água não importa muito, mas sim a alcalinidade (dada pela quantidade de HCO3) e dureza (dada principalmente pela quantidade de Ca e Mg) que vai determinar a alcalinidade residual. Essas características da água vão combinar com a acidez do grão, que geralmente depende da torra (cor) pra determinar o pH da mosturação, que é o que realmente importa.

O John Palmer usa no livro dele uns gráficos pra riscar em cima e calcular isso, e parece bem complicado... Mas se você usar uma ferramenta fica bem mais fácil. Recomendo a ferramenta do BrewersFriend, tem uma básica e uma mais avançada. Com essa ferramenta você pode até se arriscar a usar sais pra corrigir a água. Ele até indica se os níveis dos sais estão normais ou abaixo/acima dos limites recomendados, e se a relação entre eles vai dar um perfil mais maltado ou lupulado... Eu não entendo disso mas tenho usado a ferramenta e me arriscado pra aprender mesmo, até agora não tive nenhum desastre ;)

http://www.brewersfriend.com/water-chemistry/
http://www.brewersfriend.com/mash-chemistry-and-brewing-water-calculator/
 
dryfon, o pH da água não importa muito, mas sim a alcalinidade (dada pela quantidade de HCO3) e dureza (dada principalmente pela quantidade de Ca e Mg) que vai determinar a alcalinidade residual. Essas características da água vão combinar com a acidez do grão, que geralmente depende da torra (cor) pra determinar o pH da mosturação, que é o que realmente importa.

O John Palmer usa no livro dele uns gráficos pra riscar em cima e calcular isso, e parece bem complicado... Mas se você usar uma ferramenta fica bem mais fácil. Recomendo a ferramenta do BrewersFriend, tem uma básica e uma mais avançada. Com essa ferramenta você pode até se arriscar a usar sais pra corrigir a água. Ele até indica se os níveis dos sais estão normais ou abaixo/acima dos limites recomendados, e se a relação entre eles vai dar um perfil mais maltado ou lupulado... Eu não entendo disso mas tenho usado a ferramenta e me arriscado pra aprender mesmo, até agora não tive nenhum desastre ;)

http://www.brewersfriend.com/water-chemistry/
http://www.brewersfriend.com/mash-chemistry-and-brewing-water-calculator/

Essa parte da água é ainda grego pra mim, hahaha! Por enquanto, minha maior preocupação é conseguir brassar corretamente, extraindo uma boa quantidade de açúcares do malte pra conseguir ficar dentro do planejado.

Mas assim que eu resolver esse problema, vou estudar mais sobre a água como um tudo. Pelo pouco que eu entendi, não haveria um grande problema em utilizar uma água mineral com pH 7 (só acho assim) já que o malte equilibraria, certo?

Muito obrigado!
Abraços!
 
Então dryfon, o malte equilibraria dependendo do malte e dos sais contidos na água. Por exemplo, se você usar uma água com pH 5 mas com muito bicarbonato e for fazer uma cerveja clara, o pH vai ficar muito alto, mesmo o pH da água sendo baixo. Se for fazer uma cerveja escura e a água tiver pouco bicarbonato e alta dureza, pode ficar muito ácido.

Pode parecer grego, mas se você colocar grego no Google Translator dá pra entender mais ou menos, certo? Por isso que sugeri colocar nessa ferramenta os dados da água mineral, que você vai achar no rótulo, e dos maltes da sua receita. Mesmo sem entender nada a ferramenta vai te falar o pH da mosturação, se estiver entre 5.1 e 5.5 está ótimo, se ficar um pouco fora pode baixar a eficiência, extrair taninos, enfim, aí não tenho experiência pra ter certeza dos prejuízos.
 
Então dryfon, o malte equilibraria dependendo do malte e dos sais contidos na água. Por exemplo, se você usar uma água com pH 5 mas com muito bicarbonato e for fazer uma cerveja clara, o pH vai ficar muito alto, mesmo o pH da água sendo baixo. Se for fazer uma cerveja escura e a água tiver pouco bicarbonato e alta dureza, pode ficar muito ácido.

Pode parecer grego, mas se você colocar grego no Google Translator dá pra entender mais ou menos, certo? Por isso que sugeri colocar nessa ferramenta os dados da água mineral, que você vai achar no rótulo, e dos maltes da sua receita. Mesmo sem entender nada a ferramenta vai te falar o pH da mosturação, se estiver entre 5.1 e 5.5 está ótimo, se ficar um pouco fora pode baixar a eficiência, extrair taninos, enfim, aí não tenho experiência pra ter certeza dos prejuízos.

Vou fazer o teste então, Valtert! Vou ver se hoje já compro os garrafões de água pra testar.

Muito obrigado pelos esclarecimentos!
Abraços!
 
Back
Top